Semana de 13 a 18 de outubro de 2024 XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
Preparemos o espaço para a oração de hoje o mais simples possível. Retiremos tudo o que é supérfluo! Pode ser sentados ou ajoelhados no chão ou numa almofada e nada mais. Apaguemos as luzes, mantendo apenas o mínimo necessário. Deve ser um ambiente humilde, um cenário vazio… Podemos ter uma Bíblia aberta em Marcos 10 e uma vela acesa.
Com os ouvidos atentos para escutar e o coração disponível para acolher a “sabedoria” que Deus nos oferece, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Que dos nossos lábios saiam palavras de gratidão e de louvor Àquele que dá alento ao que confia
Que a nossa alegria seja vivida Não fingida E que o nosso gozo seja completo Indiscreto
Transformaste o nosso choro em dança Em esperança E o Teu afeto uniu-nos a Ti e para Ti
Mais da Tua alegria Que chora com os que choram Que cura as feridas Mais da Tua alegria Que silencia as perguntas Dá alento ao que confia
Onde há liberdade Há gozo pleno em Deus O meu prazer está no Eterno Ele nos chama Seus
Ajuda-me a contar As bênçãos da Tua mão Que dos meus lábios Saiam palavras de gratidão
Do pão nosso fiz plenitude O que pouco era agora é tudo Tua alegria, minha defesa, Contigo estou seguro
Se a noite for comprida, eu canto Se o caminho for incerto, eu danço E se para sorrir, tiver de chorar Diante de Ti me derramo
Deus conduz-nos por um caminho que nos proporciona bens e riquezas inumeráveis, assentes em valores duradouros, os quais devemos acomodar no nosso coração, com maturidade e equilíbrio, sem obsessão e sem cobiça! Com genuína alegria pelos dons e pela sabedoria Divina que habita em nós, façamos a nossa oração de agradecimento ao Senhor, em voz alta.
Na voz de um de nós, escutemos e acolhamos a Palavra de Deus, viva, eficaz, atuante, que nos chega através de Jesus em Mc 10, 17-22
Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus respondeu: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’». O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude». Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». Ouvindo estas palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso, porque era muito rico.
Deixemo-nos transformar e renovar com a mensagem que podemos inferir deste texto
Este texto do Evangelho fala-nos dum homem rico que veio ter com Jesus em busca da salvação. Apesar da sua decisão ter sido o caminho do amor às riquezas e não o caminho do amor a Deus, este homem rico tem algumas coisas boas que podemos elencar.
Primeira: Ele sentia que faltava algo do seu coração Este homem rico, apesar de ser profundamente religioso e possuir muitos bens, sentia que faltava algo na sua vida. Depois de dizer a Jesus que observava a Lei, ele dá a entender que lhe falta algo, o seu coração não estava satisfeito com as coisas que tinha e por isso queria algo mais. O seu dinheiro e a sua reputação não preenchiam o vazio da sua alma. Para ele ser rico, ser honesto, ser religioso não bastava porque a sua alma tinha sede de algo mais. Embora estivesse muito envolvido na sua vida espiritual e fizesse muitas coisas corretas, ele ainda não se sentia seguro em relação à sua salvação. Este sentimento de insegurança pode ser visto como um bom ponto de partida para se aproximar de Deus pois sempre há algo mais que podemos fazer para nos aproximarmos d’Ele..
Segunda: Ele tinha os anseios certos no seu coração Todos nós, no decorrer da vida, temos muitas preocupações, desejos, anseios e perguntas e todas elas são legítimas, apesar de umas serem de maior profundidade do que outras. Este homem tem a preocupação que realmente importa: “que hei de fazer para alcançar a vida eterna?” Quem faz esta pergunta a si mesmo está no caminho da sabedoria. Quem faz esta pergunta entendeu que a nossa vida não se resume às coisas do tempo presente; quem faz esta pergunta entendeu também que no além existe uma vida de felicidade junto de Deus; quem faz esta pergunta entendeu ainda que é responsabilidade de cada um de nós cuidar da sua própria alma, que não adianta ganhar o mundo inteiro se perdermos a nossa alma, a vida eterna. Se andas pelo caminho da sabedoria, então este assunto deve ocupar um lugar de grande importância na tua vida pois não importa quantos anos passas neste mundo porque a vida aqui não é eterna mas no além ela será.
Terceira: Ele foi procurar a pessoa certa Naquele tempo, mestres da religião era coisa que não faltava em Israel: sacerdotes, rabinos, escribas, seitas como os fariseus, saduceus, essénios, ritualistas, espiritualistas… Também poderia procurar fora de Israel nas várias filosofias gregas de então. Ele não procurou os mestres judeus ou talvez o tivesse feito, mas não encontrou neles o que queria. Também não procurou nos vários deuses estrangeiros a sua salvação. Este homem procura a única pessoa que poderia conduzi-lo à vida eterna. Jesus Cristo. Ele não procurou atalhos, mas o único caminho que podia levá-lo a Deus. Ele procurou o autor da vida, ele procurou quem veio ensinar o caminho do céu: “o caminho, a verdade e a vida” porque ninguém “vai ao Pai senão por Mim”, ele procurou o Bom Pastor que veio para dar a vida pelas suas ovelhas. Ele vai a Jesus com pressa, ele correu ao encontro de Jesus porque tinha urgência em salvar a sua alma. Jesus viu o seu conflito, o seu vazio, a sua necessidade e amou-o.
Vivemos envolvidos num “tempo” de relativismo de valores, sem horizontes amplos, mergulhados numa cultura do “ter” e de aposta em coisas fúteis e efémeras… Talvez estejamos tão acomodados na nossa zona de segurança que recusamos o confronto com uma Palavra que incomoda e desinstala… Reconheçamos e reflitamos, se temos coragem para nos despojarmos das nossas seguranças humanas e para renunciar aos bens terrenos que nos escravizam o coração.
Já senti que me falta alguma coisa? Material ou espiritual?
Já me perguntei o que hei de fazer para alcançar a vida eterna?
A quem recorro para me indicar o caminho certo? Quando rezo? De que forma oro? Apenas falo ou espero a resposta?
Já tive instruções diretas de Jesus que orientaram a minha vida? Já senti o Seu amor?
No nosso caminho marcado pela finitude e pela debilidade da nossa condição humana, o olhar de Jesus, com o Seu amor que tudo transforma, permanece, paciente e imutável, guiando-nos com a Sua infinita bondade e Luz! Confiantes e aconchegadinhos nos braços desse Amor redentor e libertador, façamos os nossos pedidos ao Pai.
Rezemos ao Pai, com o coração inflamado pela presença de Jesus
Concedei-me, ó Deus onipotente e misericordioso, (…) um coração desperto, para que nenhuma vã curiosidade o afaste de Vós; (…) inteligência para conhecer-Vos; diligência para buscar-Vos; sabedoria para encontrar-Vos; bondade para agradar-Vos; perseverança para esperar-Vos doce e fielmente; confiança para alcançar-Vos… (S. Tomás Aquino)
Com toda a humildade e a certeza de que o amor de Deus é a nossa maior riqueza, benzemo-nos