Semana de 1 a 7 de setembro de 2024 XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
O principal instrumento da oração é a abertura do nosso coração e a intimidade com Jesus. Porém, Jesus não é apenas o nosso melhor amigo, é também o nosso Senhor. A melhor maneira de o escutar e perceber o que quer para nós é a partir da Sua Palavra. Assim, privilegiemos a Bíblia, presente no meio de nós, aberta no livro de Tiago e uma vela que acenderemos ao iniciar este momento.
Dispostos a escutar, a acolher, a deixarmo-nos conduzir pelas indicações de Deus e a pô-las em prática, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos a Palavra de Deus, ”a palavra certa” que nos dá força e nos faz acreditar.
A tua palavra, Senhor, é para nós testemunho, é amor. E vivendo o dia-a-dia seguiremos teus passos, ó Senhor. Cantai todos com muita alegria a palavra da Salvação que está presente em nós, meu irmão.
Deus acompanha os nossos passos e, com a Sua Palavra, oferece-nos indicações seguras sobre o caminho a seguir; Instrui-nos a construir uma vida com sentido, livre de todas as escravidões e balizada por valores verdadeiros, como o amor, a partilha, o serviço, o dom da vida… Facilmente percebemos que podemos confiar na Sua bondade e no Seu amor. Sentindo-nos gratos por tantas bençãos, façamos a nossa oração sincera de agradecimento ao Pai.
Desfrutemos da Palavra de Deus, escutando na voz de um de nós, o texto de Tg 1,17-18.21-22.27
Caríssimos irmãos: Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descem do Pai das luzes, no qual não há variação nem sombra de mudança. Foi Ele que nos gerou pela palavra da verdade, para sermos como primícias das suas criaturas. Acolhei docilmente a palavra em vós plantada, que pode salvar as vossas almas. Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes, pois seria enganar-vos a vós mesmos. A religião pura e sem mancha, aos olhos de Deus, nosso Pai, consiste em visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e conservar-se limpo do contágio do mundo.
“Acolhei docilmente a palavra” e “plantemos” esta mensagem no nosso coração…
Neste texto bíblico, São Tiago dá-nos duas ordens: acolher e praticar a “Palavra” de Deus.
Primeira ordem: acolher “Acolhei docilmente a palavra em vós plantada”. Acolher é aceitar com amor, é cuidar, zelar, abraçar, receber. É exatamente este o sentimento que devemos ter com a “Palavra”. Não é só escutar, não é só ouvir, não é só dizer “eu gosto da Bíblia”, é preciso acolher “docilmente”, isto é, o cristão não deve resistir à “Palavra”, mas deve aceitá-la com espírito de brandura ou docilidade, entregando-se humildemente à sua influência. Muitas vezes a “Palavra” vai dizer algo que me incomoda, vai dizer algo que eu não concordo (também não é para concordar), vai expor os meus pecados, as minhas fraquezas e incoerências e, perante isto, eu posso agir com raiva, rebeldia ou ira. Muitas vezes somos hostis, somos brutos, somos ignorantes e não acolhemos a Palavra de Deus com mansidão.
O verdadeiro cristão aceita toda a “Palavra” que ouve com humildade de coração, deixando que Ele crie raízes profundas em si mesmo e possa produzir frutos com abundância. Precisamos de acolher, aceitar e amar aquilo que Deus nos diz com mansidão para que a “Palavra” que Deus “plantou” dentro de nós pela leitura, pela meditação, pela reflexão e pela explicação possa produzir em nós uma nova personalidade que se harmoniza com a imagem divina. De que adianta domingo após domingo ouvir a Palavra de Deus sem amor e acolhimento por Ela?
Segunda ordem: praticar “Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes”. Ser cristão não é apenas uma questão de ouvir respeitosamente uma palestra sobre a “Palavra” da verdade. Não basta assistir a reuniões cristãs, ler as Escrituras ou vir à missa para ouvir a “Palavra”, nós, como cristãos, precisamos de aplicar a “Palavra” da verdade na nossa vida. A advertência de São Tiago é contundente e alerta para o perigo real do autoengano para aqueles que conhecem a “Palavra”, mas negligenciam a prática. Podemos enganar-nos ao pensar que o conhecimento teórico é suficiente para a vida cristã plena. Na verdade, a prática da “Palavra” é uma jornada de transformação, é uma espécie de estilo de vida que devemos viver e cumprir.
O cumpridor da “Palavra” é aquele que obedece Não basta ouvir a Palavra de Deus: ouvir não é obedecer. Deus espera que demos o próximo passo e obedeçamos à Sua Palavra. Obedecer à “Palavra” requer uma postura de submissão e humildade. Significa que devemos colocar em prática aquilo que aprendemos na Escritura Sagrada, permitindo que Ela transforme as nossas vidas e nos conduza a uma vida de retidão. A obediência à Palavra de Deus não só fortalece a fé, mas também demonstra o nosso amor e reverência a Deus.
O cumpridor da “Palavra” é aquele que pratica Praticar a “Palavra” envolve colocar em ação aquilo que aprendemos, significa aderir e aplicar os princípios bíblicos nas nossas vidas diárias, nos nossos relacionamentos, no trabalho e em todas as áreas que abrangem a nossa existência. Praticar a “Palavra” significa perseverar nas suas leis, mesmo diante das adversidades e tentações que encontramos no nosso caminho; significa, como diz o texto, praticar o amor, que se manifesta em obras de caridade e misericórdia. Não podemos ser negligentes, mas devemos lembrar constantemente os ensinamentos do Senhor e sermos diligentes em praticá-los.
Buscando uma vida de retidão é preciso interrogarmo-nos constantemente se a Palavra que vivemos e anunciamos é a Palavra de Deus (ou é a” nossa palavra”) e se transmitimos os Seus valores sendo testemunhas obedientes e praticantes. Façamos a nossa reflexão pessoal.
Que importância é que as palavras de Deus assumem na construção da minha vida e na escolha dos meus caminhos? Dou exemplos.
No meio da azáfama em que a minha vida decorre, consigo/quero encontrar tempo e disponibilidade para escutar, para meditar e para interiorizar a Palavra eterna de Deus?
Em que medida a Bíblia terá impacto nas minhas atitudes e na modelação do meu caráter?
Escuto Jesus durante as minhas orações? Procuro escutar?
Pratico com Amor os ensinamentos do Senhor?
Habituamo-nos, para nossa defesa, a não levar demasiado a sério todas as palavras que escutamos, a relativizar aquilo que vamos ouvindo aqui e ali… Contudo, ao aceitarmos o desafio de Deus, comprometidos e com o coração disponível e obediente para acolher e praticar a Palavra, criamos condições para sermos verdadeiramente transformados. Seguros da Palavra e do amor reconfortante de Deus, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Entregues à Palavra e à vontade do Pai, rezemos
Senhor Deus, habitas a vida daqueles que, escutando e vivendo a Tua Palavra, se tornam Palavra de justiça, de paz e de amor incontido no meio do mundo. Hoje te pedimos, que tenhamos o desejo de ler, escutar e aprofundar a Tua Palavra; a fortaleza para Lhe obedecer e a coragem para A anunciar. Que no meio das palavras-ruído que nos ensurdecem, que nos desorientam, que nos afastam de ti, deixemos que a Tua Palavra brilhe como luz dos nossos caminhos, como farol para os nossos passos. Ámen
Na certeza que a Palavra de Deus que escutamos atentamente e que acolhemos nos conduzir à ação e ao compromisso, benzemo-nos