Semana de 22 a 28 de setembro de 2024 XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
Preparemos esta oração para o Senhor. Se prepararmos o espaço para Ele e para os outros, com certeza será ótima para nós, mas o contrário nem sempre é verdade. Tenhamos connosco uma Bíblia, aberta na Epístola de Tiago, e uma vela acesa para nos lembrar que Jesus está no meio de nós.
Determinados a ser arautos e sinais da bondade e do amor de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Jesus está em nós! Escutemos a Sua palavra que alimenta e louvemo-Lo.
Querido pai Obrigado pelo teu amor Pela tua segurança E por tua paz que inunda meu ser
Perdoa Deus o meu errar Por prometer e em seguida falhar Por te trocar pelo que o mundo pode dar Quando tu és tudo o que eu preciso
Ouve Deus, o meu clamor A minha alma chora, pedindo socorro Reconheço que nada sou sem o teu favor E eu estou a aprender a amar
Sim, a tua presença me acalma Me agarras e eu sei, sou teu Faz a tua vontade em mim Ensina-me a amar como me amas a mim
Deus irrompe na nossa vida com uma força irresistível, toma conta de nós e envia-nos; Ele “elegeu-nos” e “adotou-nos como filhos” fruto do Seu imenso amor por nós, um amor que é gratuito, incondicional e radical. Respondamos a esta extraordinária iniciativa de Deus, que, com o Seu amor infinito, nos cumulou das Suas bênçãos, fazendo-Lhe a nossa sincera oração de agradecimento.
Procuremos desenvolver uma ligação forte com Deus, através de uma escuta atenta da Palavra de Deus, em Tiago 3, 16 – 4, 3
Caríssimos: Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções. Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia. O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz. De onde vêm as guerras? De onde procedem os conflitos entre vós? Não é precisamente das paixões que lutam nos vossos membros? Cobiçais e nada conseguis: então assassinais. Sois invejosos e não podeis obter nada: então entrais em conflitos e guerras. Nada tendes, porque nada pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, pois o que pedis é para satisfazer as vossas paixões.
Os conflitos fazem parte da vida humana e é incrível como nós, seres humanos, somos tão propensos a eles. Facilmente, encontramos razões para um conflito sobre qualquer coisa. Basta estar atento e encontramos múltiplas histórias de conflito: conflito entre nações, dentro da própria nação e sobre todos os tipos de coisas, conflitos na igreja e entre os seus membros, no trabalho, nos diversos grupos humanos e associações, na política, na família, entre irmãos, etc, etc. Qual a razão de tudo isto? Seria possível viver em paz e sem conflitos? Neste texto, São Tiago fala de conflitos e apresenta uma das razões para que eles aconteçam: a inveja.
Na sua raiz etimológica, a palavra “inveja” (invidia em latim) remete para a ideia dum olhar negativo ou descontente em relação ao que é visto, especialmente em relação às qualidades, posses ou conquistas da outra pessoa e isto desperta sentimentos de ressentimento ou desejo intenso de possuir o que é do outro. Por isso a inveja aparece muitas vezes associada à cobiça. Assim, bom, bonito e importante é sempre aquilo que os outros possuem, daí o ditado popular: “a galinha da vizinha é sempre mais gorda do que a minha”.
Algumas das razões pelas quais a inveja se torna causa de conflitos: A inveja produz ódio e é incompatível com o amor A inveja aparece em diversas passagens da Bíblia. Logo, no livro do Génesis (Gn 4), encontramos um episódio clássico de inveja, quando Caim, movido pela inveja, odiou o seu irmão Abel e o assassinou. O rei Saúl é outro exemplo. Depois de David matar Golias, as mulheres entoavam um cântico de louvor a David que deixou Saúl furioso e daí em diante Saúl olhava para David com inveja e tentou matá-lo (1 Sam 18, 7-11). São Paulo, na primeira carta aos coríntios diz-nos que a inveja é contrário à natureza do amor verdadeiro ao escrever: “O amor é paciente,o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso” (1 Cor 13, 4). O invejoso não pode amar verdadeiramente e aquele que ama verdadeiramente não sente inveja pois o amor alegra-se com o bem dos outros. Se nascemos para amar é preciso que eliminemos qualquer resquício de inveja que possa haver no nosso coração. Na realidade, é necessário mudar o olhar, recordando a etimologia da palavra, e transformá-lo num olhar alegre quando vemos algo de bom nos nossos irmãos, seja uma qualidade, um sucesso ou uma graça recebida.
A inveja age disfarçada e não de forma descoberta A inveja procura sempre um canto para se esconder ou razões para se disfarçar. A inveja pode apresentar cinco razões para demonstrar que fulano é um falhado mas estas cinco razões não passam duma fachada porque a verdadeira razão é a sexta: a inveja. A inveja diz que uma pessoa não serve para o cargo, que a sua pedagogia está desatualizada, que o seu poder de persuasão é pouco, a sua capacidade de comunicação é medíocre, que a sociedade de hoje precisa de pessoas com outras ideias… e assim se disfarça a inveja. Nunca ataca a descoberto mas sempre encoberta no manto das “razões”. Sob uma camada protetora de uma aparente racionalização,a inveja vai dando bicadas, minimizando méritos, apagando todo o brilho e desta forma gerando grandes conflitos.
Para combater a inveja, precisamos de ensinar e cultivar virtudes que são opostas a este pecado, como a gratidão, a humildade e a caridade.
Deus não está disponível para monólogos egoístas de corações cheios da “sabedoria do mundo”, nem para a “pedinchice” de coisas que se destinam apenas a satisfazer as nossas “paixões”, as nossas ambições egoístas, os nossos interesses pessoais. Antes de falar com Deus, precisamos de mudar o nosso coração, de reequacionar os valores que priorizamos, de aprender a ver o mundo e a vida com os olhos de Deus, sem invejas ou ódios. Reflitemos:
Considero-me invejoso? Tenho pequenas invejas?
Consigo perceber a ausência de amor nas atitudes de inveja?
Procuro criar inveja nos outros? Provoco, faço pirraça ou sou altivo com os outros?
Como cultivo o amor verdadeiro, a gratidão, a humildade e a caridade?
O nosso caminho de todos os dias está semeado de obstáculos que nos fazem tropeçar, que nos mergulham no medo e que nos roubam a esperança. Sentimo-nos, a cada passo, inseguros e desprotegidos, sem saber por onde vamos e sem garantias de chegar a porto seguro. Na certeza que Deus estende a Sua mão, conduzindo-nos, e nos pega ao colo quando tudo parece insuportável, dirijamos-Lhe os nossos pedidos, também para os nossos irmãos.
Magnetizados pela convocatória para sermos a voz de Jesus, aceitemo-la como missão, concretizando-a com verdade, fidelidade e radicalidade, rezando…
Senhor, que a Tua força apague os meus pensamentos e o olhar de inveja sobre as conquistas alheias; que apague o desejo de possuir os bens que os outros têm, sejam eles materiais ou não.
Jesus, coloca a Tua virtude no lugar do pecado da inveja e que o Espírito Santo possa habitar no meu coração. Que eu possa servir os outros sem inveja, nem desejar o mal de ninguém e que a Tua graça habite hoje e sempre no meu coração. Amém. (Adaptado de Padre Marcelo Rossi)
Com a sabedoria de Deus que é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia, no nosso coração, benzemo-nos.