Semana de 16 a 22 de março de 2025 II DOMINGO DA QUARESMA – ANO C
Nem sempre é fácil inspirarmos e espalharmos o Espírito Santo. Para este momento de Orar Em Família tentemos, todos, fazê-lo. Vamos motivar-nos uns aos outros, vamos promover um ambiente propício de forma a nos mantermos firmes no Senhor. Tenhamos a Bíblia aberta no capítulo 3 da Epístola aos Filipenses e uma vela acesa para nos iluminar espiritualmente.
A fidelidade de Deus é uma realidade irrevogável! Guiados por Ele e de olhos postos na cruz, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Libertos pela cruz, pertencentes a Deus, louvemo-Lo!
Em tempo de quaresma – de conversão e regresso a Deus – é importante encontrarmos mais espaço de escuta e diálogo com Deus…; é importante permanecermos firmes no Seu amor! De olhos postos em Deus, contemplando a Cruz, com reverência e alegria pela presença de Jesus no meio de nós, tornemos audível, a nossa sincera oração de agradecimento a Deus!
Seria divertido comparar a vida a uma “corrida de fundo” em direção a uma única meta: o encontro com Jesus! Tomemos impulso no percurso, escutando na voz de um de nós, o texto de Filipenses 3, 17-4, 1:
Irmãos: Sede meus imitadores e ponde os olhos naqueles que procedem segundo o modelo que tendes em nós. Porque há muitos, de quem tenho falado várias vezes e agora falo a chorar, que procedem como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição: têm por deus o ventre, orgulham-se da sua vergonha e só apreciam as coisas terrenas. Mas a nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo. Portanto, meus amados e queridos irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor.
Continuemos a esforçar-nos para atingir a meta final! Tentemos perceber a mensagem:
O apóstolo Paulo, que deu a vida pelo Evangelho, verifica que, na comunidade e igreja de Filipos, há “muitos” (não são poucos) cristãos que têm o nome de cristãos mas não o são. Paulo estava profundamente triste com o falso cristianismo, cristianismo barato e descomprometido com a cruz e, por isso, ele apelidou estes cristãos de “inimigos da cruz de Cristo”. Paulo não se refere a pessoas mundanas ou pagãs mas a pessoas que estão entre os membros da comunidade e negligenciam a parte central do Evangelho: a cruz de Cristo.
Paulo considera como “inimigos da cruz de Cristo” aqueles que utilizam o Evangelho para alcançar as glórias terrenas, status e reconhecimento pessoal. Estas pessoas talvez não desejem prejudicar a Cristo mas não somam em nada. “Inimigos da cruz de Cristo” são aqueles que estão dentro da Igreja mas não querem atender ao convite do Senhor, não seguem a Cristo, são pessoas que, se forem questionadas sobre Deus, Jesus e a até sobre a Igreja, dirão que gostam, concordam, são até “amigos do Evangelho” mas vivem de maneira diferente do seu discurso. São pessoas que não tiveram uma experiência de conversão, que se acham cristãs e declaram-se assim mas dão um péssimo testemunho. Paulo diz que o seu agir leva à perdição e porquê?
Primeiro: O deus deles é o ventre Esta expressão remete para uma idolatria de si mesmo, pessoas que só vivem para si mesmas, só pensam em si mesmas, tudo quanto fazem é fixar os olhos no seu próprio umbigo. O deus delas é elas mesmas. Este pensamento e forma de viver é completamente contrário à mensagem da cruz. A cruz é uma mensagem de renúncia, de abrir mão da própria vontade para viver a vontade de Deus. Se alguém não está disposto a isso, vive como “inimigos da cruz de Cristo”.
Segundo: Têm orgulho no que é vergonhoso Deus tem um padrão de vida que Ele aprova e espera dos seus filhos. Quanta diferença vai entre o padrão de Deus e a nossa forma de agir, quanta falta de preocupação se estamos ou não a agradar a Deus. Quantas pessoas praticam atos vergonhosos e se orgulham deles? Orgulham-se de levar vantagem sobre os outros mesmo com desonestidade, orgulham-se de viver sem Deus e chamam de tolos os que estão na igreja… Há cristãos que se não se envergonham dos seus pecados mas usam a internet para fazer publicidade deles.
Terceiro: “Só pensam nas coisas terrenas” Não é mal preocupar-se com as coisas terrenas mas é pecado SÓ pensar nas coisas terrenas. Muitas pessoas entregam-se à ganância e batalham por um reino aqui na terra. Quanto esforço por coisas tão passageiras. Para nós, seres humanos, procurar as coisas do Reino de Deus é muito complicado, difícil e ficamos sem tempo para o que é realmente necessário. Quem entende a mensagem da cruz, entende que a nossa vida aqui é uma passagem, é como um sopro, que tudo vai passar e não vai ficar por aqui e por isso preocupa-se com as coisas do céu, como deve fazer para agradar a Deus e levar outras pessoas a fazê-lo.
Se quero viver para mim mesmo, cumprir os meus desejos e paixões, não procuro conversão de coração, permaneço na indiferença e apatia espiritual e ignoro o apelo do Evangelho que me convida a renunciar a mim mesmo a tomar a minha cruz, então tenho de fazer uma séria análise e pensar se não estou a agir como “inimigos da cruz de Cristo”.
Inúmeras vezes reduzimos a vivência da fé a um conjunto de “coisas” que se executam mecanicamente, que se “despacham” e que não implicam grandes “investimentos”; cumprimos gestos que a religião estipula e, assim, sentimo-nos “em dia” com Deus e com a nossa própria consciência! Contudo… evitamos aquilo que é realmente exigente: a mudança do coração, o compromisso com Jesus, com a Sua cruz, e com o Evangelho! Reflitamos.
Neste tempo quaresmal, dou mais importância: aos “jejuns” e “abstinências” estipulados pela tradição da Igreja, ou à conversão, à mudança de vida, à escuta mais atenta de Deus?
Preocupo-me apenas com o meu bem estar e fico indiferente à sorte dos outros homens e mulheres?
O que é que eu, pessoalmente, necessito de mudar, na minha forma de pensar e de agir, a fim de me tornar um discípulo coerente e comprometido, que segue Jesus no caminho do amor?
O que posso fazer para contagiar os meus irmãos e irmãs com o meu entusiasmo por Jesus?
Proposta a partir da Eucaristia: Cada um deverá procurar ser, o mais possível, testemunha da Palavra de Deus na sua família, no seu grupo de amigos, no seu trabalho e com todos aqueles com quem se cruza.
Deus não falha e é sempre fiel às Suas promessas, mesmo quando nós escolhemos ignorar as indicações que Ele nos dá. Ele conhece as dificuldades da nossa luta diária, escuta-nos e, com paciência e amor de pai, insiste em estar connosco! Cheios de fé e esperança na Sua bondade, podemos conversar com Ele e, contar-Lhe as nossas dúvidas, inquietações e fazer-Lhe os nossos pedidos.
Nutridos de uma confiança total, de verdadeira escuta e silêncio interior, rezemos ao Pai
Senhor, o caminho que me apontas é duro e exigente e não sei se tenho coragem de o percorrer! Ouso dizer-Te, com alguma vergonha, que às vezes duvido de Ti e corro atrás de outras apostas, mais cómodas, mais atraentes e menos arriscadas… Peço-Te Pai, abre o meu coração, liberta-me dos desalentos, cobardias e dos medos que me paralisam!
Interiormente disponíveis para sermos transformados pela Cruz de Cristo, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Não terminemos este momento de Orar Em Família sem vermos, todos juntos, e partilharmos com amigos e familiares o Vídeo do Papa, deste mês: