Semana de 15 a 21 de dezembro de 2024 III DOMINGO DO ADVENTO – ANO C
“Vem, Senhor Jesus!” (Papa Francisco) Queremos preparar o nosso coração para O receber, enternecidos com o Seu amor, cheios de alegria e reservamos tempo para orar com a nossa família, em frente ao presépio! O mais distraído de nós, procura na Bíblia o texto de Lc 3, 10-18 e o mais novo, acende uma vela, sinal da luz que nos guia e ilumina! Comecemos…
Com o coração repleto de alegria, de esperança, de paz e do amor do “Senhor que está próximo”, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Tentemos assemelhar-nos a Cristo, de maneira viva, no corpo e na alma e louvemos a Deus, aprendendo a ser instrumentos da Sua paz e do Seu infinito amor.
Cristo, quero ser instrumento Da Tua Paz e do Teu infinito Amor: Onde houver ódio e rancor, Que eu leve a concórdia, Que eu leve o amor!
Onde há ofensa que dói, Que eu leve o perdão; Onde houver a discórdia, Que eu leve a união e a Tua Paz.
Instalados diante de Deus, que nos desafia a fazer um caminho dinâmico de preparação para receber “O Senhor que vem” e, na profundidade deste nosso encontro íntimo com o Pai, demos livre acesso a Jesus, para que entre e habite no nosso coração. Fechemos os olhos, sintamos a alegria da Sua presença, esbocemos-Lhe um sorriso enternecedor e expressemos palavras de sincero agradecimento ao Pai.
Deixemos que a mensagem do texto de Lc 3, 10-18, lido por um de nós, desperte nos nossos corações um profundo desejo de comunhão e de escuta da Palavra
Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?» Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem batizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?» João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?» Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu batizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».
Fortaleçamos os nossos alicerces com Deus, tentando perceber a mensagem de João Batista
João Batista aparece no deserto a pregar a conversão, as pessoas aderem aos seus ensinamentos e querem saber como podem viver essa conversão para acolher o reino de Deus. João não pede uma conversão do passado, não pede lamentos ou lágrimas mas pede uma mudança para o futuro. Assim, a penitência que João ensina deve fazer-se pelos frutos e não por lamentos. “Que devemos fazer?” é a pergunta que aparece três vezes neste texto do Evangelho. Três perguntas, três respostas e três desafios para todos nós.
Primeiro: Partilha e desprendimento Ao povo, João propõe a caridade que se concretiza no desprendimento e partilha para com os necessitados. Deus colocou à nossa disposição muitos bens para nos ajudarem nesta caminhada para o céu. Os bens que temos à disposição aparecem sempre como dons de Deus e nós somos administradores deles de tal modo que um dia iremos prestar contas da nossa administração. As desigualdades chocantes, a indiferença que nos leva a fechar o coração, o egoísmo que nos impede de partilhar com quem nada tem são obstáculos que impedem o Senhor nascer no meio de nós. O desprendimento abrange o que somos, o que temos e podemos fazer pelos outros. Seria uma visão egoísta da vida se pensássemos apenas nos nossos interesses pessoais e descartássemos os outros. Existem muitas necessidades físicas, psicológicas, afetivas, morais … Que Deus nos dê olhos para discernir as necessidades do próximo e nos dê bom coração para despertar em nós o sentimento de partilha e desprendimento, como pede João Batista.
Segundo: Praticar a justiça Os publicanos eram os cobradores de impostos e cobravam tarifas acima do estipulado. Os publicanos eram aqueles que extorquiam dinheiro de forma ilícita, despojando os pobres e enriquecendo à custa deles. A ambição dos bens leva à injustiça e gera escravidão. A verdadeira alegria alimenta-se do respeito pelos outros e não da sua exploração. Neste campo, são muitas as tentações: não cumprir contratos, não pagar dívidas, enganar os menos experientes, passar à frente dos outros roubando-lhes a possibilidade de serem eles os escolhidos, não respeitar as filas. Será possível prejudicar o irmão ou a comunidade seja de que forma for (roubando, mentindo em tribunal, corrupção) e acolher o Senhor que vem. A verdade e justiça autênticas começam pela forma como lidamos com os outros. Precisamos de praticar e viver a justiça com misericórdia, solidariedade e verdade.
Terceiro: Não oprimir o outro Os soldados eram mal pagos e, por andarem armados, aproveitavam-se desse facto para maltratar as pessoas, molestar, extorquir dinheiro e impor serviços humilhantes aos mais fracos, angariavam os pobres camponeses e obrigavam-nos a transportar pesos. Aos soldados João Batista manda não maltratar, não oprimir, não roubar e saber viver com o que se tem. A opressão e a violência destroem o outro. A verdadeira paz constrói-se com partilha, caridade, justiça e verdade.
João Batista aponta caminhos no seu tempo para a conversão. Saibamos aproveitar os seus ensinamentos para a nossa vivência pessoal.
Neste tempo de advento é necessária uma efetiva mudança de vida que produza “frutos de sincera conversão”, traduzida em “frutos bons”, em gestos diferentes, numa nova forma de viver e de atuar, em comportamentos mais humanos, mais altruístas, mais solidários, mais bondosos, mais misericordiosos. Não bastam declarações de boas intenções; a conversão tem de manifestar-se em gestos concretos! Reflitamos:
Sou indiferente ou egoísta em algumas situações em que poderia e deveria ser mais solidário e altruísta?
Sou cumpridor das regras e da justiça ou “dou o golpe” para me beneficiar com a justificação de que “não estou a prejudicar ninguém”?
Uso e abuso do meu poder sobre os outros? Ou sofro de abusos?
Tenho consciência dos pontos a melhorar? Peço ajuda para tornar realidade? Ajudo os outros a o conseguirem?
O que devo fazer?
O amor de Deus faz-nos crescer, faz-nos confiar e motiva-nos o praticar a partilha, o desprendimento, a justiça, o respeito pelo outro… A “Boa Nova” de Deus, faz o nosso coração exultar e rejubilar de alegria, varre o medo, renova o ânimo, infunde coragem e abre a porta à esperança. Conscientes da infinita bondade e amor de Deus, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Sabendo que a essência de Deus é amor; e esse amor, inquebrantável e sem medida, ilumina cada passo do caminho que percorremos, “O que devemos fazer?”… Rezemos confiadamente:
Senhor, que abres caminhos e horizontes de esperança para todos aqueles que em Ti esperam, ensina-nos a confiar plenamente no Teu plano divino e a acolher-Te com alegria, mesmo nas incertezas da vida. Que a nossa fé nos ajude a ver a Tua luz em cada passo do nosso caminho. Ámen.
Testemunhas e arautos de um mundo mais fraterno, mais humano, mais pacífico, benzemo-nos