Semana de 22 a 28 de dezembro de 2024 IV DOMINGO DO ADVENTO – ANO C
Para conseguirmos aproveitar este momento precisamos de paz e alegria. Paz entre nós e com Deus. Assim como alegria por estarmos a orar em família e pela certeza da sua presença. Tenhamos a Bíblia aberta no Evangelho de Lucas e uma vela acesa.
Encantados com a vinda de Jesus, O rei humilde e bendito fruto do ventre de Maria, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com Maria, a bendita do Senhor, o nosso ser exulta de alegria, floresce de esperança e entregamos a nossa vida, glorificando e louvando o Senhor.
Avé Maria bendita do Senhor Avé Maria bendita do Senhor Avé Maria bendita do Senhor Avé Maria bendita do Senhor
Avé Maria, bendita do Senhor Cheia de graça, o Senhor está contigo Bendita és tu, para sempre entre as mulheres Bendito o fruto do teu seio, Jesus
A minha vida glorifica o Senhor E o meu ser exulta de alegria Porque olhou para a sua humilde serva Para sempre me chamarão ditosa
Ele tirou os poderosos dos seus tronos E exaltou os humildes do seu Povo Porque é grande a sua misericórdia Para todos os que O amam de verdade
Feliz o homem que encontra no Senhor A sua força e a razão de existir Pois viverá para sempre na justiça E a sua casa florescerá na esperança
Deus, com o Seu amor infinito, insiste em apontar os caminhos que nos conduzem à abundância de vida, à paz, à harmonia e à felicidade plena… Intentos em sermos testemunho da Sua bondade, do Seu amor, da Sua misericórdia, da Sua compreensão e do Seu perdão, como Maria, a Bem-aventurada mãe de Jesus, reconheçamos as bênçãos que recebemos e expressemos a nossa gratidão a Deus.
Deixemo-nos fascinar pela atitude de obediência, de disponibilidade, de entrega e de júbilo, presente na mensagem de Lc 1, 39-47, que um de nós pode ler alto
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».
“Apressadamente” e exultantes, como Maria, tentemos compreender esta mensagem comovente
As visitas são sempre uma oportunidade de encontro entre amigos, parentes, vizinhos. Este texto do Evangelho fala-nos de visitas, neste caso, a visita de Maria à sua prima Isabel. O que leva Maria na sua visita?
Primeiro: Maria leva comunhão e intimidade O anjo de Deus disse a Maria que Isabel estava grávida de seis meses. Maria ficou feliz com tudo isto e quis ter uma atitude enfática: ela foi a casa do casal. Ir a casa de alguém é uma atitude que gera comunhão e intimidade. Hoje, com o advento das redes sociais, perdeu-se um pouco da comunhão pessoal, o olho no olho, mas precisamos de reatar esta velha e boa maneira de relacionar-se, não por chamada de vídeo e voz, mas por chamada ao vivo e cores. Maria poderia escrever uma carta e enviar por mensageiros, mas ela quis ir pessoalmente à casa de Zacarias e Isabel. Ela saudou Isabel de forma pessoal. Precisamos de pontes, de relacionamentos duradouros e para isso precisamos de encontros pessoais, precisamos de os sobrepor aos encontros virtuais, como já acontece na relação com o Senhor, onde muitas pessoas, que podem ir á Igreja, adotaram o género virtual e já não se deslocam à Igreja e à Eucaristia para o encontro presencial com Senhor mas optam pelo encontro virtual no conforto da sua casa. O ato de ir a casa de Isabel foi uma atitude de quem se quer relacionar corretamente com o outro, de quem deseja estar perto não apenas no choro mas também na esperança.
Segundo: Maria leva a paz Na saudação de Maria a Isabel não existe apenas o cumprimento de uma formalidade, de um costume de boa educação mas uma palavra de paz. A saudação que chega aos ouvidos de Isabel é “Shalom”, saudação própria dos judeus. Com a “missionária” Maria, já se verifica o que Jesus dirá aos seus enviados: “Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós.” (Lc 10, 5-6) “Shalom” é a abundância de vida e felicidade, é a realização das promessas divinas, ou seja, a presença do Messias com todas as suas bênçãos. O encontro de Maria e Isabel é um encontro de paz e de bênção. Como seria bom se os nossos encontros uns com os outros fossem para transmitir paz de bênção.
Terceiro: Maria leva alegria e a presença do Senhor A presença de Jesus provoca alegria e o gozo daqueles que esperam a concretização das promessas de Deus. A verdadeira alegria está na presença de Deus e na realização das suas bênçãos na nossa vida. O estremecer de alegria de João Batista no seio de Isabel é provocado pelo encontro com o Senhor. Nesta visita, Deus estava a visitar pessoalmente o seu povo. Maria era o veículo que Deus estava a usar para entrar em casa de Zacarias e Isabel. Maria leva Deus para aquela casa. Isabel representa o Antigo Testamento que termina e Maria, o Novo que começa. O Antigo Testamento acolhe o Novo com gratidão, confiança e alegria e reconhece nele o dom gratuito de Deus que vem realizar e completar as expetativas do povo. Como seria bom que nos nossos encontros uns com os outros comunicássemos e levássemos a alegria da presença de Deus nas nossas vidas, fossemos transportadores desse espírito alegre de que Deus quer vir ao nosso encontro para nos libertar.
No meio da onda de futilidade que nos submerge e que nos arrasta com a azáfama dos preparativos para a festa, pela corrida às “prendas”, pelo “ruído de fundo” das luzes, podemos perder de vista o espanto, a humildade, a alegria e a verdadeira contemplação da chegada de Jesus às nossas vidas. Com o exemplo de Maria, a bem-aventurada, aprendamos a experienciar, a partilhar e a evangelizar a comunhão, a intimidade, a paz, a alegria e a presença do Senhor! Reflitamos:
Cultivo a relação com os outros, priviligiando o contacto pessoal e presencial? Como faço isso?
Nas minhas interações com os outros, o tema é futebol e a vida dos outros ou, por outro lado, preocupo-me em ser portador de paz e alegria?
E a alegria da presença do Senhor, será que levo?
Qual terá sido a última vez em que, conscientemente, evangelizei, levei Jesus Cristo comigo e enchi o coração do outro?
A Virgem «que sai correndo», sempre que A invocamos, não demora a vir; é solícita. Apressa-Se, para estar perto de nós, apressa-Se porque é Mãe. «Nossa Senhora Apressada»! (Papa Francisco)
No regaço bendito, terno e acolhedor de Nossa Senhora Apressada, nossa mãe que nos acolhe e indica Jesus, coloquemos os nossos pedidos.
Querendo fortalecer e revitalizar a nossa intimidade com Deus, rezemos
Senhor, que és caminho, verdade e vida, ajuda-nos a percorrer os “passos que nos levam a Jesus”, como Maria fez ao levar alegria a Isabel. Que possamos ser portadores de amor e esperança, espalhando sorrisos mesmo nas dificuldades, sempre refletindo a Tua luz. Amen.
Com vontade de nos pormos a caminho, com o exemplo de Maria a mexer e estremecer em nós, benzemo-nos