Semana de 4 a 10 de agosto de 2024 XVIII DOMINGO COMUM – Ano B
Preparemos o espaço e o nosso coração para este momento. A Bíblia aberta em João 6, 27 e uma vela acesa durante a oração significa a presença de Deus vivo no meio de nós.
Crentes que o “pão” que Deus nos oferece, nos alimenta e transforma, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Permaneçamos em Deus, o “pão de vida e unidade” que nos dá força e luz. Louvemo-Lo!
Pão do céu, pão de Deus, Vida em mim és Senhor Jesus No caminho da vida és o pão que dá força e luz Quem comer deste pão viverá por mim Quem deste vinho beber viverá no amor E feliz reinará com o seu Senhor.
Bom Pastor és caminho seguro, verdade e vida Quem te segue não anda no mundo perdido e só Nem a vida ou a morte, ou algum poder Do seu amor poderá jamais separar Para a vida sem fim ressuscitará.
Eu sou o pão da vida Eu sou a ressurreição Tomai e comei este é o Meu corpo pão da vida e unidade. Permanecei em Mim Eu a videira, vós os ramos Tomai e bebei este é o Meu sangue Para a vossa salvação.
Pão do céu é o maná que nos dás com sabor a Ti És a força que alenta o nosso peregrinar Quem tem sede há de em ti encontrar a fonte Da alegria sem fim e da tua paz E brotará dele um rio de água viva.
Para quem havemos de ir se tu és o Santo de Deus As palavras, Senhor, que nos dás são de vida eterna Quem te segue não se perderá na noite Em caminhos e vales de solidão Pois terá luz da vida, vida verdadeira.
Assumindo uma atitude de adesão permanente a Jesus, como o “pão do céu”, enviado pelo Pai, experimentamos a presença de Deus, que nos acompanha com solicitude e amor, dando-nos a mão, pegando-nos ao colo e oferecendo-nos, com ternura, o “alimento” que nos fortalece e que nos permite continuar a caminhar. Façamos uma oração sentida de gratidão pelo “maná” que Deus nos oferece.
Escutemos, na voz de um de nós, as indicações que Deus nos dá, em Jo 6, 27-35
Jesus respondeu-lhes: «Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?» Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou». Disseram-Lhe eles: «Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e acreditemos em Ti? Que obra realizas? No deserto os nossos pais comeram o maná, conforme está escrito: ‘Deu-lhes a comer um pão que veio do céu’». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo». Disseram-Lhe eles: «Senhor, dá-nos sempre desse pão». Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede».
Percebamos na explicação deste texto, como Deus atua na vida dos homens de forma discreta, embora duradoura e permanente
O convite Há o pão que vem da terra e aqui temos um pão que “desce do céu”. O pão, vindo da terra, assegura, eventualmente, apenas uma vida provisória; o “pão do céu” comunica uma vida eterna. O pão da terra é obtido somente através do trabalho duro, como diz o livro dos Génesis: “comerás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3, 19); já o “pão do céu” não exige trabalho algum é um dom de Deus, como diz o Evangelho: “meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu” (Jo 6, 32). Daí, o convite de Jesus para buscar algo mais profundo: o alimento para uma vida plena, com sentido e dignidade plenos, a vida eterna, imune até mesmo à morte.
Que fazer? Perante a censura de Jesus, porque o horizonte era muito estreito, a multidão, ainda presa à teologia retributiva da Lei, pergunta: “Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?” (v.28). A pergunta “que fazer?” é típica da mentalidade judaica. Acostumados com a Lei, onde estão prescritos os mandamentos e observâncias, perguntam a Jesus quais são os que Ele prescreve. Jesus corrige o pressuposto da pergunta dando a entender que Deus não imporará nada de novo. Além disso, fazer obras para merecer algo é negar a salvação como dom de Deus.
Acreditar A resposta de Jesus é categórica: “A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou” (v.29). O trabalho que Deus exige é um só: adesão permanente a Jesus, como o “pão do céu”, enviado pelo Pai. Este é o trabalho que ganha o pão que permanece e a vida definitiva. A resposta de Jesus esclarece que não se trata de um fazer, mas de acreditar n’Ele, aderir À sua própria pessoa. É claro que aquilo que se deve fazer é importante, mas isso deve partir duma adesão livre e consciente e não duma mera imposição legal.
Na cena da multiplicação dos pães, a multidão não aderiu ao projeto de Jesus que falava de amor, partilha e serviço, mas apenas correu atrás do profeta milagreiro que distribuía pão e peixes de forma gratuita e em abundância. Para receber o alimento que dá a vida eterna e definitiva, é preciso, que a multidão acolha as propostas de Jesus e aceite viver no amor que se faz dom, na partilha daquilo que se tem com os irmãos, no serviço simples e humilde aos outros. A vida cristã é marcada pelo agir, não porque há uma regra que determine, mas porque, quem dá adesão a Jesus, pela fé, é motivado a agir como ele.
Jesus é o próprio pão que Deus oferece ao seu povo para lhe saciar a fome e sede de vida. A Bíblia serve-se, com frequência, das imagens da fome e da sede para indicar a necessidade que temos de Deus. Muitas vezes o homem procura a felicidade em coisas materiais, no “pão terreno”, mas no fim vê-se obrigado a admitir que continua insatisfeito. O único pão que sacia a nossa necessidade de felicidade e de paz é a palavra de Cristo. O “pão descido do céu” é o seu Evangelho que devemos assimilar como o pão que se torna parte integrante da pessoa que o come. “Comê-lo” será escutar a sua Palavra, acolher a sua proposta, assimilar os seus valores, interiorizar o seu jeito de viver, fazer da vida um dom total de amor aos irmãos.
O encontro com Cristo, o “pão de Deus que desce do céu para dar a vida ao mundo”, deve refletir-se numa mudança radical, num jeito completamente diferente de se situar face a Deus, face aos irmãos, face a si próprio e face ao mundo. Reflitamos:
Tenho consciência da presença de Deus ao meu lado no caminho que faço todos os dias?
Estou plenamente convicto de que só Jesus é o “pão” que sacia a minha fome de Vida?
Em que situação procurei a felicidade em coisas materiais e continuei insatisfeito?
Como é que tomo a hóstia consagrada? O que sinto? O que faz em mim? Porquê?
A monotonia, o cansaço, os problemas da vida, as influências do mundo, a nossa preguiça e o nosso comodismo levam-nos, muitas vezes, a instalarmo-nos na mediocridade, nas “meias tintas”, na acomodação… a vivemos de braços cruzados mesmo tendo a impressão de que nos falta algo para que a nossa vida seja mais plena e mais realizada. Confiantes na nossa transformação pelo “pão de Deus” em nós, coloquemos nas mãos do Pai, as nossas preces.
Crentes e saciados pelo “pão descido do céu”, rezemos
Senhor, que nos renovais com o pão do Céu, protegei-nos sempre com o vosso auxílio, fortalecei-nos todos os dias da nossa vida e tornai-nos dignos da redenção eterna.
Sentados à mesa do Pai e alimentados com o pão da vida, benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ámen.