Semana de 19 a 25 de outubro de 2025 XXIX DOMINGO COMUM – ANO C
Os pequenos pormenores, normalmente, são os que fazem a maior diferença. Preparemos as condições para realizar este momento de oração com cuidado nos detalhes. Tenhamos a Bíblia aberta no capítulo 17 do livro do Êxodo e uma vela acesa para nos lembrarmos que Jesus está connosco.
Crentes que a fé partilhada e o apoio mútuo são fonte de vitória e segurança, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Confiantes no amor de Deus Pai, e porque Ele tem o melhor para nós, entreguemos-Lhe o nosso louvor
Elevo os olhos para os montes De onde vem o meu socorro Senão da tua forte mão Meu pai, grande é o teu poder Sentado num alto trono estás No mundo és tu minha porção Descansarei em ti Confiarei no teu amor
Sei que tens o melhor p’ra mim A tua graça é sem fim Quero aprender a confiar As tuas promessas são reais Não falharão jamais Quero aprender a confiarem Ti
A minha vida entrego em tuas mãos Descansarei em tua provisão Aba Pai
Já todos nós sentimos, em algum momento da vida, que jamais estamos sós, pois caminham ao nosso lado pessoas que nos levantam quando caímos; pessoas que nos sustentam quando fraquejamos, pessoas que nos recordam que o amor de Deus está sempre presente! Como filhos amados, e reconhecidos, façamos ao Pai a nossa oração de agradecimento.
Escutemos atentamente na voz de um de nós, a passagem de Ex 17, 8-13, que nos ensina que a fé partilhada e o apoio mútuo, são fonte de vitória e de esperança:
Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel. Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão». Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina. Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec. Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-no por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.
O texto desta oração diz-nos que Aarão e Hur colocaram-se ao lado de Moisés e sustentaram os seus braços e desta forma, Israel ganhou a batalha. A atitude silenciosa e discreta de Aarão e Hur transmitem-nos algumas lições:
Primeira: Ninguém vence sozinho Vivemos numa sociedade que nos ilude com a autossuficiência e que prega a independência num sentido individualista como um sinal de força. Expressões como “eu não preciso de ninguém” ou “eu safo-me sozinho” são vistas, em muitos casos, como virtudes. A Palavra de Deus mostra-nos o contrário porque Deus não quer que cada um de nós caminhe sozinho, Ele quer que tenhas ao teu lado pessoas que te levantem quando caíres, pessoas que te sustentem quando fraquejares, pessoas que te recordem quando te esqueceres. Moisés era um grande líder, escolhido por Deus, mas ele não venceu a batalha sozinho. Na verdade, Josué precisava da oração de Moisés, este precisava da força de Aarão e Hur e todos precisavam de Deus. É assim que Deus constrói as suas vitórias; na comunhão. A Igreja é o lugar onde aprendemos a vencer juntos. Quando participamos na Missa, rezamos em comunhão; quando fazemos parte da pastoral, lutamos juntos. A caminhada da fé não é isolada, mas é feita em comunidade, em família, em união porque ninguém vence sozinho.
Segunda: Apoiar o outro é um serviço divino O cansaço faz parte da caminhada e todos nós nos cansamos, seja um cansaço físico, emocional ou espiritual e por isso todos precisamos de apoio. Quando Aarão e Hur sustentavam os cansados braços de Moisés, eles não estavam só a ajudar fisicamente, mas estavam a participar da oração e da batalha. A Palavra de Deus lembra-nos que todos somos um só corpo com muitos membros (1 Cor 12) e apoiar o outro é reconhecer que estamos juntos, na mesma caminhada de fé, e que o cansaço e a luta de um afeta a todos. O nosso serviço ou missão espiritual não precisa de ser grandioso para ser sagrada, basta uma palavra de encorajamento, uma escuta paciente, um abraço nos momentos difíceis. Como Aarão e Hur, precisamos de estar atentos. Ser cristão é também perceber quem na minha casa, trabalho, escola, amigos, família, precisa de ajuda a sustentar os braços. Apoiar o outro não é uma tarefa secundária, mas é uma missão espiritual e divina e sem o apoio de Aarão e Hur não haveria vitória.
Terceira: O bem que fazemos pode não aparecer, mas muda tudo Aarão e Hur não estiveram em destaque na batalha, não foram eles que levantaram o povo nem comandaram a vitória, mas, sem a ajuda deles, a luta teria sido perdida. Num mundo de aparência e narcisismo, este episódio diz-nos que o bem silencioso sustenta a comunidade, a família, a igreja e o mundo. Nem tudo o que muda o mundo está nas manchetes de jornais e revistas, há muitos gestos que sustentam a vitória, fortalecem o coração e dão esperança. O bem que passa despercebido, como o sorriso que anima o dia difícil, o perdão que cura, o tempo dedicado, a ajuda discreta, a oração feita por alguém, será sempre recompensado por Deus. Sê fiel no serviço discreto, no amor escondido, na bondade que ninguém vê, porque Deus vê e Ele muda tudo. O bem feito no silêncio, sem aplausos, tem um valor eterno.
O bem feito no silêncio, sem aplausos; a fidelidade no serviço discreto, no amor escondido, na bondade que ninguém vê, serão sempre recompensados por Deus! E é nos momentos em que “os nossos braços nos pesam” que a oração é a nossa “arma” mais forte para vencermos e para, também nós, “sustentarmos” o outro! Reflitamos:
Quais são as “batalhas” que hoje enfrento, no trabalho, na família, na saúde, na escola?
Como mantenho o meu coração voltado para Deus?
Em que momentos da minha vida me senti cansado e alguém me ajudou a “levantar as mãos”?
Sou capaz de ser apoio para quem luta com dor ou dificuldade?
Confio que Deus age, mesmo quando os resultados não aparecem logo?
Deus não nos deixa lutar sozinhos! N´Ele encontramos a força que nos ajuda a vencer o cansaço e o amor que nos faz permanecer firmes nas lutas do dia a dia; Deus fortalece as nossas mãos, nutre de amor o nosso coração e dá-nos coragem para prosseguir! Entregues ao Pai, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Querendo ser sinais vivos de comunhão e esperança, rezemos
Senhor, ensina-nos a rezar com perseverança e confiança; fortalece as nossas mãos e o nosso coração; dá-nos coragem para sustentar quem está cansado, e humildade para aceitar ajuda quando somos nós a fraquejar. Que as nossas mãos erguidas sejam sinal de entrega e os nossos corações, lugar onde a Tua vontade habita para jamais perdemos a fé na Tua presença, mesmo nas lutas mais duras.
Certos que o Senhor nos abençoa e nos guarda, benzemo-nos.