Semana de 9 a 15 de fevereiro de 2025 V DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C
Quando nos dispomos a Orar Em Família, não sabemos o que esperar, não sabemos o que irá acontecer. Preparamos o espaço, reduzimos as distrações e abrimos o nosso coração na esperança de vir a ser um momento de louvor, agradecimento, reflexão e de prece… Mas, por vezes, talvez quando menos esperamos, surge um pensamento, um sentimento, uma voz que nos diz para irmos e nos fazermos ao largo… Experimentemos conversar com Jesus e perguntar especificamente o que Ele quer que façamos.
Dispostos a experienciar o mistério, sempre pessoal e íntimo, que é o chamamento de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
O Senhor fixa os nossos olhos, chama-nos pelo nome e mesmo não sendo sábios nem ricos, enche de amor e esperança, as nossas redes… Louvemo-Lo!
Tu, que nas margens do lago, Não escolhes nem sábios nem ricos, Queres somente que eu Te siga!
Senhor, Tu fixastes os meus olhos E quiseste meu nome chamar; E eu deixei o meu barco na praia, E contigo encontrei outro mar.
Tu, sabes bem o que tenho; No meu barco não há ouro nem prata, Somente as redes e o meu trabalho.
Tu, necessitas de mim, P’ra render os que estão cansados; E do meu amor, sinal de esp`rança.
Tu, pescador doutros lagos, Ânsia eterna dos homens que esperam, Meu bom amigo, muito obrigado.
Cada um de nós tem o seu lugar e o seu papel no projeto que Deus tem para o mundo e para os homens, pois Deus vem ao nosso encontro, entra na nossa vida, desafia-nos para a missão e pede, terna e humildemente, uma resposta à proposta que nos faz. Atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida, é tão fácil perceber a imensidão do Seu amor e carinho! Mostremos-Lhe o quanto Lhe estamos gratos!
Cultivemos intimidade com Deus e busquemos diálogo com Ele, aprendendo a escutá-Lo e às propostas que Ele nos faz em Lc 5, 1-11
Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
Enamorados por Deus e pela mensagem que escutámos, tentemos percebê-la melhor…
Este texto do Evangelho tem caráter vocacional e, neste sentido, Jesus convida Pedro e companhia a segui-l’O dizendo: “Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens”. Este desafio é lançado por Jesus a todos os seus discípulos. Na verdade, todos somos chamados, desde o dia do nosso batismo, a ser “pescadores de homens”, isto é, anunciar a mensagem de Jesus aos outros. O pescador é aquele que tem como missão manusear a rede e, neste texto, aparecem três atitudes que são necessárias para que a rede funcione bem e assim sermos “pescadores de homens”.
Primeira: Lavar. “Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes”. “Lavar as redes” significa um tempo de reflexão, organização e preparação. Os discípulos lavavam as redes porque tinham tentado pescar e não tinham conseguido nada. Enquanto lavavam refletiam sobre o motivo do insucesso e preparavam-se para uma nova tentativa. Uma rede suja torna-se pesada e não consegue apanhar os peixes. A rede limpa confunde-se com o movimento das águas e apanha o cardume. Com o tempo, as redes precisam de ser limpas e concertadas para tirar tudo o que possa atrapalhar e consertar possíveis defeitos de desgaste. Uma rede rota não serve de muito. Cada um de nós precisa de manter a sua parte da “rede limpa”. É importante que nos preparemos pela oração, pela eucaristia, pela leitura da Palavra de Deus, pelos sacramentos para a pesca, para a missão de fazer discípulos, para o anúncio. É preciso preparar a “rede” (lavá-la) e cada um tem de fazer a sua parte. Sem uma rede bem preparada não há boa pesca.
Segunda: Lançar. “Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca”. “Lançar as redes” significa o trabalho. Jesus manda os discípulos lançarem novamente as redes porque viu que já estavam prontas, isto é, limpas e deu a ordem. O objetivo da rede é ser lançada, porque uma rede guardada não serve para nada, e deve ser lançada em sintonia com a Palavra de Jesus. Como pescadores de homens precisamos de lançar a rede para cumprirmos a nossa missão e devemos fazê-lo nos diversos ambientes em que vivemos, a começar pela nossa família. O chamado corte de transmissão da fé, da vida espiritual e religiosa deve-se ao facto de não estarmos a lançar a rede como deve ser. É preciso lançar com as ordens do Senhor, com a sua presença e com o seu mandato porque sem Ele, como vimos no Evangelho, não se apanha nada. É preciso esticar a rede e lançar. Rede limpa e embrulhada não serve para nada.
Terceira: Puxar. “Encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam”. “Puxar as redes” significa receber o resultado do trabalho. É algo que exige esforço e não pode ser feito sozinho. Depois de lançada, passa-se algum tempo e o pescador sabe quando já pode puxar as redes. Se a rede for lançada e esquecida, o objetivo não será alcançado. É preciso ter consciência de que puxar a rede é tarefa de todos para que a rede fique coesa. Quando são poucos a puxar a rede perde coesão, pode-se romper e os peixes fogem, além disso os que puxam ficam cansados ou não conseguem porque estão a fazer o trabalho de outros.
Todos somos chamados a ser “pescadores de homens” por isso todos temos a missão de “lavar a rede”, “lançar a rede” e “puxar a rede”. A omissão prejudica gravemente a pesca e a missão da Igreja.
Que alegoria encantadora a do texto que contemplámos! Jesus vem caminhar na estrada dos homens; vem ao encontro dos mais pequenos, dos pescadores e pecadores; ensina-nos a fazermos de Deus o centro e a prioridade máxima dos nossos corações, e convida-nos a responder com generosidade aos Seus desafios, sem cálculos, sem medos, nem condições! Dispostos a aceitar a missão de “manusear a rede”, como “pescadores de homens”, reflitamos.
Preocupo-me em evangelizar? De que modo? (não valem desculpas)
Preparo-me para ser transmissor da fé?
Avalio as minhas estratégias e os meus resultados na pescaria de homens? Porquê?
Quais são os meus próximos passos na missão de evangelizar, transmitindo a Boa Nova a todos os que encontrar?
Apresentemos a Deus as nossas inquietações, dúvidas e incertezas… É na nossa fraqueza e fragilidade que se manifestam a Sua grandeza, a Sua força e a Sua santidade! Deus dar-nos-á a força, a coragem e o discernimento para superarmos os nossos limites e para fazermos o que Ele nos pede. Com as redes “lavadas”, lancemo-Las ao Pai, com os nossos pedidos, para nós e para os irmãos, na certeza de que, ao puxarmos as redes, alcançaremos as Suas bençãos.
Dispostos a fazer-nos ao largo; a “lavar, lançar e puxar a rede”, rezemos com o Mestre
Se tenho um jogo novo, aviso os meus colegas. Se sei uma receita nova, passo-a aos meus conhecidos. Se gosto duma série televisiva, incentivo os meus amigos. Se tenho fé, vou à missa, sigo os Teus mandamentos, conheço-Te, falo Contigo e vibro com a Tua presença… (podemos completar esta oração)
Com o compromisso de “lavar a rede”, “lançar a rede” e “puxar a rede”, benzemo-nos