Semana de 7 a 13 de julho de 2024 XIV DOMINGO COMUM – Ano B
O que será que transformará o nosso momento de oração num momento de intimidade especial com Jesus? Seremos capazes de reconhecer o profeta? Seremos capazes de O sentir no meio de nós? Preparemos a Bíblia no livro de Ezequiel e tenhamos uma vela acesa como sinal da presença d’O Ressuscitado.
Visando conhecer melhor Deus que vem ao nosso encontro e de acolher os desafios que Ele nos apresenta, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Gratos pelo amor de Deus, querendo estar em Sua presença e ouvir a Sua voz dentro de nós, louvemo-Lo com este cântico
Ó como estou grato pelo teu amor Neste mundo nada é como tu E tudo o que desejo está em ti Dou-te a vida, porque entendi, és tudo para mim Tudo o que preciso E tudo o que desejo Estar em tua presença Ouvir tua voz dentro de mim Fazer o teu querer E mais te conhecer Assim quero viver Ó como estou grato pelo teu amor Neste mundo nada é como tu Tudo o que desejo está em ti Dou-te a vida, porque entendi, és tudo para mim Não posso esquecer Teu perdão, senhor Tua graça me salvou Teu poder me libertou Fazer o teu querer E mais te conhecer Assim quero viver Ó como estou grato pelo teu amor Neste mundo nada é como tu Tudo o que desejo está em ti Dou-te a vida, porque entendi, és tudo para mim És tudo para mim Tudo para mim
Deus chama homens frágeis e limitados, não seres extraordinários ou dotados de capacidades incomuns para intervir no mundo pois mesmo vivendo na condição de finitude, de vulnerabilidade, de debilidade, cada um de nós é munido da força divina, ungido pelo Espírito de Deus e abençoado com uma voz que, no meio dos irmãos, pode indicar os caminhos do Pai. Com o coração repleto do amor de Deus e das bênçãos que nos concede, façamos-Lhe a nossa oração de gratidão.
Escutemos na voz de um de nós a Palavra de Deus que hoje nos é proposta em Ez 2, 2-5
Naqueles dias, o Espírito entrou em mim e fez-me levantar. Ouvi então Alguém que me dizia: «Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel, a um povo rebelde que se revoltou contra Mim. Eles e seus pais ofenderam-Me até ao dia de hoje. É a esses filhos de cabeça dura e coração obstinado que te envio, para lhes dizeres: ‘Eis o que diz o Senhor’. Podem escutar-te ou não – porque são uma casa de rebeldes -, mas saberão que há um profeta no meio deles».
Tentemos perceber a mensagem de Jesus, deixemo-lO agir e transformar-nos, com fé
Devido à idolatria e todos os tipos de pecados praticados, o povo judeu é levado cativo para a Babilónia. Trata-se dum povo profundamente abalado na sua fé. O povo pensava que, se Deus realmente o amasse, não deixaria que aquilo tivesse acontecido. Assim a raiva, o ódio e o desprezo por Deus e pela Sua palavra tomaram conta do povo escravizado, não querendo mais saber da Palavra de Deus. Deus delegou a Ezequiel uma responsabilidade bastante complexa, pois ele tinha a dura missão de transmitir a Sua mensagem a pessoas ingratas e rebeldes.
Rebelde é o adjetivo que o Senhor mais repete, neste texto e em todo o capítulo segundo, para descrever o seu povo. O rebelde não obedece, não escuta conselhos, acredita que possui uma autoridade legítima em si mesmo, é teimoso, obstinado, indisciplinado. Rebelde é a atitude própria daquele que se revolta. Ezequiel deveria pregar a este povo que pode escutar ou não mas vai na mesma porque Deus ainda o quer salvar. O que é a rebeldia de coração?
Ser rebelde é ter orgulho de coração Todo o ser humano tem dentro de si a semente da rebelião contra Deus e este foi o primeiro pecado do homem. A rebelião é andar no seu próprio caminho, fazer o que está certo segundo os seus próprios pensamentos. No fundo, acreditamos que podemos cuidar da nossa vida, fazer e acontecer, deixando Deus à margem. O orgulho de coração leva-nos, aos poucos, a cortar a relação de comunhão com Deus e assim vamos criando uma barreira interior em que Deus é afastado e, desta forma, podemos fazer as coisas do nosso jeito e à nossa maneira. Como no tempo de Ezequiel, muitas pessoas não querem ouvir falar de Deus e pensam que viver sem Ele é bem mais cómodo. Por isso, a rebelião endurece o coração à graça de Deus e gloria-se apenas nas obras humanas.
Ser rebelde de coração é não ter interesse por Deus Como no tempo de Ezequiel, hoje, há tantas coisas importantes que Deus tem sido esquecido. Os meus assuntos precisam de ser resolvidos e, se sobrar tempo, eu dedico a Deus. Vivemos num mundo onde as pessoas só pensam nos seus próprios interesses e parece que Deus só atrapalha. É muito mais fácil não se importar com Ele e com os seus mandamentos e desta forma sermos donos do nosso nariz. Duma forma geral, ninguém gosta de ser contrariado nos seus próprios interesses, somos teimosos, de coração duro, rebeldes. Como cristãos, deveríamos saber que Deus tem sempre em vista o bem das criaturas, de cada um de nós. No jogo dos interesses, deveríamos manifestar mais interesse por Deus e pelas suas coisas. Ele não deveria faltar na nossa casa, trabalho, negócios, pensamentos…
Ser rebelde de coração é rejeitar e desobedecer à Palavra de Deus A rebelião é a persistência no erro de forma voluntária, é um ato de resistência contra a autoridade de Deus, é desobediência contra a vontade de Deus mesmo quando temos consciência disso e escolhemos permanecer no erro, no pecado, preferindo fazer a nossa vontade. A desobediência e rejeição da Palavra de Deus levou o povo de Israel a entrar pelo caminho da idolatria, apesar das chamadas de atenção por parte de Deus e por isso foram rebeldes para com o Senhor.
O cativeiro da Babilónia nada mais era do que um castigo dado ao povo por causa do seu pecado da idolatria. Israel achava que Deus não via os seus pecados ou que, se visse, não se importava. Na verdade, o povo, simplesmente, não dava ouvidos à Palavra de Deus e aos seus mandamentos e tinha orgulho em persistir na rebelião.
Todos experimentámos já momentos em que nos deixámos ficar acomodados e instalados no conforto do facilitismo… Houve outros momentos em que escolhemos a incompreensão, a oposição ou a rebelião do nosso coração para com Deus… É nessas alturas que o exemplo de Cristo, o verdadeiro centro da nossa existência, deve brilhar diante dos nossos olhos e ajudar-nos a vencer o desânimo e a tentação de resistir. Reflitamos:
O que mais contribui para afastar Deus da minha vida e do meu coração?
Em que situações descarto Deus para que não me atrapalhe, ou seja, para fazer o que me apetece?
Qual foi a última situação em que, de forma consciente, fui contra a vontade de Deus?
O que posso fazer para me aproximar de Deus, confiar na Sua palavra e seguir os Seus ensinamentos?
A atitude de fidelidade de Jesus convida-nos a nunca desanimar nem desistir ainda que nos sintamos desanimados ou frustrados pois Deus vem ao nosso encontro na fraqueza, na simplicidade, na debilidade, na pobreza, nas situações mais simples e banais, nas pessoas mais humildes e despretensiosas… Residentes no coração de amor infinito e bondoso de Deus, dirijamos-Lhe as nossas preces.
Habitados pelo Espírito, para nos tornarmos arautos e testemunhas da Palavra de Deus que inquieta, rezemos confiadamente
Senhor, estamos prontos a abrir-Te o nosso coração, a deixar que o Espírito atue e se manifeste através de nós e faça maravilhas. Com a Tua graça, que nunca nos abandona, iremos até onde nos enviares, confiantes e seguros de que o Espírito transforma em força a nossa fraqueza.
Com fidelidade absoluta e total empenho nos projetos de Deus benzemo-nos
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ámen.