Semana de 3 a 9 de julho de 2022 XIV Domingo Comum – Ano C
Num lugar sereno do nosso lar, preparemo-nos para estarmos juntos, com Deus, em oração. Criemos um ambiente silencioso, sem distrações e tenhamos a Bíblia aberta em Lc 10,1-12.17-20 e uma vela. Quando sentirmos que estamos tranquilos interiormente e concentrados, iniciamos, acendendo a vela.
Crentes no amor, na bondade e no consolo de Deus benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Saciados pela abundância de vida que nos vem do Senhor, proclamemos-Lhe glória e louvor
Não fiques na praia com o barco amarrado, E medo do mar. Tudo aqui é miragem, mas na outra margem Alguém a esperar.
Como onda que morre sozinha na praia, Não fiques brincando… No mar confiante, ensina o teu canto De ave voando.
Voa bem mais alto, livre sem alforge, Nem prata, nem ouro, Amando este mundo, esta vida que é campo Que esconde o tesouro. (bis)
Ninguém te ensinou, mas no fundo tu sentes Asas p’ra voar. Nem que o céu se tolde e as nuvens impeçam, Tu não vais parar.
Há gente vivendo tranquila e contente Como eu já vivi. És águia diferente, céu azul cinzento Foi feito p’ra ti.
Voa bem mais alto livre sem alforge, Nem prata, nem ouro, Amando este mundo, esta vida que é campo Que esconde o tesouro. (bis)
Urge a missão de anunciar o “Reino” de Deus, não apenas com palavras, mas com gestos concretos de amor, de serviço, de perdão, de doação e de reconhecimento pelas dádivas e dons que recebemos. Dirijamos, em voz alta, os nossos agradecimentos a Deus Pai.
Escutemos na voz de um de nós, o texto de Lc 10,1-12.17-20 e hospedemos a palavra de Deus no nosso coração. Não basta ter ouvidos, é preciso que ouçamos com atenção…
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles: senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’. Mas quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça pública e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus’.
Acolhamos a Palavra semeada no nosso coração e tentemos compreendê-la para produzirmos frutos e estarmos preparados para o Seu anúncio.
Ao enviar 72 discípulos, Jesus ensina-nos algumas marcas da missão de anunciar o Evangelho.
A missão é universal O texto começa por informar que Jesus “designa”, escolhe 72 discípulos. Este número representa, segundo Génesis 10, a totalidade das nações pagãs que habitavam a terra depois do dilúvio. Significa que a salvação proposta por Jesus é universal, isto é, destinada a todos os povos, de todas as raças, línguas, nações e condição social. Todos são chamados a aceitar a salvação que Jesus realizou através da Sua Paixão, morte e ressurreição. Não podemos excluir ninguém do anúncio do Evangelho, ele deve ser anunciado a todas as pessoas sem distinção.
A missão é da comunidade Jesus envia os discípulos “dois a dois” à sua frente, isto é, como percursores. O facto de serem enviados pelo menos dois quer mostrar a credibilidade do testemunho, conforme Deuteronómio 19, 15, mas também mostra que o anúncio do Evangelho não é uma tarefa pessoal mas da comunidade, porque a dois é possível viver a fraternidade, a solidariedade, a ajuda mútua, o encorajamento no caso de desânimo e dificuldades. A presença de outro irmão é um convite a não ceder às tentações individualistas e egocêntricas. A missão não é feita por iniciativa própria e pessoal mas em comunhão com a comunidade. Nos Actos dos Apóstolos, ao narrar as missões, Lucas fala do envio de Paulo e Barnabé, Paulo e Silas, Barnabé e Marcos.
A missão tem um estilo próprio A bagagem para a missão deve ser leve. Os enviados não devem levar nada de material, dependendo apenas do Senhor, mas também podem confiar nos discípulos e nos amigos do próprio Senhor. Humanamente falando, as orientações dadas por Jesus deixam os discípulos numa situação de fragilidade. A pobreza material levava-os a depender da caridade alheia. Jesus pede para pôr plena confiança em Deus, vivendo a sobriedade e sem buscar ansiosamente meios de subsistência como o dinheiro ou apetrechos. A missão não se baseia sobre a vontade de dominar e ambição mas sobre a humildade, por isso os enviados vão “como cordeiros para o meio de lobos”.
A missão tem uma mensagem A mensagem a ser levada é muito curta e inclui o dom da paz no sentido mais completo para as pessoas e às famílias e, sobretudo, a mensagem de que o “está perto de vós o reino de Deus”. Tu podes fazer Deus reinar na tua vida, na tua história, no mundo em que habitas; deixa que Deus seja o Senhor, o único Senhor do teu coração e então o reino de Deus estará entre nós e em nós. Quem acolhe a mensagem e o Reino de Deus encontra a vida e a alegria e a missão de anunciá-lo aos outros.
A missão tem dificuldades/contrariedades Jesus adverte os discípulos que eles também poderão não ser acolhidos, poderão ser hostilizados, expulsos e até perseguidos. O que Ele viveu na sua vida poderá ser vivido pelos seus enviados. Neste caso, os discípulos não responderão com insultos, com maldições ou com hostilidade mas com mansidão sairão da cidade e sacudirão a poeira que se pegou aos seus pés, transferindo toda a responsabilidade pela rejeição da Palavra para aqueles que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do Evangelho. A recusa, portanto, não é recusa dos anunciadores mas do Reino de Deus.
Que este trecho do Evangelho nos estimule a acolher a mensagem do Evangelho e nos dê audácia, coragem e firmeza para anunciá-lo aos outros.
Jesus compreende que a Sua mensagem é difícil de proclamar e nem sempre é bem recebida. No entanto, precisa de “trabalhadores” completamente despojados de dinheiro, de sandálias, de congratulações, para anunciarem o Seu Reino. Na disposição de sermos Seus missionários, reflitamos.
Quais são as dificuldades e contrariedades que encontro na minha comunidade para que a missão de anunciar o Evangelho se possa realizar?
Participo da solução ou faço parte do problema?
Como participo ou posso participar na missão da minha comunidade?
Como pode a minha comunidade transmitir melhor a mensagem do Evangelho? Por que não apresentar alguma sugestão?
Que meios ou iniciativas poderiam ser usados na minha comunidade para ajudar na missão?
Reconhecemos que somos frágeis e sujeitos a forças hostis no nosso caminhar… Mas sabemos também, que Deus nos anima a segui-Lo e consola os nossos corações feridos, revitaliza a esperança e nos liberta do medo,… No Seu afago reconfortante, depositemos as nossas preces, em voz alta.
Enviados a ser discípulos para trabalhar na seara do Senhor, rezemos de mãos dadas
Mestre da seara, assistidos pelo Teu Espírito, ajuda-nos a sermos missionários do Teu Reino; “cordeiro no meio de lobos”, sem levar “nem bolsa, nem alforge, nem sandálias” pois cremos que a essência do Evangelho é amor, partilha e serviço, vividos na simplicidade, na humildade e no despojamento…
Enviados pelo Pai e felizes por O testemunhar, aceitemos a Sua benção, benzendo-nos