Semana de 23 de fevereiro a 1 de março de 2025 VII DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C
Procuremos um recanto tranquilo e acolhedor do nosso lar. Façamos silêncio, fechemos os olhos e esboçamos um sorriso, ao sentir a presença de Deus no meio de nós e no nosso coração! É fácil distrairmo-nos… não faz mal! Podemos recomeçar! Deus é paciente! Junto de nós tenhamos a Bíblia aberta em 1 Sam 26 e acendamos a vela.
Tendo em vista cultivar o amor gratuito, incondicional, ilimitado e sem fronteiras como centro da nossa identidade, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Tudo fala do amor de Deus: perfeito, grandioso, amoroso e apaixonado! É tão claro o recado desse criador! Louvemo-Lo!
As estrelas lá no céu O poeta e o papel Cada vale, cada flor Tudo fala de amor O caminho dos pardais Um bebé dormindo em paz Um sorriso encantador Tudo fala de um autor
Em tudo o que vejo ao meu lado Vejo bem claro o recado Existe um criador que é apaixonado
O poder de uma canção O bater do coração Primavera e verão De Deus, tudo é criação O caminho dos pardais Um bebé dormindo em paz Um sorriso encantador Tudo fala de autor
Em tudo o que vejo ao meu lado Vejo bem claro o recado Existe um criador que é apaixonado
Um Deus perfeito Tão grandioso, amoroso Apaixonado Tão infinito, detalhista, grande artista Apaixonado
Apaixonado por mim Apaixonado
Em tudo o que vejo ao meu lado Vejo bem claro o recado Existe um criador que é apaixonado
Apaixonado por mim Apaixonado Apaixonado por mim Apaixonado
Deus está sempre ao nosso lado, como um pai cheio de amor, de braços abertos para nos acolher com a Sua infinita bondade, paciência e misericórdia. Em voz alta, partilhemos um a um, a nossa oração de gratidão a Deus presente, nosso refúgio, nosso guia e nossa fortaleza, no meio das lutas e desafios da vida.
Escolhemos que vai ler hoje e, intimamente, peçamos a Deus entendimento e sabedoria para compreender a mensagem do texto de 1 Sam 26, 2.7-9.12-13.22-23
Naqueles dias, Saul, rei de Israel, pôs-se a caminho e desceu ao deserto de Zif com três mil homens escolhidos de Israel, para irem em busca de David no deserto. David e Abisaí penetraram de noite no meio das tropas: Saul estava deitado a dormir no acampamento, com a lança cravada na terra à sua cabeceira; Abner e a sua gente dormia à volta dele. Então Abisaí disse a David: «Deus entregou-te hoje nas mãos o teu inimigo. Deixa que de um só golpe eu o crave na terra com a sua lança e não terei de o atingir segunda vez». Mas David respondeu a Abisaí: «Não o mates. Quem poderia estender a mão contra o ungido do Senhor e ficar impune?» David levou da cabeceira de Saul a lança e o cantil e os dois foram-se embora. Ninguém viu, ninguém soube, ninguém acordou. Todos dormiam, por causa do sono profundo que o Senhor tinha feito cair sobre eles. David passou ao lado oposto e ficou ao longe, no cimo do monte, de sorte que uma grande distância os separava. Então David exclamou: «Aqui está a lança do rei. Um dos servos venha buscá-la. O Senhor retribuirá a cada um segundo a sua justiça e fidelidade. Ele entregou-te hoje nas minhas mãos e eu não quis atentar contra o ungido do Senhor».
Tentemos compreender melhor a mensagem para podermos aplicá-la na nossa vida
Saul perseguia David por inveja e, durante anos, andou atrás de David para o encontrar e matar. Neste texto, David tem hipótese de matar Saul mas não o faz. Alguns ensinamentos que podemos aprender com David na arte da misericórdia.
Primeiro: David recusa ceder à pressão Abisaí, sabendo o que Saul pensa e deseja, acha que Deus lhes deu uma oportunidade de matar Saul e exerce pressão sobre David para acabar com Saul. David entendeu que aquela era apenas uma circunstância da vida e assim não torna a situação espiritual, isto é, como uma oportunidade de Deus porque, para David, Deus não dá oportunidades para exercer o mal. Muitas pessoas incorrem no erro por tentarem espiritualizar tudo e colocar Deus em circunstâncias que nada têm a ver com o Seu caráter. “Olha que oportunidade, David. É Deus”, diriam. Cuidado com o exagero. “Deus falou”. “Deus disse-me”, “Deus revelou-me”. Cuidado para não colocar o “selo” de Deus nas tuas vontades. Deus só tem compromisso com a Sua Palavra. Às vezes, basta um pouco de bom senso e conhecimento bíblico para vermos que aquilo nada tem a ver com a vontade de Deus.
Segundo: Fé inabalável em Deus David recusa-se a tomar as rédeas da situação nas suas próprias mãos, confiando que Deus cumprirá as Suas promessas no Seu devido tempo. Este é um poderoso testemunho de fé e paciência de David. Ele acredita que Deus é soberano e que não é sua missão matar o “ungido do Senhor”, mesmo que esse ungido procure a sua vida para a matar. Esta é uma demonstração profunda de humildade e reverência pela autoridade de Deus. Esta fé em Deus possibilitou a David resistir à tentação de matar Saul.
Terceiro: Importância do perdão A misericórdia de David para com Saul destaca o tema do perdão e a importância de não retribuir o mal com o mal. David tinha todas as razões para matar Saul que, injustamente, buscou a sua vida e fê-lo viver como um fugitivo, no entanto, David escolhe um caminho mais elevado de misericórdia e perdão. Isto é um reflexo do próprio caráter de David, pois Deus é misericordioso e lento para se irar (Sl 103, 8). Há muito ódio no tempo em que vivemos e temos de fugir de todas as formas e expressões de ódio que nos podem tentar, como a David. Jesus ensinou-nos que os seus discípulos seriam conhecidos pelo amor e não pelo ódio. O ressentimento produz desejo de vingança e a cura está no perdão. O perdão é o remédio divino para o ressentimento e perdoar é uma questão de sobrevivência.
Quarto: Valor da vida e santidade do ungido de Deus David reconhece que Saul, apesar das suas falhas, ainda é o rei ungido de Israel. Este respeito pela unção de Deus é um aspeto crucial do caráter de David e da sua compreensão da ordem de Deus. Mostra que David vê além das circunstâncias imediatas e reconhece o plano divino mais amplo em ação. Como seria diferente se olhássemos uns para os outros como ungidos do Senhor, como templos do Espírito Santo, como alguém onde Deus habita. A vida do outro teria outro valor e entenderíamos o outro como alguém que tem potencial de santidade porque é templo de Deus.
Jesus convida-nos a perdoar, a amar quem nos odeia e insulta, a rezar pelos violentos, pelos inimigos e desafia-nos a pôr de lado a lógica retributiva do “olho por olho, dente por dente”; somos chamados a mostrar ao mundo, com a nossa forma de viver e de amar, a bondade, a ternura e a misericórdia de Deus, como “ungidos do Senhor”. Reflitamos:
Alguma vez confundi o que Deus me disse com aquilo que hipoteticamente desejaria que Deus me tivesse dito? Pior, alguma vez tentei colocar na Palavra do Senhor o meu pensamento estragado?
E, ao contrário, serei capaz de escutar a vontade de Deus e torná-la minha, adotando-a como sendo a minha vontade?
Esforço-me para ser empático, perceber o outro e, mesmo não concordando, aceitar e perdoar uma atitude dura e que me magoa?
Vejo Deus no próximo, no outro? Pelo menos tento?
Por vezes deixamos que o egoísmo tome conta da nossa vida… mas mesmo com a nossa intransigência, a nossa intolerância, a nossa rigidez, as nossas escolhas disparatadas, a cada instante, fazemos experiência da bondade, da misericórdia e da ternura de Deus! Protegidos com o Seu manto de amor, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Testemunhas da misericórdia e do amor de Deus, rezemos em uníssono com Jesus
Senhor, converte-nos e purifica os nossos corações, para que sejamos construtores de paz e de reconciliação entre os Homens, espalhando a Tua misericórdia pelo mundo.
Sustentados pelas bênçãos e misericórdia de Deus Pai, benzemo-nos.