Semana de 8 a 14 de setembro de 2024 XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
Para aproveitarmos convenientemente este momento de oração, para além de falarmos com Jesus, devemos tentar escutá-Lo, temos de abrir os ouvidos da fé e sentir Jesus no meio de nós. Para isso, precisamos dum espaço acolhedor, tranquilidade e um ambiente adequado. Podemos ter uma Bíblia aberta em Marcos 7, 31 e acender uma vela para nos lembrar a presença do Senhor.
Abrindo o nosso coração ao amor, à partilha e à comunhão com Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Jesus está em nós! Escutemos a Sua palavra que alimenta e louvemo-Lo.
Vem irmão, junta-te a nós Abre o teu coração, Jesus está em nós. Escuta Sua palavra, ela te alimenta Seu amor anunciarás, nada temerás.
Entra e fica, logo verás Jesus está em ti Jesus está em nós.
Abre o teu coração, dispõe-te a Ele Vem daí meu irmão, entra e fica com Ele. Nessa casa entrarás, Jesus te acolheu O medo perderás, teu coração encheu.
Entra e fica, logo verás Jesus está em ti Jesus está em nós.
Deus está aqui! Ele conhece e acompanha a nossa caminhada. Ele abraça-nos com o Seu carinho e amor de pai; Ele ilumina o nosso caminho para que não andemos aos tropeções na escuridão e é Ele quem nos desperta da surdez do nosso isolamento, da nossa autossuficiência e nos convida a escutar a Sua voz que nos chama! Sentindo a Sua presença, façamos a nossa oração de agradecimento.
Deixemo-nos maravilhar e invadir pela mensagem do texto de Mc 7, 31-37 que um de nós pode ler em voz alta
Naquele tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia, veio para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua. Depois, erguendo os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe: «Effathá», que quer dizer «Abre-te». Imediatamente se abriram os ouvidos do homem, soltou-se-lhe a prisão da língua e começou a falar corretamente. Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém. Mas, quanto mais lho recomendava, tanto mais intensamente eles o apregoavam. Cheios de assombro, diziam: «Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem».
Deste texto do Evangelho, podemos tirar alguns convites significativos para a nossa vida espiritual.
Primeiro: abandonar a surdez O surdo-mudo é alguém que não pode estabelecer uma relação autêntica com os outros porque não ouve e não fala. A surdez era considerada uma maldição porque não permitia escutar a Palavra de Deus. O texto do Evangelho vai muito além do simples ouvir ou falar, isto é, trata-se da surdez e mudez localizada no coração do ser humano, trata-se da tendência para fechar o coração e não acolher a proposta que Deus faz num caminho para Ele e a tendência de vivermos a vida como se fôssemos senhores absolutos de tudo.
No Antigo Testamento, a principal queixa de Deus durante a travessia do povo pelo deserto é de que o povo tinha fechado o coração e não mais ouvia o Senhor. Jeremias dirá: “Escutai, prestai ouvidos, não sejais orgulhosos porque o Senhor falou” (Jr 13, 15) e na mesma linha podemos ler o Salmo 80. Hoje, escuta-se um rol enorme de especialistas e comentadores, ouve-se A e B, todos têm muito para nos dizer menos o Senhor Jesus. Somos uma geração de surdos à Palavra de Deus e ao encontro com o Senhor porque fechamos o coração e nos tornámos surdos de conveniência.
Segundo: ir até ao Senhor Na vida deste homem, as coisas pareciam estar emperradas, tudo parece correr mal: preso, fechado e amarrado à doença para o resto da vida. É nesta hora que precisamos mais de ir até ao Senhor. Existem pessoas que não conseguem ir sozinhas, precisam de ser levadas, como o surdo-mudo. Às vezes o que faz ir até Jesus é a intercessão dum amigo, o clamor duma mãe ou o carinho de alguém que nos quer bem. Aquela multidão levou aquele homem ao Senhor. É urgente ir até ao Senhor, é urgente que indiquemos o caminho do Senhor aos outros. Como é fácil e se indicam tantos caminhos a quem tem dificuldades e raramente indicamos o caminho do Sacrário, da Palavra de Deus ou da Eucaristia. Faltam pais, avós, irmãos, amigos, colegas… que indiquem aos outros, que podem ser os da própria casa, o caminho do Senhor.
Terceiro: abrir-se a Jesus num encontro particular Não chega ir até Jesus é preciso abrir-se à Sua mensagem, palavra e ensinamentos. Para que te possas abrir a Jesus e Ele possa operar um milagre na tua vida é preciso sair do meio da multidão porque ela representa uma barreira, um empecilho espiritual que impede o ser humano de chegar até à presença de Jesus, de se encontrar com Ele a sós. Foi assim neste episódio, foi assim com Zaqueu, foi assim na cura da filha de Jairo. Como fez com o surdo-mudo, Jesus também nos quer levar para fora da multidão, quer levar-nos para um encontro particular onde O possamos escutar, onde Ele nos possa tocar e fazer sentir o seu amor por nós. Para escutar o que o Senhor nos fala precisamos de sair do burburinho do mundo, abrir os nossos ouvidos espirituais e dar livre acesso ao Espírito Santo que é quem sopra nos nossos ouvidos as mensagens que Deus tem para a nossa vida.
Hoje, Jesus chama-nos para um particular, para um encontro pessoal. Ele quer falar contigo, quer encontrar-se contigo. Este particular pode ser no sacrário da tua igreja, pode ser na eucaristia, pode ser em oração na tua casa ou no silêncio do monte, pode ser na leitura da Sua palavra mas, apesar do convite, muitas vezes não tens tempo. Se a multidão é um empecilho, o outro é o coração fechado que coloca barreiras ao Senhor. Só com um coração aberto Jesus pode entrar, ter um particular contigo e te curar. Não desperdices o convite.
Muitas vezes somos “surdos-mudos”: recusamo-nos a escutar a Palavra de Deus e não ousamos anunciá-la. E uma vida de “surdez” é uma vida vazia, estéril, triste, egoísta, sem amor… Então, Jesus dirige-Se a cada um de nós, faz-nos sinal, pede-nos para nos abrirmos ao Seu amor, a encontrarmo-nos com Ele e transforma-nos com o Espírito Santo. Reflitemos:
Escuto Jesus? Duma forma séria, tenho em conta o que Deus me diz?
Acompanho, incentivo, levo os outros ao encontro com o Senhor? A quem o fiz e a quem o devo fazer?
Já tive encontros particulares com Jesus? Como foi o mais intenso ou mais importante para mim?
Disponibilizo-me para ter encontros pessoais com Jesus? Como faço?
Só conectados com Deus, em diálogo com Deus, atentos aos projetos e desafios de Deus e fortalecidos pelo Espírito de Deus encontramos tempo para O escutar, para Lhe colocar as nossas dúvidas e questões, para falar com Ele e para entender os Seus caminhos e projetos. Capazes de olhar para o futuro com os olhos de Deus, façamos-Lhe os nossos pedidos, sem esquecer os outros que precisam.
Com o coração aberto para Jesus entrar e estar, em particular, connosco, rezemos
Senhor Jesus, que cada vez mais possamos ouvir a Tua voz que nos acalma e orienta: dá-nos ouvidos e corações atentos à Tua Palavra, e a graça de praticá-la e anunciá-la com a nossa vida. Obrigado Senhor, por nos ouvires agora, hoje e sempre e recebe a nossa vida nas Tuas mãos.
Com a Palavra de Deus sussurrada ao nosso ouvido e alojada no nosso coração, benzemo-nos