Semana de 9 a 15 de junho de 2024 X DOMINGO COMUM – Ano B
Decidamos onde iremos realizar este momento de oração. Pode ser num canto de oração que tenhamos, pode ser no campo, pode ser à volta da mesa da refeição, pode ser no sofá da sala. O importante é termos o conforto adequado, o silêncio necessário e a vontade de receber o Espírito Santo. Tenhamos também a Bíblia aberta em Marcos 3 e uma vela acesa.
Com desejo sincero de crescer na amizade e em comunhão com Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos a Deus, convidando-O a habitar em nós guiando-nos com a Sua Divina luz
Habita em mim, ó Senhor conforme prometeste, ó Pai tenho ouvido sempre o Teu chamar Te peço, ó Deus, habita em mim.
Habite em mim, Teu poder, preciso tantas decisões fazer dá-me essa tão preciosa luz Divina luz, habita em mim
pois me encontro em duras provas tão dificil é vencer necessito um guia dizendo a onde ir
Habita em mim, ó Senhor pelo espirito do Teu amor diz-me como devo caminhar vem, pois guiar, e habita em mim
O meu viver dou-Te Pai faz dele um feliz lugar onde possas com prazer morar eu Te amo ó Deus, habita em mim
Decididos a seguir Jesus, fazemos a nossa profissão de fé em Deus, renunciando ao mal e aceitando fazer a Sua vontade em todas as circunstâncias da vida. Sentindo a Sua presença, o Seu amor que brota no nosso coração e tantos gestos de bondade e boas obras inspirados pelo Seu espírito de luz, expressemos-Lhe a nossa franca gratidão, enumerando em voz alta, o tanto pelo que Lhe estamos gratos.
“Sentados ao Seu redor”, iluminados pelos dons do Espírito Santo e usufruindo dos nossos “olhos para ver e ouvidos para entender”, escutemos na voz de um de nós, o texto de Mc 3, 20-30
Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente, de modo que nem sequer podiam comer. Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «está fora de Si». Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu, e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás?» Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode aguentar-se. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado eterno». Referia-Se aos que diziam: «Está possesso dum espírito impuro».
Querendo estar verdadeiramente em íntima comunhão com Deus, precisamos perceber a Sua palavra… Atentemos à explicação.
O termo “casa” perpassa todo o texto deste evangelho que no seu início diz que “Jesus chegou a casa”, certamente a casa de Simão e André, em Cafarnaum. A “casa” no evangelho de Marcos aparece em oposição à sinagoga. Na sinagoga, Jesus enfrenta hostilidade e perseguição, em casa, Ele encontra a multidão que se amontoa a ponto de encher as ruas e que deseja ouvir os seus ensinamentos. Perante este sucesso, o evangelho mostra-nos dois tipos de reações:
Primeiro: os familiares de Jesus Estes não acreditavam que Jesus fosse o Messias e, depois de 30 anos em Nazaré, os familiares de Jesus viram a sua vida dum modo diferente e sem tranquilidade. Os parentes de Jesus não podiam ignorar que Ele era “mal visto” pelas autoridades. Jesus joga fora a sua reputação e transforma-se num dissidente que começa a dizer coisas estranhas. Jesus abandona a sua segurança, leva uma vida itinerante, sem residência fixa e um lugar “onde reclinar a cabeça”. Ele mostra-se muito disponível com o povo, sobretudo com os doentes e pecadores. Jesus era assim: primeiro as pessoas, servir, ajudar, curar, perdoar e, por isso, não tinha tempo para comer. Por conseguinte, os familiares de Jesus decidem reconduzi-l’O a Nazaré, a casa, porque, diziam eles, “está fora de si”, isto é, perdeu a sanidade, enlouqueceu.
A acusação é dramática, pois é feita pelos “seus”, ou seja, aqueles que Lhe eram próximos mas que se escandalizaram com o seu comportamento e ensinamento, recusando-se a reconhecer em Jesus o próprio Deus a agir. Jesus era tido como louco porque não seguia as normas das autoridades, estava com os pecadores, estava fora dos padrões e normas da sociedade de então. Como são considerados aqueles que preferem seguir os valores do evangelho e não os “valores” da sociedade? Como são considerados aqueles que se dedicam aos outros, ao serviço da paróquia podendo estar em casa tranquilos? Não são considerados de loucos?
Segundo: Os escribas Os escribas eram homens instruídos nas Sagradas Escrituras e aparecem aqui com propósito desqualificar e desacreditar a missão de Jesus aos olhos do povo e afastar as pessoas de Jesus, pois o seu ministério, sendo obra do príncipe do mal, coloca em risco a própria fé israelita cujo “Senhor da casa” é um só: Deus. Os escribas não poupam meios e vêm dizer que Jesus é impelido pelo chefe dos demónios, o que equivale a dizer que Jesus está possuído pelo demónio, ele é um endemoninhado. Ninguém nega os milagres e as curas de Jesus mas são feitas pelo poder do Maligno e não pelo poder do Espírito de Deus.
Eis a estratégia: desqualificar para desacreditar e, desta forma, destruir. Esta advertência é para nós. Em primeiro lugar, para estarmos atentos a todos aqueles que querem desqualificar o evangelho, apresentando-o como “coisa de louco” e desta forma impor as suas crenças e credos que, na maioria das vezes, são insanos e verdadeiros delírios coletivos. Em segundo lugar, cuidado com a inveja. Movidos pela inveja, vendo a bondade e as boas obras de uma pessoa, podemos acusá-la falsamente. A maldade com que, de maneira intencional, se pretende destruir a boa fama do outro é uma tentação a que devemos estar atentos e pedir a Deus que nos livre dela, porque este género de atitude destrói amizades, famílias, paróquias e até a sociedade duma forma geral.
É comum a tendência humana para se desculpabilizar, desresponsabilizar e autojustificar buscando a culpa fora de si, muitas vezes movidos por mentiras, inveja e com o propósito de desqualificar e desacreditar o outro, e a Deus Pai!
Sabendo que no Senhor está a misericórdia e a abundante redenção, poderá ser hora de assumir as nossas responsabilidades diante de Deus… Reflitamos.
Sou capaz de assumir a minha culpa diante de Deus, confiando na Sua misericórdia?
Como vivo a renúncia ao demónio e às suas seduções, prometida no ato do meu Batismo?
Que influência tem a fé na forma como olho o mundo?
De que modo deixo que a minha vida seja modelada pelo cumprimento da vontade de Deus?
“A vida cristã é uma luta permanente. Requer-se força e coragem para resistir às tentações do demónio e anunciar o Evangelho” (Papa Francisco). Quando abrandamos a vigilância e nos descuidamos, ficamos mais expostos ao veneno do ódio, da tristeza, da inveja, dos vícios, da maldade. Confiantes no Senhor, na força e coragem que nos concede, na Sua bondade, misericórdia e abundante redenção, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Numa atitude de fé e de confiança, rezemos
Deus Pai, que nos enviaste o Vosso Filho que se fez “louco” por amor à Vossa vontade, transformai-nos também a nós, em loucos. Loucos para aceitar qualquer tipo de trabalho e ir a qualquer lugar, sempre num sentido de vida simples, humilde, amando e promovendo a paz, a justiça, a restauração e a reconciliação entre os Homens, as famílias e as nossas comunidades.
Obedientes e transformados pela ação salvífica do Pai, do Filho e do Espírito Santo, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ámen.