Semana de 29 de junho a 5 de julho de 2025 SOLENIDADE DOS APÓSTOLOS SÃO PEDRO E SÃO PAULO – ANO C
Procuremos um espaço onde nos possamos recolher condignamente. Uma espaço onde possamos ser nós próprios, sem máscaras, sem teatros, sem fazer de conta. É necessário reconhecermo-nos como somos, com as nossas dificuldades e forças e, sobretudo, que não valemos nada até conhecer Jesus, o Ressuscitado! Tenhamos a Bíblia aberta em João 21 e uma vela acesa que leva as nossas mensagens ao alto…
Confiantes que o amor de Deus nos une e conduz, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos a Deus presente, sempre atento, que nunca nos vai deixar. Cantemos a Deus fiel e persistente, que teima em nos amar.
Deus presente, sempre atento Nunca me vais deixar Deus fiel e persistente Que teimas em me amar
Deus do impossível, sim tu és Jamais irás falhar
Eu nada Sou Mas teu amor Filho me tornou
Tu é o mesmo ontem, hoje e amanhã Tu és o mesmo, não mudarás!
Jesus insiste em tocar-nos com o Seu amor e convida-nos a renovarmos sistematicamente o nosso compromisso com Ele! A vivência desse amor, que não pode ser estática, transforma-nos em testemunhas ativas que se envolvem em gestos de bondade e atos de ajuda… E é tão fácil sentir o amor de Deus em ação, que traz felicidade, coragem e renovação. Por isso, digamos-Lhe a nossa sincera oração de agradecimento.
Na voz de um de nós, busquemos a verdadeira alegria em Cristo, escutando atentamente o texto de Jo 21, 15-19
Quando Jesus Se manifestou aos seus discípulos junto ao mar de Tiberíades, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros». Voltou a perguntar-lhe segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas». Perguntou-lhe pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava e respondeu-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te levará para onde não queres». Jesus disse isto para indicar o género de morte com que Pedro havia de dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».
Após a ressurreição, Pedro é restaurado pelo Senhor num encontro à beira mar. Através deste momento de renovação, Pedro vê-se transformado e torna-se um pilar para os primeiros cristãos. O amor de Cristo é capaz de restaurar até as vidas mais feridas, o amor de Cristo não apenas perdoa mas transforma as fraquezas em forças. O amor de Cristo oferece-nos a oportunidade de recomeçar, chama-nos a sair na nossa zona de conforto, a ser curados e a servir com mais determinação, como Pedro fez.
O que define a vida de Pedro é a coragem de se levantar, novamente, depois da sua queda e, com humildade, seguir o chamamento de Jesus até ao fim. A coragem de Pedro não foi uma coragem sem medo mas uma coragem que se baseava na confiança em Deus. Ele não tinha certeza em si mesmo em muitos momentos mas sabia que Deus estava com ele. No momento decisivo, quando Jesus perguntou “Pedro, tu amas-me?”, a resposta de Pedro não foi uma defesa da sua própria força mas um simples reconhecimento “Senhor, tu sabes que te amo” e assim Pedro ensina-nos a coragem de ser vulneráveis diante de Deus, ensina-nos a reconhecer as nossas fraquezas.
Pedro mostra que a verdadeira coragem não vem das próprias forças ou capacidades mas da força do amor de Deus, ou seja, a fonte da coragem está no amor profundo e incondicional de Cristo. A coragem de Pedro surgiu do amor a Jesus que ele sentia profundamente no seu coração. Este amor não é um amor superficial mas um amor que toca o fundo do coração e transforma a pessoa por completo. Um amor que dá sentido à vida, que impulsiona a ir além das próprias limitações e abraçar a missão com coragem, mesmo quando isso exige sacrifícios. Um amor que faz levantar após cada queda, seguir em frente apesar das dificuldades e, finalmente, dar a vida por Cristo e pelo Evangelho.
Como Pedro, não somos chamados a ter uma coragem que nos liberte dos medos mas uma coragem que nos permite agir no meio dos medos. Não somos chamados a ser perfeitos mas a ser fiéis. A coragem que Pedro demonstra é uma coragem que brota do reconhecimento de que Cristo é a nossa força, que a Sua graça nos sustenta e que Ele está connosco em todas as situações.
O mundo precisa da nossa coragem, uma coragem que nasce do amor de Cristo por cada um de nós. Talvez não sejamos chamados a ser martirizados da mesma forma que Pedro foi mas, certamente, somos chamados a ser corajosos no quotidiano, a testemunhar a nossa fé, a amar aqueles que nos cercam e a viver o Evangelho de maneira plena. Precisamos de coragem para viver de acordo com a verdade, para amar sem medida, para perdoar como Cristo perdoou e para ser testemunhas vivas da Sua presença num mundo que muitas vezes se esquece de Deus.
Como Pedro, somos chamados a viver com a coragem dum amor que não se retira mas que vai até ao fim, coragem que vem do reconhecimento de que, ao amarmos a Cristo, Ele capacita-nos a enfrentar qualquer dificuldade e a cumprir a missão que Ele nos confiou.
Somos chamados a ser corajosos no quotidiano, a testemunhar a nossa fé e a amar aqueles que nos cercam. Cristo é a nossa força e está connosco em todas as situações! Ele capacita-nos a enfrentar qualquer dificuldade e a cumprir a missão que nos confiou! Analisemos:
Como respondo hoje à pergunta de Jesus: “Amas-me?”
Do que abdico para seguir este amor incondicional?
Com toda a sinceridade, seria capaz de dar a vida por alguém ou por Jesus?
Admitindo que nunca serei perfeito, mantenho-me fiel aos ensinamentos e a seguir Jesus?
Até onde sou capaz de me dar, os meus dons, o meu tempo, a minha dedicação em prol dos outros de Jesus e da Igreja?
Como fez com Pedro, o Senhor anima-nos, cheio de compaixão e paciência! Ele dá-nos coragem para reconhecermos as nossas fraquezas, confiança na Sua misericórdia e generosidade para servirmos os irmãos. Ele não nos afasta quando falhamos… mas chama-nos a viver com coragem esse amor e a renovar a vontade firme de seguir Jesus, nosso guia e pastor. Com fervor, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Certos que o nosso amor ao Pai, mesmo que seja “imperfeito”, tem a intensidade da nossa entrega e fidelidade, rezemos
Senhor, à Tua pergunta “Amas-me?”, ajuda-me a responder com o coração e a transformar esse amor em ação; restaura-me para que possa “alimentar os Teus cordeiros” e cuidar dos mais vulneráveis… Que mesmo quando me sinta cansado ou envelhecido, possa estender as mãos ao Teu serviço, determinado a responder ao Teu chamamento “Segue-me”.
Deixando que o amor Deus nos transforme e inspire a viver para Ele todos os dias, benzemo-nos