Semana de 20 a 26 de outubro de 2024 XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
Ao preparar o espaço para a oração, deixemos tudo a um canto: bíblia fechada, vela apagada e tudo aquilo que possamos vir a utilizar (uma manta, umas almofadas, um telemóvel, tablet ou computador, óculos, isqueiro ou fósforos, …). Deixemos as janelas, os estores, persianas, portadas ou cortinados abertos se for para fechar ou fechados se for para abrir. Deixemos as luzes desnecessárias acesas e as necessárias apagadas. Já deu para perceber a ideia. No momento de se iniciar este momento de Orar em Família, avaliemos, entre todos, quem se disponibilizou para fazer o que era necessário ser feito…
Crentes que uma vida humilde, fecunda em amor, entrega e serviço àqueles que caminham connosco é uma vida plena de sentido, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos Jesus, que é vida em nós, pelo Seu amor sem fim e por tomar o nosso lugar na cruz, para que possamos ter Vida!
O meu falar E o meu pensar São para Ti O meu sorrir E o meu sorrir São para Ti Dono do meu ser Por mim foste morrer Tomaste o meu lugar Na cruz P’ra que eu possa viver Para Ti, para Ti eu viverei Me curvo diante do meu Rei Porque é sem fim O amor que encontrei Jesus És a vida em mim P’ra sempre Te amarei
O meu cantar E o meu sonhar São para Ti A minha dor E o meu louvor São para Ti Dono do meu ser Por mim foste morrer Tomaste o meu lugar Na cruz Para que eu possa viver Para Ti, para Ti eu viverei Me curvo diante do meu Rei Porque é sem fim O amor que encontrei Jesus És a vida em mim P’ra sempre Te amarei
O meu cantar E o meu sonhar São para Ti A minha dor E o meu louvor São para Ti Dono do meu ser Por mim foste morrer Tomaste o meu lugar Na cruz P’ra que eu possa viver Para Ti, para Ti eu viverei Me curvo diante do meu Rei Porque é sem fim o amor que encontrei Jesus és a vida em mim P’ra sempre Te amarei
Nos gestos de serviço, de doação e de entrega, que são sinais vivos de Deus no meio dos homens, “vemos” o rosto bondoso e terno de Deus, e o Seu amor “a fundo perdido”, sem condicionantes ou exclusões… Com humildade e reconhecimento da Sua presença em nós, façamos a nossa oração de agradecimento a Deus, em voz alta.
A palavra de Deus é dinâmica e geradora de vida. Escutemos a texto de Mc 10, 35-45, na voz de um de nós.
Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?» Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?» Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».
Deixemo-nos transformar e renovar com a mensagem que podemos inferir deste texto
Este texto do Evangelho apresenta-nos um pedido, que mais parece uma ordem ou exigência, feito por João e Tiago a Jesus. Percebemos, pela resposta de Jesus, que Ele não atende ao pedido e isto tem a ver com algumas razões que podem servir de lição a todos nós para não cometermos os mesmos erros daqueles discípulos nas nossas orações. As razões que aqui apresentamos não têm qualquer ordem de preferência mas são todas importantes.
Primeira: O pedido não tinha em conta o projeto de Deus e a pessoa de Jesus Depois de três anúncios explícitos da paixão, é inadmissível que os discípulos ainda lutem por formas de poder terreno, alimentando pretensões e privilégios. Eles imaginavam Jesus como o Messias segundo as expetativas políticas de Israel: um guerreiro que combateria os dominadores até expulsá-los do território e, finalmente, restabeleceria o antigo reino de David em Jerusalém. Na realidade, temos aqui uma verdadeira afronta a tudo o que Jesus tinha ensinado a respeito de si e do seu projeto de Reino de Deus. Eles não tiveram a menor compreensão do que Jesus acabara de anunciar: que Ele seria traído, condenado, escarnecido e morto. É como se Jesus tivesse descrito uma coroação luxuosa com pompas e honras de estado e não uma vergonhosa humilhação pela qual Ele teria de passar. Este Messias glorioso não é o verdadeiro Jesus nem o projeto de Deus e por isso o pedido não poderia ser atendido.
Segunda: O pedido era egoísta e procurava a exaltação pessoal Na luta pelo poder, pela fama, pelo dinheiro, pelo status social, muitas pessoas não medem as consequências. Galgar degraus mais altos na vida sem se importar em pisar pessoas, roubar, difamar e, alguns casos, matar, tem sido o grande problema da humanidade. Este tipo de procura chegou às “barbas” de Jesus. O pedido de Tiago e João manifesta orgulho e exaltação pessoal em detrimento dos outros. Nas orações, fazemos pedidos a Cristo e ainda bem mas o problema aqui é que este pedido estava totalmente centrado neles mesmos e não tinha qualquer intenção no Reino de Deus. A sua preocupação estava centrada com o “seu reino”, com o seu egoísmo e por isso o pedido não podia ser atendido porque era para glória e exaltação pessoal.
Terceira: O pedido dividiu o grupo/comunidade Tiago e João afastaram-se do grupo e aproximaram-se sozinhos de Jesus. Eles não necessitavam dos outros e querem ficar com os lugares mais privilegiados e serem os primeiros no projeto de Jesus, tal como eles o imaginavam. Eles querem que Jesus os coloque acima dos outros. O resultado desta ridícula ambição dos dois irmãos é a divisão da comunidade: “Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João”. À medida que os projetos individuais são evidenciados, a unidade é quebrada. A procura de honras e protagonismos sempre rompe a comunhão da comunidade cristã e gera confrontos e divisões. A reação de indignação dos outros dez demonstra que também eles pensavam como os dois irmãos e revoltam-se por rivalidade porque também eles queriam os dois lugares de destaque. A comunidade, afetada pela ambição, marcada pela rivalidade e ambição, estava completamente ameaçada e por isso Jesus não podia atender este pedido.
Por vezes deixamo-nos seduzir por projetos pessoais de ambição, de poder e de domínio e dirigimo-nos a Jesus, não para Lhe apresentar os nossos pedidos respeitosos; mas para reivindicar, como se nos sentíssemos com direito inquestionável a um determinado privilégio! Reflitamos se as ambições que guardamos no coração assentam sobre a “lei” do amor e do serviço.
Tento conhecer e perceber quem é Jesus e o que quer de mim ou moldo-o da forma que eu quero e forço para que se faça a minha vontade?
Nas minhas orações, peço por mim, para mim e tão somente pensando em mim? Ou peço para ser melhor para os outros, peço pelos irmãos e tenho o Reino de Deus como foco das minhas preces?
Procuro ser o centro das atenções, exibir-me ou ser protagonista ao serviço do Senhor?
Como posso colaborar e servir na minha comunidade paroquial e na minha Igreja? Como posso ajudar a promover a unidade da minha comunidade?
Rezemos para que a Igreja continue a apoiar de todas as formas um modo de vida sinodal, sob o signo da corresponsabilidade, promovendo a participação, a comunhão e a missão partilhada entre sacerdotes, religiosos e leigos.
Aqui estamos, Senhor! Disponíveis para a tua missão. Somos Igreja porque Tu nos convocas e nos convidas a viver este chamamento. O Papa, sucessor de Pedro, diz-nos que na tua Igreja há lugar parta todos, todos, todos… e pediu-nos que não façamos dela uma alfândega que permite a entrada de alguns, que cumprem os requisitos, e não de outros. Cremos numa Igreja para todos, sem exceção? Quantas vezes anulamos o que não nos agrada, ou deixamos de fora os que pensam de modo diferente! Tu, pelo contrário, contas com todos, acolhes todos e confias em todos. Ajuda-nos a sentir que a tua missão é corresponsabilidade de todos e não apenas de alguns; que neste jogo somos todos titulares e ninguém é suplente. Senhor, convence-nos de que ninguém é mais importante, que todos fazemos falta, porque Tu nos amas. Ámen.
Jesus partilhou a nossa humanidade, constatou a nossa fragilidade, experimentou a nossa luta, entende as nossas fraquezas e compadece-se de nós: Ele, que nos escuta e compreende, é o nosso intercessor perfeito junto de Deus. Deixemos que Jesus leve os nossos pedidos ao Pai, com fé.
Dispostos a “beber o cálice” que Jesus vai beber e a “receber o batismo” que Jesus vai receber, rezemos
Senhor Jesus, leva-me a escolher sempre o caminho do serviço feito na gratuidade, para eu me sentir grande junto de ti.
Ousando ser testemunhas e sinais do amor e da bondade de Deus na vida dos seus irmãos e irmãs, benzemo-nos