Semana de 8 a 14 de dezembro de 2024 SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA
A nossa família está enriquecida com o presépio. Sabemos que Maria, José e o Menino estão sempre presentes, mas é mais fácil sentir a sua presença com o presépio junto a nós. Se for possível, seria interessante fazer este momento de oração junto ao presépio. Podemos colocar uma vela junto ao presépio, símbolo de Jesus que estará no meio de nós e uma Bíblia aberta no livro de Lucas.
Na presença da “Virgem cheia de graça”, de Deus connosco e do Espírito Santo, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Espreitar atrás da porta Descobrir um quarto escuro Inventar uma nova rota Deixar o porto seguro
Caminhar por entre as trevas A sorrir com confiança Saber que a mão que nos leva É a luz da nossa esperança
Contigo Maria vamos É em ti que encontramos A força para sonhar Contigo Maria temos A alegria que revemos Nos gestos do teu amar
Estar atento que a meu lado Pode andar alguém sozinho Correr sempre ao teu encontro Fazer da vida o caminho
Contemplar-te neste mundo A sarar todas as feridas Olhar cada vez mais fundo Ter nas mãos o dom da vida
Maria de Nazaré através de uma vida de diálogo, de comunhão e de intimidade com Deus, experimenta o encontro com Ele, confia totalmente n’Ele e aceita os Seus planos… Com o exemplo de Maria no coração e decididos a mostrar a nossa gratidão e disponibilidade para acolher com amor, oração e fé, as dádivas e propostas que Deus tem para nós, façamos a nossa oração de agradecimento.
Apelemos ao Espírito Santo que prepare o nosso coração para escutar, na voz de um de nós, a mensagem de Lc 1, 26-38
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?» O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Em 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX proclamava o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. Quando rezamos “Ó Maria, concebida sem pecado”, estamos a afirmar que Maria é imaculada, sem pecado. São Paulo, na carta aos efésios diz-nos que Deus nos escolheu para “sermos santos e irrepreensíveis”, isto é, imaculados e esta geração de chamados à santidade começa com Maria, a nova Eva. A santidade de Maria é exemplo para todos nós devido a alguns aspetos que devemos considerar:
Primeiro: porque o Senhor estava com Ela Esta afirmação do anjo é a chave da santidade de Maria. Deus é graça, vida, amor, santidade. Maria teve Deus sempre com ela e por isso ela teve sempre a graça divina, a vida divina, o amor divino, a santidade divina dentro dela. Se nós temos Deus dentro de nós, se vivemos, nos movemos e existimos n’Ele e por Ele, também seremos santos. O importante é viver de tal modo que Deus não tenha que ver-se obrigado a ir embora de nós, do nosso coração e abandonar a nossa casa interior. O importante é que Deus esteja sempre connosco. Enquanto Deus está dentro de nós, estará dentro de nós a sua graça, a sua vida, o seu amor, a sua santidade e deste modo, estamos mais aptos a viver uma vida imaculada.
Segundo: porque confia no projeto de Deus Maria disse “sim” a Deus porque tem uma grande confiança n’Ele e abandona-se nas Suas mãos. Maria confia que Deus, estando nela, tem um projeto para ela que a vai fazer mais ditosa, mais feliz e vai realizar a sua vida de forma completa. Isto exige que Maria prescinda de muitas coisas, aceite as dificuldades do caminho porque nem tudo são rosas, mas ela confia em Deus e essa confiança fá-la aceitar tudo o que vem de Deus porque, se Deus está com ela, não a abandonará.
Terceiro: porque teve disponibilidade para acolher o Senhor “Faça-se em mim”, é a decisão de Maria. Com este “sim”, Maria assume inteiramente o projeto de Deus e ao fazê-lo descentra-se totalmente de si própria e dos seus projetos pessoais para que deste modo Deus possa avançar livremente. Este “sim” não é uma decisão de momento mas vai prolongar-se no quotidiano de Maria e ao longo de toda a sua vida. Maria vai viver o seu “sim” no cuidado com os seus, nas tarefas quotidianas e na relação com todos os que a rodeiam e com ela convivem diariamente, tornando-se imagem do rosto amável e acolhedor de Deus. O “sim” de Maria ao projeto de Deus foi algo que ela procurou viver todos os dias na sua vida.
Quarto: porque foi fiel ao Senhor É fácil aceitar a vontade de Deus quando as coisas correm bem, quando parece que a vontade de Deus coincide com a nossa mas, quando as coisas ficam torcidas e não correm bem, nós queremos mudar a vontade de Deus em vez de mudarmos a nossa. O mérito de Maria está na sua constante fidelidade, na sua vontade de continuar a ser e a viver como a “escrava do Senhor” ainda que surjam momentos muito difíceis como a perseguição, paixão e morte do Seu filho. Aceitar a vontade de Deus e vivê-la em fidelidade é um dos segredos da santidade e é também nisto que Maria se apresenta como modelo para nós.
Dentro do silêncio, no dom materno do acolhimento, do desejo de agradar a Deus, da disponibilidade de servir, Maria, a “cheia de graça”, a “concebida sem pecado”, a “serva” do Amor, disse “Sim”, “faça-se em mim”… E do Seu ventre brotou o Verbo! Querendo desenvolver uma atitude de escuta, de entrega total e de disponibilidade alegre, para dizer Sim ao Senhor, reflitamos.
Tenho Deus comigo? Quando? Quando é que não?
Confio em Deus e confio no plano que Ele tem para mim?
Quando foi a última vez que disse um “sim” difícil a Deus?
Esforço-me para dizer o meu “sim” todos os dias?
Como reajo nas adversidades? Seguro-me e aguento-me no caminho com o Senhor?
Dediquemos as nossas orações a Maria, façamos a nossa Consagração e peçamos a Sua proteção para a nossa família.
No meio das nossas desilusões e dos nossos sofrimentos, da nossa finitude e do nosso pecado, dos nossos medos e dos nossos dramas, somos os filhos amados de Deus, “os eleitos” a quem Ele oferece o Seu amor infinito. Seguindo o exemplo de Maria, mostrando-nos disponíveis para acolher a vontade do Pai e vivê-la com fidelidade, ousemos colocar no regaço protetor e acolhedor da Virgem Mãe, os nossos pedidos.
Sabendo que Deus fez-se morada em Maria para que sejamos morada d’Ele, rezemos com fé
Avé Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen
Senhor, que és Palavra que dá vida em abundância, como Maria confiou em Ti, dá-nos a força para acreditar em nós mesmos. Ajuda-nos a aceitar o Teu plano de amor com coragem e a servir com humildade, sempre confiantes na Tua infinita graça. Amen.
Olhando para o presépio, com a esperança revigorada no Salvador, benzemo-nos.