Semana de 18 a 24 de agosto de 2024 XX DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
Decidamos onde iremos realizar esta oração e preparemos o espaço adequadamente. Devemos preocuparmo-nos com o conforto do espaço e o silêncio que este momento exige. Tenhamos uma Bíblia aberta João 6, 51 e uma vela acesa.
Em comunhão plena com Jesus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Relaxamos, aproveitamos para parar, procurar o encontro e sentir o toque de Jesus…
Deixa que o amor de Deus te toque Com seu Espírito de luz E a tua alma gritará de alegria! Deixa que Ele te sacie E Seu espírito de amor Descerá em teu coração E dar-te-á paz!
Jesus, ó Jesus, enche-nos de Ti. Jesus, ó Jesus, enche-nos de Ti.
Ó, vem cantar com alegria Que Deus encheu teu coração E tuas mãos se elevam para O bendizer. Entrega-lhe as tuas dores E as tuas preocupações E Ele virá e tomará Conta de ti.
Animados pelo Espírito e revestidos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, sentemo-nos com Jesus à mesa e recebamos d’Ele o alimento que dá Vida. Expressemos a nossa gratidão, cientes dos dons que Deus nos concede, numa oração sincera de agradecimento ao Pai.
Agora, vamos escutar a Palavra do Senhor. Não é apenas a leitura dum texto, é Jesus a falar connosco através da voz de um de nós. Quem vai ler Jo 6, 51-58?
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é minha carne, que Eu darei pela vida do mundo». Os judeus discutiam entre si: «Como pode ele dar-nos a sua carne a comer?» E Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».
O que ouvi Jesus dizer? O que pensei ao escutar a Palavra do Senhor? Vamos aprofundar um pouco este texto…
Há quem diga que somos o que comemos e que o alimento pode influenciar de forma positiva ou negativa a saúde. A alimentação é a base da vida humana e sem ela ficamos fracos e sem forças para caminhar. Neste texto, Jesus fala de alimentação à multidão e aos seus discípulos e convida-os a comer o seu corpo e a beber o seu sangue. Muitos textos bíblicos proíbem severamente esta prática “porque a vida da carne está no sangue” (Lv 17, 10-11) e a vida não pertence ao homem mas a Deus. Daí o escândalo dos judeus que entenderam as palavras e Jesus de forma literal e não interpretaram a sua forma espiritual e o seu sentido mais profundo.
Comer e beber significa identificação com o Mestre Jesus não está a falar do seu corpo físico mas toda a sua pessoa, essa sim, deve ser assimilada. O objetivo que todo o discípulo de Cristo é chamado a alcançar é a identificação com o Mestre, é a união com Ele. Isto não pode acontecer materialmente, porque Jesus morreu e ressuscitou há muitos séculos, todavia, o seu gesto de amor total, dom da sua vida, podem ser representados todos os dias através dum sinal, dum sacramento. Durante a Última Ceia, Jesus deixou aos seus discípulos a sua pessoa, deixou-Se a Si mesmo, no sinal do pão, que se deve comer, e no sinal do vinho, que se deve beber. Nestes sinais, Ele está realmente presente e quem o recebe une-se a Ele, torna-se uma única pessoa com Ele, como diz o evangelho “aquele que Me come viverá por Mim”. Comer e beber Jesus Cristo é imitar os seus gestos de misericórdia, o seu olhar de compaixão, imitar o seu caminho de justiça, de verdade, de paz, imitar o seu amor pelo Pai.
Comer e beber significa ter comunhão plena com Jesus A comida é um ato pessoal porque ninguém se pode alimentar por mim. Na verdade, quando comemos, a comida passa a fazer parte de nós, integra o nosso corpo. Do mesmo modo, só alimentando-me de Jesus posso ter comunhão com Ele e Ele pode fazer parte de mim. Não basta fazer muitas comunhões para receber a graça do Senhor, é preciso entrar em comunhão com Ele mediante a ação de comer a sua carne e beber o seu sangue, isto é, entrar em comunhão do Jesus, permanecer com Ele e permanecer é estar ligado como os ramos estão ligados à videira. O gesto de aproximar-se da eucaristia significa acolher a Cristo, escutar e assimilar a sua Palavra, aceitando que ela entre dentro de nós, anime a nossa vida e se torne parte de nós próprios, como acontece com o pão.
Comer e beber significa ter vida plena Jesus resume em duas fórmulas paralelas, negativas e positivas, de grande significado simbólico e real a própria graça da eucaristia: “Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. (…) Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e eu nele.” Ter a vida, permanecer n’Ele como o próprio seio da vida divina, é a maior graça para um discípulo de Jesus, assim como para Jesus era essencial na sua vida permanecer no Pai e fazer a sua vontade. A vida do Pai é infundida no Filho que vive por esta vida divina, em comunhão com Ele. Assim, também a vida de Jesus é dada aos crentes que comem Jesus, o pão da vida, e recebem continuamente d’Ele a vida e a vitalidade evangélica, como os ramos unidos à videira. Esta comunhão vem quando o cristão deixa que Cristo entre na sua vida pela obediência da fé, pela fidelidade à Palavra e pela observância dos mandamentos.
Com o passar do tempo, o cansaço, a monotonia, o desencanto, as preocupações e os problemas que a vida traz, chegam a acomodação, a instalação, a tentação de “deixar correr” e passamos a viver a fé de uma forma “morna”, pouco empenhada, pouco consentânea com os compromissos que assumimos com Cristo. Sedentos por entrar em comunhão íntima e verdadeira com Jesus e permanecer com Ele, reflitamos:
Quando comungo, tenho a consciência clara de que fico intimamente ligado a Jesus e que Jesus fica comigo, a alimentar a minha vida a partir de dentro?
O que faço quando comungo? Fico em silêncio e sem pensar em nada, falo com Jesus, sinto-O presente, observo as outras pessoas… O que faço, habitualmente?
Como gostaria que Jesus se manifestasse quando comungo?
Que efeitos tem a comunhão na minha vida, no resto do dia e nos dias seguintes?
Deixo que Jesus entre na minha vida e me guie?
O alimento que Jesus nos oferece na eucaristia é a Sua própria pessoa e leva-nos a reviver os Seus gestos, as Suas palavras, a Sua paixão, morte e ressurreição numa comunhão total de vida com Ele; a Vida de Jesus passa a circular em nós e a animar tudo aquilo que fazemos. Comungando o “Pão vivo descido do céu”, revestidos de vida plena, sabemos que “pedindo, receberemos”. Façamos os nossos pedidos ao Pai.
Comprometidos a viver e a amar como Jesus, rezemos
Ó Jesus, Pão vivo descido do céu, como é grande a Vossa bondade! Aumenta a nossa fé em Vós! Fazei com que, ardendo de amor por Vós, só em Vós encontremos auxílio e consolação nos perigos, nas angústias e nas necessidades, fonte inesgotável de todas as graças. Suscitai em nós a fome e a sede do Vosso alimento eucarístico para que, saboreando este pão celeste, possamos gozar da verdadeira vida agora e sempre. Amém.
Maravilhados porque Cristo habita em nós pela comunhão íntima do Seu “corpo e sangue”, benzemo-nos