Semana de 9 a 15 de março de 2025 I DOMINGO DA QUARESMA – ANO C
Quando nos propomos a realizar este momento de oração é porque acreditamos, é porque temos fé. No entanto, é exatamente a oração que nos dá a confiança, a estabilidade e as respostas às nossas dúvidas. Preparemo-nos e estejamos disponíveis a receber o Senhor no meio de nós. Tenhamos a Bíblia aberta no capítulo 10 da Epístola aos Romanos e uma vela acesa como sinal da presença de Deus.
Professando a nossa inabalável fé e confiança no poder e no amor de Deus, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Porque cremos em Deus e na Sua Palavra, que vive em nós e é a nossa verdade, louvemo-lo
Tu és minha vida, outro Deus não há Tu és minha estrada, a minha verdade Em Tua palavra eu caminharei Enquanto eu viver e até quando Tu quiseres Já não sentirei temor, pois estás aqui Tu estás no meio de nós Creio em Ti, Senhor, vindo de Maria Filho eterno e santo, homem como nós Tu morreste por amor, vivo estás em nós Unidade Trina com o Espírito e o Pai E um dia, eu bem sei, Tu retornarás E abrirás o Reino do Céu Tu és minha força, outro Deus não há Tu és minha paz, minha liberdade Nada nesta vida nos separará Em Tuas mãos seguras, minha vida guardarás Eu não temerei o mal…
Cientes que Deus é fonte de vida em abundância e que tudo o que temos provém da Sua generosidade, solicitude e amor, deixemos que a nossa boca Lhe pronuncie, em voz alta, a imensa gratidão que sentimos no coração, por tanto que d´Ele recebemos!
Um de nós proclama a Palavra de Deus na passagem de Rom 10,8-13.
Neste texto, Paulo diz-nos que a fé em Deus que veio ao encontro do homem deve ser proclamada de duas maneiras: com o coração e com a boca.
Primeiro: Acreditar com o coração A boca fala daquilo que o coração está cheio. Se tenho o coração cheio de coisas más, amargas, horríveis, ódio e inveja é isso que vai sair da minha boca. Se o meu coração está cheio de bondade, paz, amor, compaixão são essas as palavras que eu vou falar. Antes de confessar Jesus como Senhor, eu preciso de acreditar e acreditar com o coração.
Acreditar com a cabeça pode deixar a vida como ela era, mas acreditar com o coração é uma fé que será manifestada com a própria vida porque as afeições irão exercer influência sobre o entendimento e evidenciar-se na ação. A fé verdadeira está no coração, não reside no entendimento, na esfera do intelecto, não é resultado dum raciocínio e nenhuma educação a dará. A fé verdadeira está nas afeições e no coração.
Quando Jesus falou aos apóstolos dos seus sofrimentos e ressurreição é dito que eles “não entenderam”. Como os apóstolos, não temos faculdades para compreender a ressurreição, o nosso conhecimento é feito de imagens de mortes variadas, ela está estampada em cada pensamento que possamos nutrir. Devemos então acreditar com o coração no que não podemos compreender com a cabeça. Crês no teu coração que Deus ressuscitou o seu filho Jesus dos mortos? A ressurreição de Cristo é a nossa ressurreição e acreditar nela com o coração deve ser um motor na nossa vida. Este é o ponto para a segunda fase: confessar.
Segundo: Confessar com a boca Não podemos duvidar de que, desde o início, todos os cristãos foram obrigados a fazer, em algum momento, uma declaração pública da sua fé. Na época em que foi escrita a carta aos romanos, aceitar Cristo e confessá-l’O como Senhor resultava em perseguição e, finalmente, na morte, e quem o fazia indicava que tinha uma verdadeira fé e a força do Espírito Santo. Naquela época, os imperadores romanos declaravam-se deuses e senhores, superiores a tudo e a todos, e consideravam-se dignos de adoração. Jesus veio ao mundo para mostrar a sua soberania sobre quaisquer pessoas ou divindades criadas pelo ser humano. Paulo lembra-nos que o único que merece verdadeiramente o título de “Senhor” sobre tudo e todos é Jesus Cristo, lembra-nos também que Jesus é aquele que ressuscitou dos mortos e que venceu a morte para dar a cada um de nós a chance de perdão dos pecados e a vida eterna. Nenhuma pessoa, por mais que tentasse e quisesse, poderia fazer o que Jesus fez e por isso ele é o Senhor.
Assim, somos chamados a confessar exteriormente aquilo que cremos interiormente, isto é, confessar aquilo que creio e que o meu coração sente. No meu coração, eu preciso saber que Jesus fez tudo o que fez por mim e, em resposta, eu confesso, com todas as minhas forças e com o mais íntimo do meu ser, que Jesus é o meu Senhor e Salvador. Só posso fazer isto se eu já tiver incutido a fé no meu coração e esta influenciar o meu viver. Sem isto, a confissão de fé feita no dia do batismo ou no dia do crisma não passa de mera formalidade e raciocínio que não tem qualquer ligação com a vida real.
Começamos hoje, a percorrer o caminho quaresmal! Dispostos a sermos desafiados por Deus; a estarmos verdadeiramente envolvidos com Jesus, seguir atrás d´Ele, viver das Suas palavras e aprender com os Seus gestos, descobrimos o verdadeiro lugar que Deus ocupa no nosso coração! Ele chama-nos a dar testemunho, sustentados pelo Espírito Santo e pela nossa fé! Reflitamos com Jesus:
Falo sobre Deus com os meus amigos ou tenho vergonha de assumir a minha fé?
Acredito na ressurreição de Jesus? De que forma? Com que limites?
Sinto necessidade e obrigação de evangelizar?
O que poderia fazer, que não faço, de modo a transmitir a minha fé aos outros?
Proposta a partir da Eucaristia: Cada um deverá refletir e identificar aquilo que se propõe renunciar durante esta quaresma (fazer os compromissos quaresmais). Se nos ajudarmos, em família, será mais fácil…
Somos humanos, frágeis e vivemos numa sociedade que nos ilude, condiciona e arrasta para opções discutíveis, que muitas vezes nos afastam do projeto do Pai. Podemos não ter a mesma força de Jesus, mas Ele vai à nossa frente a apontar-nos o caminho! Dispostos a tentar, uma e outra e outra vez, sem desculpas e sem justificações, seguir o exemplo de Jesus, coloquemos sob o Seu manto, as nossas preces.
Inquietos para acolher no coração o Deus amantíssimo que nos guia e protege, rezemos-Lhe
Senhor, enche-nos do Teu Espírito, para que possamos progredir na fidelidade à Tua Palavra
Aceitando como lema: “Escutar o sonho de Deus” e ousando dar voz ao nosso coração revestido do amor do Pai, benzemo-nos