Semana de 24 a 30 de julho de 2022 XVII Domingo Comum – Ano C
O momento de oração em família exige um espaço confortável e calmo que motive a partilha e inspire a transformação! Tenhamos uma Bíblia preparada em Lc 11, 5-13 e uma vela que acendemos para dar início à oração.
Com a certeza da inspiração divina, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Esta oração só fará sentido se estivermos em paz, se O sentirmos, se nos enchermos d’Ele… Vamos tentar?
Cada um de nós, partilha agora, em voz alta, o que quer agradecer ao Senhor
Quem faz a leitura bíblica de hoje? Ler com calma e pausadamente para escutarmos com atenção.
Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’. Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados e não posso levantar-me para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa. Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á. Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente? E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
Palavras simples e que dizem tanto. Reflitamos um pouco sobre o que acabámos de escutar.
Orar deve estar no centro do relacionamento com Deus e é um ato essencial para a sobrevivência espiritual de cada cristão. Se assim não fosse, Jesus não teria utilizado esta “arma” com tanta frequência. O objetivo da oração não pode ser fazer Deus funcionar para nosso uso como se fosse um mordomo, um computador ou um eletrodoméstico. A verdadeira oração tem como objetivo o relacionamento e a intimidade com Deus, como disse S. Clemente de Alexandria: “orar é manter a companhia com Deus”.
A falta de visão da oração como relacionamento conduz-nos ao erro de procurar extrair o máximo de Deus em nosso favor. Somos uma geração que vive numa sociedade de consumo e secularizada, por isso, a oração transformou-se num meio para resolver os problemas e obter conquistas. Não é privilégio da nossa época, pois também no tempo de Jesus, as pessoas procuravam-n’O para resolverem os problemas imediatos da sua vida: curar doenças, resolver problemas e saciar a fome. Na verdade, pensamos na oração como um meio de mudar a vontade divina e deve ser exatamente o contrário, como afirmou Soren Kierkegaard: “a oração não transforma Deus mas transforma aquele que ora”.
A base da verdadeira oração é fundamentada no nosso relacionamento com Deus, como uma relação de um filho com o seu Pai. É um relacionamento feito tanto de confiança como de dependência absoluta. Este relacionamento pede que, na nossa oração, coloquemos o interesse divino em primeiro lugar antes de apresentar o nosso pedido. A oração do “Pai Nosso” que antecede a parábola do amigo inoportuno é um padrão de oração que nos ajuda a organizar os nossos motivos a fim de que harmonizem com a vontade de Deus. Este relacionamento com Deus como Pai baseia-se no amor e, se um pai humano nunca dará uma cobra ao filho que lhe pede pão, Deus, como pai amoroso, muito mais dará aos que lhe suplicam o melhor do que eles precisam.
Este relacionamento com Deus é baseado numa procura de Deus feita com insistência. A insistência está presente em todo o ensino de Jesus. Devemos procurar o Senhor sempre, ser persistentes ao ponto de nos tornarmos inoportunos, como o hospedeiro da parábola. Na parábola do amigo inoportuno, Jesus motiva-nos a pedir. O “pedir”, nas nossas orações, pressupõe confiança num Deus pessoa com quem podemos ter comunhão. Ao pedirmos, esperamos uma resposta e isso implica fé no Deus que pode responder-nos. Jesus motiva-nos a “buscar”. Buscar é “pedir mais agir”, isto é um pedido com ação. Significa que a nossa petição deve ser sincera e acompanhada de atitudes diligentes que estão em consonância com o que estamos a pedir. Jesus motiva-nos a bater. O “bater” implica “pedir mais agir mais perseverar.
Procurar Deus com perseverança e insistência da maneira que Jesus ensina é suplicar pela presença continuada do próprio Deus na nossa vida. Importunar Deus de modo insistente é reconhecer que precisamos d’Ele, que Ele é o recurso ao qual podemos sempre recorrer, é reconhecer que só Ele nos pode ajudar, só teremos o que Ele nos der e só podemos viver com aquilo que Ele nos conceder.
Façamos da nossa oração um relacionamento profundo com Deus, busquemos Deus com submissão, sinceridade de coração, com a insistência que pudermos para que a oração possa transformar e mudar e nosso coração e possamos exclamar: “seja feita a vossa vontade”.
Em família, reflitamos e partilhemos as inquietudes que a Palavra de Deus nos provoca.
Com que frequência converso com o Senhor e peço a Sua presença na minha vida?
Faço-o com insistência como Jesus pede?
Na minha oração, só peço para mim ou peço para e pelos outros?
A minha oração ajuda-me a crescer no relacionamento com Deus ou serve para tentar colocar Deus ao meu serviço?
Sinto que a minha oração está a transformar e a mudar o meu coração para acolher e aceitar em primeiro lugar a vontade de Deus?
Em voz alta, peçamos a Deus o que mais nos apraz, não esquecendo de pedir por aqueles que não sabem “conversar” com Ele.
Conscientes das palavras do Pai Nosso, rezemos
Jesus, amigo de todas as ocasiões, ensina-nos a orar, a partilhar contigo, a desabafar, a pedir conselhos, a perguntar “o que queres que eu faça” e, sobretudo, a escutar-Te!
Com a certeza da permanência da Tua presença, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Dia 26 de Julho é o dia mundial dos avós e dos idosos (Dia de São Joaquim e Santa Ana). Fiquemos com a Mensagem do Santo Padre Francisco e com “O Vídeo do Papa”: