Semana de 15 a 21 de setembro de 2024 XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
Ao escolhermos aproveitar este momento de oração em família, decidimos que vale a pena, que queremos aproveitar, que O queremos presente, escutá-Lo e segui-Lo. Predisponhamo-nos para tal. Tratemos do espaço e do ambiente de forma adequada. Conservemos a calma e a tranquilidade. Evitemos as distrações. Podemos ter uma Bíblia aberta em Marcos 8 e uma vela acesa no meio de nós.
Na certeza que Jesus fortalece a nossa fé e a nossa esperança no caminho, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Jesus está em nós! Escutemos a Sua palavra que alimenta e louvemo-Lo.
Tu és minha vida, outro Deus não há Tu és minha estrada, a minha verdade Em Tua palavra eu caminharei Enquanto eu viver e até quando Tu quiseres Já não sentirei temor, pois Estás aqui Tu estás no meio de nós!
Creio em Ti Senhor, vindo de Maria Filho Eterno e Santo, homem como nós Tu morreste por amor, vivo estás em nós Unidade Trina com o Espírito e o Pai E um dia, eu bem sei, Tu retornarás E abrirás o Reino dos céus
Tu és minha força, outro Deus não há Tu és minha paz, minha liberdade Nada nesta vida nos separará Em Tuas mãos seguras, minha vida guardarás Eu não temerei o mal, Tu me livrarás E no Teu perdão viverei!
Ó Senhor da Vida, creio sempre em Ti Filho Salvador, eu espero em Ti Santo Espírito de Amor, desce sobre nós Tu de mil caminhos nos conduzes a uma fé E por mil estradas, onde andamos nós Qual semente, nos levarás!
Somos eleitos para seguirmos Jesus e aprendermos com Ele como é que se vive, como é que se ama, como é que se constrói o Reino de Deus… Comprometidos em, à Sua imagem, realizarmos gestos de serviço e de partilha e distribuir o perdão e a paz, manifestemos a Deus, em voz alta, os motivos que nos fazem sentir gratidão pela Sua presença, benevolencia e amor incondicional.
Escutemos na voz de um de nós, as palavras do “Mestre” em Mc 8, 27-34
Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?» Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias; e outros, um dos profetas». Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias». Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém. Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois. E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas. Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O. Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens». E, chamando a multidão com os seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Este texto do Evangelho é uma metáfora do que é ser discípulo: o mestre, pelo caminho, vai à frente, atrás dele, seguindo de perto os seus passos, vão os discípulos. É “no caminho”, como diz o texto, que Marcos coloca na boca de Jesus duas perguntas: “quem dizem e quem dizeis que Eu sou?” Muito acertado. É “no caminho” que esta pergunta é feita a todos e jamais poderá respondê-la aquele que, somente de longe, acompanha os passos de Jesus ou aquele que só observa por curiosidade. Para responder à pergunta é preciso estar “no caminho” com Ele, seguindo as suas pegadas. A resposta dada pelos discípulos, de forma especial por Pedro, e a resposta dura de Jesus refletem a divergência entre o caminho de Jesus e o caminho dos discípulos, o caminho do serviço e o caminho da ambição e por isso Jesus apressa-se em explicar quem Ele é para que não haja dúvidas. Apesar de irem no mesmo caminho e irem atrás de Jesus, há uma divergência do caminho dos discípulos e com o caminho de Jesus que se deve a vários motivos.
Primeiro: Falta de fé esclarecida A multidão estava confusa, não sabia bem quem era Jesus, tinha uma vaga ideia acerca dele, parecia-lhe que Ele fosse João Batista, ou talvez Elias ou ainda um dos profetas antigos. Para Pedro, Jesus é o “Messias” mas, mesmo aqui, há confusão porque o “Messias” de Pedro é glorioso e vitorioso. Uma fé confusa gera seguimento confuso. Uma fé confusa é fruto da falta de conhecimento da pessoa de Jesus, é fruto da falta de intimidade com Jesus, é resultado dum conhecimento feito ao longe e falta dum conhecimento afetivo. Se queres caminhar no caminho que não seja divergente de Jesus, tens de ter uma fé esclarecida.
Segundo: Falta duma fé com cruz Para Pedro, sendo Jesus o Messias, a vida dele só teria coisa boa por isso a paixão, o sofrimento e a morte anunciados por Jesus, não estavam no seu entendimento. Pedro, herdeiro da moderna alergia à cruz, chama o Mestre ao lado, para fora do “caminho” para O levar para o seu “caminho”, para o demover de tal propósito e sonha com ele a glória sem cruz. O caminho da cruz é estreito e quem se dispõe a fazê-lo não usará a coroa. Para crescer é preciso primeiro diminuir; para que a semente frutifique, deve ser antes abandonada na terra, enterrada e morrer; quem quiser ser o primeiro, deve antes ser o último; quem quer ser servido, deve antes servir. O caminho da fé implica partilhar a cruz com Cristo e tal caminho conduz ao dom total da vida. Não se pode ter Jesus e o seu caminho no coração sem carregar uma cruz nas costas. Fé sem cruz é uma ilusão e a ilusão faz-nos divergir do caminho de Jesus.
Terceiro: Falta duma fé com seguimento Como Jesus explicou, para O seguir é preciso ir atrás dele. A verdadeira fé leva-nos a seguir Jesus, a viver a Sua Palavra, a abraçar o Seu Evangelho. Há muita gente com fé mas sem seguimento, diz que crê em Jesus mas não O segue, não vive o Seu Evangelho. É cómoda uma fé sem obras, sem mais compromisso que ser batizado. Se queres caminhar no caminho de Jesus tens de assumir as consequências do seguimento e este reflete-se numa forma de viver generosa, desprendida, autêntica e aberta ao Espírito e não centrada no ego, no apego ao ter, ao poder ou aparentar. A fé verdadeira leva-nos a ser discípulos e membros da Igreja. Crer e não seguir é criar um caminho divergente do caminho do Senhor Jesus.
A fé deve levar a ações concretas que traduzam de forma prática aquilo em que acreditamos. Se isso não acontece, essa fé é apenas uma declaração de boas intenções, que não passa de uma farsa sem valor e sem conteúdo. Reflitamos sobre esta questão que é dirigida ao âmago do nosso ser e exige uma tomada de posição pessoal, um pronunciamento sincero, sobre a forma como Jesus toca a nossa vida.
Começando pelo princípio, quem é Jesus para mim?
Sou capaz de acolher e de viver com fidelidade e radicalidade as propostas de Deus, mesmo quando elas são exigentes e vão contra os meus interesses e projetos pessoais?
Quero, de alma e coração, ir atrás d’Ele no caminho da doação da vida e do amor até às últimas consequências?
Como faço para renunciar a mim mesmo e colocar-me ao serviço do projeto de Deus?
Fortalecidos pelo auxílio de Deus e sabendo que estará sempre ao nosso lado e que nunca nos desiludirá, só poderemos sentir serenidade e total confiança no Deus que não falha e que defende aqueles que ama. Convidados a sermos Palavra viva de Deus nas nossas palavras, nos nossos gestos, no nosso testemunho, deixemos que o nosso coração reconheça a nossa fragilidade, e façamos os nossos pedidos ao Pai, sem esquecer todos aqueles que se afastam do caminho.
Dispostos a concretizar, com amor e fidelidade, os projetos de Deus, rezemos
Jesus vivo, guia experiente e sábio, que me acompanhas nos caminhos mais difíceis e nas subidas mais inacessíveis da minha vida, ilumina e restaura a minha fé. Meu Mestre Jesus, que caminhas ao meu lado, que acolhes as minhas fragilidades, compartilhas os meus esforços e apoias o Teu braço firme e gentil nos meus ombros fracos faz com que, sentindo-Te por perto, também eu estenda a mão aos meus irmãos e juntos renovemos a nossa fé em Ti.
Com esforço ativo para fazer da nossa vida um dom a Deus e aos outros, benzemo-nos