Semana de 2 a 8 de março de 2025 VIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C
Preparemo-nos para este momento em conjunto. Cuidemos do espaço, certifiquemo-nos que não seremos incomodados por telemóveis ou outras situações, tentemos estar serenos e de coração aberto para participarmos de forma fraterna e em família. Podemos ter a Bíblia aberta em Lucas 6 e uma vela acesa como sinal da presença de Deus.
Transparentes em gestos e palavras que “falam” da abundância do amor que transborda do nosso coração, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Levantemos as mãos a Deus, nosso refúgio e nossa força… Louvemo-Lo, para que abra os nossos olhos e o nosso coração, pois queremos “ver” Deus fiel e o Seu amor sem fim
Tem paz, há um que sara Sem fim, é o seu amor Sua graça, jamais se esgota Seu braço p’ro fraco força é
Sim eu vou crer – 2x
Levanto as mãos e volto a crer És meu refúgio, minha força és Abro meu coração E sim, eu recordo, Tu és Deus fiel para sempre
Tem paz, existe um rio Que flui da cruz do Calvário Há fonte para o sedento e graça que limpa o meu pecar
Sim eu vou crer – 2x
Levanto as mãos e volto a crer És meu refúgio, minha força és Abro meu coração Oh sim, eu recordo, Tu és Deus fiel para sempre
Levanto as mãos e volto a crer És meu refúgio, minha força és Abro meu coração E sim, eu recordo, Tu és Deus fiel para sempre
Sim eu vou crer, Sim eu vou crer Abre meus olhos, Eu quero ver Sim eu vou crer, Sim eu vou crer Abre meus olhos, Eu quero ver
Levanto as mãos e volto a crer És meu refúgio, minha força és Abro meu coração E sim, eu recordo, Tu és Deus fiel para sempre
Levanto as mãos e volto a crer És meu refúgio, minha força és Abro meu coração E sim, eu recordo, Tu és Deus fiel, Deus fiel Pr’a sempre
Sim eu vou crer – 2x
A nossa ligação a Cristo tem de ser renovada, cultivada e fortalecida a cada passo do nosso caminho! É sentados com Ele, à volta da mesa eucarística, que recebemos o Pão da Vida que transforma, frutifica e nos move a procurar “a verdade”. em cada um. para além das aparências! Tocados pelo amor de Deus, revelamos-Lhe, nesta oração de agradecimento, a gratidão que espontaneamente nos sai do coração!
Nem sempre o caminho é claro ao longo da viagem da vida. Escutemos, na voz de um de nós, as indicações, sugestões e orientações que Jesus nos propõe em Lc 6, 39-45.
Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão. Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem: e o homem mau, da sua maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração».
Deixemo-nos guiar por esta mensagem, compreendê-la e aplicá-la na nossa vida.
A sensação de ter um cisco no olho é algo muito aborrecido, é o tal do argueiro ou até da pestana. Eu posso tirar o cisco do meu próprio olho, derramando água no olho, mas não convém esfregar e é preciso lavar as mãos porque, se assim não for, corro risco de aumentar o problema. Muitas vezes não se consegue sozinho tirar o cisco do olho é preciso alguém que o faça. Desta experiência muito simples, Jesus tira uma lição muito séria: “Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, se tu não vês a trave que está na tua?”
Achar defeitos na vida dos outros é bem fácil, difícil é identificar os próprios erros e querer consertá-los. Na realidade, sempre olhamos e identificamo-nos com quem tem o argueiro, como “injustiçado” sendo julgados por alguém que está pior do que nós, mas será? Será que, ao pensarmos que temos só um cisco, não nos tornamos iguais ou piores que aqueles que nós pensamos ter uma trave? E será que não é uma trave que temos nos nossos olhos?
Numa das suas fábulas, Esopo conta que Prometeu ao criar o homem deu a cada um dois sacos, um que colocou na sua frente e outro que colocou atrás, ambos cheios de defeitos. O saco da frente contém os defeitos dos outros, o de trás contém os meus, por isso é que os homens não veem as suas próprias falhas mas nunca deixam de ver as dos outros. Neste sentido, Esopo ensina-nos que devemos começar a prestar atenção aos nossos próprios defeitos.
O desafio de Jesus é claro: “tira primeiro a trave”. “Tirar a trave” é remover um mal pior que o “argueiro”, é tirar o que atrapalha a nossa visão e não nos deixa ver bem, é tirar o que nos atrapalha de chegar perto para tirar o “argueiro”, é reconhecer sempre o que em mim é pior, é viver com humildade.
Ajudar os outros a consertar o que está mal é uma coisa importante e necessária, uma vez que somos responsáveis uns pelos outros mas, para tirar o argueiro do olho de alguém, preciso de estar a ver bem, não ter obstáculos na vista. Acontece que, muitas vezes, estamos com uma falha pior do que a que queremos consertar na vida dos outros. Dois exemplos: alguém que chega sempre atrasado não pode corrigir um colega que um dia se atrasou. Primeiro, cuida de ser pontual. Alguém que exige e critica tudo na paróquia mas nunca colabora com ela. Primeiro, cuida da tua colaboração. Não podemos exigir sem viver, não podemos cobrar aos outros aquilo que nós mesmos não fazemos. A hipocrisia é, justamente, estanhar o mal do outro quando a minha vida não é exemplar.
Precisamos de ajudar quem está ao nosso lado mas primeiro temos de consertar a nossa vida. Trata primeiro do teu próprio pecado, das tuas debilidades, das tuas fraquezas para depois, com compaixão, poderes lidar com a miséria do outro. Na ausência deste tratamento interior, corremos o risco de nos endurecermos nos nossos próprios erros a ponto de não os ver mais, além de nos tornarmos insensíveis em relação às fraquezas do próximo. Peçamos ao Senhor o Seu Espírito para que nos ajude a reconhecer a trave que nos impede de estar em condições de ajudar os outros.
Por vezes, a nossa “apreciação” e “avaliação” dos outros, é preconceituosa, injusta e superficial: apontamos os males, colocamos rótulos, criticamos, julgamos e condenamos sem misericórdia e sem compaixão. Conduzidos pela bondade e pelo amor de Deus, em busca do respeito pela dignidade e pelo valor do outro, com vontade firme de remover a nossa “trave”. reflitamos.
Que critérios uso para avaliar as pessoas que se cruzam comigo? O que é que decide a minha aceitação ou a minha recusa em acolher as pessoas que a vida traz ao meu encontro?
Procuro “a verdade” das pessoas para além das aparências, ou decido o “valor” das pessoas a partir de aspetos e impressões?
Como encaro as falhas, os erros, as pequenas e grandes imperfeições dos irmãos que caminham ao meu lado?
Sou tão exigente comigo como sou com os outros?
As palavras e os gestos que observamos, remetem-nos para o interior do ser humano, para o lugar onde nascem os nossos pensamentos, os nossos projetos, as nossas decisões, as nossas vontades e as nossas ações: o “coração”. Jesus, nosso verdadeiro guia e verdadeiro mestre, convoca-nos a purificarmos e a renovarmos o nosso coração! Com humildade e reconhecimento, coloquemos sob a sua orientação, o nosso coração e os nossos pedidos.
Caminhando, serena mas decididamente, em direção à verdade, à luz, à vida com sentido e sem “argueiros” ou “traves”, entreguemos ao Pai a nossa oração
Senhor, purifica os nossos olhos, o nosso coração e as nossas intenções para que assim, puros e melhorados por Vós, possamos ajudar o outro com maior propriedade!
Determinados a retirar a trave que está nos nossos olhos, abençoados pela Santíssima Trindade, benzemo-nos.