Semana de 10 a 16 de agosto de 2025 XIX Domingo Comum – Ano C
Reunidos num local tranquilo, na presença de Deus, deixemos o coração em silêncio para O escutar. Ele está aqui, no meio de nós, pronto para nos ouvir, falar e encher-nos de paz. Preparemos a Bíblia em Lucas 12 e acendamos uma vela, cuja chama nos lembre os dons que Deus nos concede, na pessoa do Espírito Santo.
Disponíveis a receber a inspiração divina, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Por mim sofreu Por mim venceu Por mim se entregou Me encontrou Me transformou Amor maior nāo há
Deixou o Seu reino Pra me resgatar Trocou Sua glória Pra morrer em meu lugar Hoje livre sou, livre sou Espírito santo Vem me incendiar Vem com poder neste lugar Habita em mim, habita em mim Jesus
Herdeiro sou Amado sou Comprado pela cruz Me encontrou Me transformou Amor maior não há
Deixou o Seu reino Pra me resgatar Trocou Sua glória Pra morrer em meu lugar Hoje livre sou, livre sou Espírito santo
Vem me incendiar Vem com poder neste lugar Habita em mim, habita em mim
Jesus tu és fonte de todo o poder que me faz vencer Rei do Universo outro igual não há
Deixou o Seu reino Pra me resgatar Trocou Sua glória Pra me morrer em meu lugar Hoje livre sou, livre sou
Deixou o Seu reino Pra me resgatar Trocou Sua glória Pra me morrer em meu lugar Hoje livre sou, livre sou
Espírito santo Vem me incendiar Vem com poder neste lugar Habita em mim, habita em mim Jesus Jesus, Jesus
Com o coração desperto, atento e vigilante aos dons que Deus nos confiou, dirijamos-Lhe a nossa humilde e sentida oração de agradecimento.
Aprofundamos a nossa relação com Deus, escutando, na voz de um de nós, a “Palavra” anunciada em Lc 12, 42-48
Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘o meu senhor tarda em vir’; e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito ações que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».
Debrucemo-nos sobre a riqueza destes ensinamentos.
Este texto do Evangelho convida-nos a refletir sobre algo fundamental para a nossa vivência cristã: a responsabilidade diante dos dons recebidos. Jesus lembra-nos uma verdade que, embora seja simples, é profundamente exigente: “a quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá”. Partindo deste alerta, podemos tirar alguns ensinamentos:
Primeiro: Deus confia em ti O nosso Deus não é um tirano que fiscaliza, Ele é um Senhor que confia. Ele viaja, ausenta-se e deixa a casa nas mãos dos servos e com isto mostra que Ele espera de nós maturidade espiritual. Ele dá-nos dons, missões, tempo e espera que cuidemos como bons administradores. Não somos donos absolutos de nada, somos apenas administradores, chamados a usar o que recebemos para o bem e para o Reino de Deus. Deus confia, dá-nos dons e espera de nós uma resposta fiel.
Segundo: O perigo/tentação do comodismo “O meu senhor tarda em vir”, é o pensamento do servo infiel. Esta frase revela algo perigoso: a ideia de que temos tempo demais, que não precisamos de viver com seriedade agora, que dá para deixar “para depois”. O perigo do comodismo é que ele adormece a alma, paramos de crescer, de amar com intensidade, de procurar a vontade de Deus. O comodismo leva-nos a achar que “já fizemos o suficiente” e, desta forma, a nossa oração vira uma rotina vazia e preferimos o conforto da vida a enfrentar o desafio do Evangelho. O comodismo leva-nos a viver distraídos, adormecidos, esquecidos da missão mas Jesus alerta-nos que o Senhor virá numa hora inesperada.
Terceiro: A responsabilidade cresce com o dom Jesus recorda-nos que, quanto maior é o dom, maior é a responsabilidade, e isto é válido para tudo: dons espirituais, oportunidades, conhecimento, tempo, liderança, influência, talentos… Deus não dá à toa. Ele dá de modo confiante e haverá um momento em que Ele vai fazer um acerto de contas sobre o que fizemos com aquilo que recebemos. Os dons que recebemos não são um enfeite mas uma missão. O que tenho feito com aquilo que Deus meu deu? É a pergunta que se impõe. Talvez Deus me tenha dado um dom que eu tenho escondido, um tempo que eu tenho desperdiçado, uma fé que precisa de sair do comodismo, uma missão que não estou a desempenhar corretamente. Os dons são uma bênção mas também um compromisso que exige uma vigilância e responsabilidade constantes. É tempo de despertar não com medo ou pavor mas com coragem, amor e generosidade para responder ao tanto que Deus confia em cada um de nós.
Quarto: O Senhor pede-nos fidelidade Deus não espera que sejamos perfeitos no uso dos dons mas espera que sejamos fiéis e fiéis a começar pelas pequenas coisas. A fidelidade vive-se no quotidiano: na honestidade no trabalho, no cuidado com a palavra dada, no tempo dedicado à oração, na paciência em casa, no compromisso com a verdade. É nas tarefas simples que se revela o coração vigilante. Não esperemos uma grande missão para começar a ser fiéis mas devemos ser fiéis onde Deus nos colocou. A fidelidade é ser constante no bem mesmo quando ninguém está a ver. Deus ama-nos tanto que confia em nós, dá-nos os seus dons, entrega-nos responsabilidades e chama-nos a cooperar com Ele. Saibamos responder com generosidade e fidelidade.
Jesus lembra-nos que cada dom, missão ou responsabilidade que recebemos, é também um compromisso! A mensagem é clara: quanto mais recebemos, mais somos chamados a servir com fidelidade, amor e responsabilidade. Ele confia em nós para cuidar dos outros e anunciar a Sua palavra em cada gesto palavra ou escolha. Reflitamos:
Que dons, responsabilidades ou missões sinto que Deus me confiou?
Como tenho usado esses dons para servir a comunidade e testemunhar o amor de Deus?
Há algo que Deus me confiou e que eu ainda não estou a cuidar como deveria?
Que mudanças concretas posso fazer para servir melhor a Deus e aos outros?
Diante de Deus, que nos confia dons e responsabilidades para viver com amor e fidelidade, deixemos que o nosso coração se acalme… Neste momento de oração, de escuta, gratidão e compromisso, entreguemos os nossos pedidos a Deus.
Com o coração vigilante, rezemos com ardor
Senhor, fortalece a nossa fé, renova o nosso amor e inspira-nos a usar todos os dons para a Tua glória e pelo bem do próximo. Ensina-nos a sermos administradores fiéis, a cuidar com amor de tudo o que nos confias e a servir com alegria. Que quando vieres, possas encontrar-nos vigilantes e generosos, com o coração pronto para Te acolher.
Sabendo responder com generosidade e fidelidade aos dons que Deus nos concede, benzemo-nos.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Ámen.