Semana de 17 a 23 de novembro de 2024 XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
Por vezes é difícil compreender a mensagem de Jesus. Garantidamente que será mais fácil se nos prepararmos e nos disponibilizarmos para esse tempo de intimidade com Jesus de modo a ouvir o que Ele tem para nos dizer. Para isso é necessário prepararmos o espaço adequadamente, termos a Bíblia aberta em Mc 13, 24, encontrarmos uma posição confortável e darmos início a este momento acendendo uma vela no meio de nós.
Fiéis a Deus e sequiosos por um mundo novo de justiça, de felicidade, de paz e de vida verdadeira, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Jesus, por nós, acerta o Seu passo ao nosso caminhar. Busca-nos, encontra-nos e coloca a Sua força dentro do nosso olhar… Louvemo-Lo!
Eu por ti acertaria o meu passo ao teu caminhar Eu por ti o teu problema arcaria sobre mim E abraçaria o horizonte que trazes dentro do teu olhar.
Eu por ti, buscar-te-ia no mar da tua solidão Eu por ti, te encontraria no grito dos teus porquês Não pensando às minhas decisões E aos meus critérios se falas Tu.
Eu por ti, palpitaria pelos teus desejos, Eu por ti, daria voz às tuas mil razões.
Eu por ti, Eu por ti Perder-me-ia no teu pranto, cantaria o teu próprio canto Que esta força em mim, deixaria a ti primeiro, colher a flor do meu jardim
Eu por ti, faria ecoar no meu peito a voz da tua dor Eu por ti, suportaria a tua fragilidade, E ancorar-te-ia à minha mão, se fosses arrastado na maré
Eu por ti, faria minha a angústia que vive em ti Eu por ti, entregaria os meus trunfos à tua mão. Por ti sentiria a saudade, pelo fragor da terra que deixaste
Eu por ti, palpitaria pelos teus desejos, Eu por ti, daria voz às tuas mil razões.
Eu por ti, Eu por ti Seria o eco do teu canto, na apatia e na alegria. Que esta força em mim deixaria a ti primeiro, colher a flor do meu jardim
Com a Sua vida, com os Seus gestos, com as Suas palavras, Jesus ensinou-nos a fazer da nossa vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. Com a coragem do compromisso, procuramos viver fiéis aos valores de Deus e afirmar, de forma humilde, mas convicta, que acreditamos neles, nos dons que Deus nos deu e na renovação do mundo. Digamos ao Pai, tudo aquilo pelo que Lhe somos gratos.
Hoje, a leitura fica para o mais novo. Pode ser? Então, é para abrir a Bíblia e ler a passagem Mc 13, 24-32.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu. Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai».
Jesus discreto no templo… ultrapassa as aparências, vê o coração! Percebamos melhor a Sua prodigiosa mensagem:
A reta final do ano litúrgico é um convite a refletir sobre a Parusia, sobre a última vinda de Cristo, como professamos no Credo ao dizer: “de novo há de vir na sua glória para julgar os vivos e os mortos e o seu reino não terá fim”. O texto desta oração pertence ao capítulo 13 do Evangelho de São Marcos, o comumente designado discurso escatológico que foi pronunciado por Jesus, em Jerusalém, poucos dias antes da sua paixão e morte na cruz e que surge como resposta de Jesus à admiração dos discípulos com a beleza e esplendor do templo de Jerusalém (Mc 13, 1). Com o discurso escatológico e através duma linguagem profético-apocalíptica, Jesus pretende dar aos seus discípulos algumas indicações que animem e sejam esperança para a comunidade cristã de modo a enfrentar as dificuldades e perseguições que se apresentarão até à Sua última vinda.
Primeira indicação: Jesus anuncia a queda dum mundo “Depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas.” Estas imagens são fortes mas não se referem a uma catástrofe cósmica. Os astros aqui mencionados – sol, lua e estrelas – representam os poderes e as divindades pagãs às quais estes poderes estão associados. O sol e a lua eram adorados como divindades pelos romanos e egípcios e o imperador romano considerava-se como o sol, como uma representação da divindade. Ao falar do escurecimento do sol e da lua, juntamente com a queda das estrelas, Jesus está a dizer que os senhores e os deuses deste mundo não são os verdadeiros senhores e não são eternos. Por isso, não devemos colocar a nossa confiança e esperança nas “divindades” que o mundo nos apresenta e oferece, pois elas não são eternas e desaparecerão como a queda das estrelas.
Segunda indicação: Jesus anuncia o surgimento de um novo mundo “Hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória.” Jesus anuncia que na história humana vai acontecer uma viragem decisiva. A vinda gloriosa do Filho do Homem é o fim dum mundo dominado por todos os valores anti-evangélicos e o início dos “novos céus e da nova terra onde habita a justiça” (2 Pe 3, 13).
Esta mensagem de esperança e não de destruição deve encher de coragem e ânimo os crentes que, no seu esforço quotidiano de seguirem o Senhor Jesus, encontram tantas dificuldades e contratempos. Ante essas dificuldades, perseguições e “aflições” que vão enfrentar, os discípulos devem manter a sua fidelidade a Jesus e aos seus valores. Não é fácil manter a fidelidade em situações adversas, é mais fácil seguir Jesus quando tudo corre bem e quando isso não traz muitos incómodos. No entanto, mesmo na dificuldade e ante todas as adversidades devemos ser fiéis a Deus e não desistirmos de O seguir porque a aflição e a tribulação presentes não têm a última palavra, essa pertence a Deus e não aos senhores deste mundo que vai terminar.
Às dificuldades e contratempos, os discípulos de Jesus devem responder com a esperança que lhes vem da promessa de Jesus porque “passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão”. Assim sendo, aqueles que esperam a vinda do Senhor Jesus para instaurar os “novos céus e a nova terra” devem viver na alegre esperança, numa esperança ativa que faça agir e atuar em função daquilo que se espera.
Deus é o arquiteto do mundo novo que irá surgir. Ele associa-nos à Sua obra e convoca-nos para trabalharmos ao lado d’Ele na concretização desse projeto. Não podemos ficar de braços cruzados à espera que o mundo novo caia do céu; somos chamados a anunciar e a construir, com a nossa vida, com as nossas palavras, com os nossos gestos, esse mundo novo que está nos projetos de Deus. Reflitamos:
Quais são as divindades ou valores do mundo moderno que nos podem desviar da verdadeira esperança?
De que forma a fidelidade a Jesus pode ser desafiadora em tempos de adversidade?
Como posso viver uma esperança ativa no mundo de hoje?
Sou pessimista e derrotista em relação ao futuro?
Qual é o meu maior segredo para manter o sorriso presente nos lábios?
Deus está sempre disponível para nos justificar, para nos abraçar e para nos acolher. Conscientes que o amor e o perdão de Deus nos ajudam a enfrentar e a superar a nossa fragilidade e que a certeza da misericórdia de Deus nos liberta da angústia e da opressão que o pecado nos provoca, gerando uma esperança ativa em “novos céus e a nova terra”, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Aceitando ser protagonistas, ao lado de Deus, na construção de um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano, rezemos
Meu Deus e meu tudo, apesar de minhas ingratidões e negligências em Vos servir, continuas a atrair-me ao Vosso amor. Aqui estou, e não quero resistir mais.
Jesus, minha esperança, minha força e meu consolo, dai-me força para que eu Vos seja fiel; dai-me luz e ajudai-me para que eu Vos queira obedecer. Jesus, eu me ofereço e me abandono inteiramente em Vós, a fim de unir-me Convosco a Deus.
Na certeza de que as palavras de Deus, que vêm instaurar “ novos céus e a nova terra” jamais passarão, benzemo-nos.