Semana de 26 de março a 1 de abril de 2023 V DOMINGO QUARESMA – Ano A
Nesta preparação para a Páscoa do Senhor, façamos a nossa oração conscientes da importância deste tempo e do que podemos fazer para o aproveitar. Tenhamos connosco a Bíblia aberta em Jo 11, 38-45 uma cruz (para nos relembrar o propósito desta caminhada quaresmal), uma pedra (qualquer) e uma vela que acenderemos ao iniciar a oração.
Sob a ação transformadora e vivificadora do Messias, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Meu Senhor do céu e mar Vejo o povo a lamentar É meu plano aliviar O seu sofrer Eu que fiz o Sol brilhar Quero as trevas dissipar Quem dispõe a espalhar A minha luz
Eis-me aqui, Pai Um servente Tua voz ouvi a me chamar Pronto estou, Pai Vem guiar-me O teu plano ao mundo irei falar
Meu Senhor da chuva e flor Suportei do povo a dor E com lágrimas de amor Os vi fugir Corações quebrantarei Com amor mudá-los-ei Com a palavra livrarei Quem enviar
Meu Senhor da terra e ar Pronto estou a me doar Quero a todos ofertar A salvação Do faminto vou cuidar E um banquete ofertar Grandes coisas proclamar Quem hoje irá?
Em cada instante, Deus caminha ao nosso lado, oferecendo-nos o Espírito transformador e renovador, dando-nos a coragem para “sair do sepulcro” e avançar mais um passo ao encontro da vida plena. Transformados pelo Seu amor, ternura e bondade, mostremo-nos embevecidos e gratos, dizendo em voz alta, ao Pai, o tanto que lhe queremos agradecer. Pegamos na pedra e vamos passando para dar a voz a quem nela segura.
Escutemos na voz de um de nós, a Palavra Deus que hoje nos é proposta em Jo 11, 38-45
Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada. Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias». Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?» Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste». Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora». O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir». Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele.
Atentamente, tentemos perceber a lição incrível que Deus deixa para todos nós, Seus filhos amados
Este texto do Evangelho garante-nos que não estamos perdidos e abandonados à nossa miséria. Deus caminha ao nosso lado para transformar a morte em vida, o desespero em esperança, a escravidão em libertação. Jesus vem ao encontro de Marta e Maria para lhes mostrar que Ele é o Senhor da vida e que, saindo dos nossos “túmulos” podemos avançar para a vida plena. Como na vida de Marta e Maria, na nossa existência pessoal, podemos passar por situações de desespero em que tudo parece perder o sentido. A morte de alguém querido, o desmoronar de laços familiares, a traição, a perda de emprego, uma doença grave, a solidão, a falta de objetivos… lançam-nos para o “túmulo”. Para sair é preciso “tirar a pedra”. O que significa “tirar a pedra”?
Tirar tudo o que impede o agir de Deus A intenção de Marta era não retirar a pedra, ela queria deixar tudo como estava porque para ela não havia mais nada a fazer “pois morreu há quatro dias”. Marta não entendia que para Lázaro sair era preciso tirar a pedra. Se não tiramos a pedra não podemos sair do lugar onde estamos porque são elas que impedem Jesus de realizar “milagres” em nós. A pedra era o principal obstáculo de Lázaro ouvir a voz de Jesus. Pedra significa obstáculo, barreira, dificuldade, impedimento, empecilho. Tudo o que impede o agir de Deus na nossa vida. Essas pedras podem ser a incredulidade, como disse Marta: “já cheira mal”; a pedra do desânimo, isto é, “não há nada a fazer”; a pedra da falta de fé, do orgulho, da dureza de coração, da falta de perdão, ressentimento, vingança, inveja, ingratidão, vício, comodismo, egoísmo… Para ver a “glória de Deus” precisas de tirar a pedra que teima em sair do teu coração e não te deixa transformar a tua vida, ouvir a voz do Senhor e sair do túmulo. Se a pedra permanecesse no lugar, Lázaro não teria escutado a voz de Jesus e não teria saído para fora.
Realizar a nossa parte Remover a pedra era uma tarefa que os homens podiam fazer e Jesus deixou esse trabalho a cargo deles. Remover a pedra significa fazer a nossa parte para a solução do problema e sem essa parte não seria possível ver “a glória de Deus”. Para ver a glória de Deus, o general Sírio, Naamã, foi banhar-se sete vezes no rio, os discípulos tiveram de lançar as redes, foi necessária uma recolha de cinco pães e dois peixes, os serventes de Caná encheram as talhas de água… Claro que Deus pode fazer o milagre sozinho mas Ele espera que façamos a nossa parte. Se o homem não entra com a sua parte de fé, o milagre não vem.
Acreditar na ação de Deus Tirar a pedra foi um ato profético de fé, foi uma resposta à declaração de Jesus de que “se acreditasses, verias a glória de Deus”. Se não acreditassem no milagre, não teriam tirado a pedra. Tirar a pedra é acreditar que irá acontecer uma mudança na tua vida, é acreditar no agir e na ação de Deus, é acreditar que Deus pode mudar a tua vida e trazer a restauração que desejas. Para retirar a pedra precisamos de acreditar no impossível, no irracional, no que não vemos a olho nu mas antecipamos o como será a nossa vida sem a pedra. Claro que não é fácil, mas temos que nos esforçar para praticar a fé e acreditar de todo o coração que Ele pode fazer o impossível.
Jesus é a vida do Pai e Ele próprio dá a vida e ressuscita para a vida plena, convidando-nos a segui-Lo, num caminho de amor e de dom da vida, a Seu exemplo. Crentes na ação de Deus, “removamos a pedra” dos nossos corações e reflitamos com a ajuda destas sugestões. Pegamos na pedra e vamos passando para dar a voz a quem nela segura.
Quais são as minhas “pedras”?
O que vou fazer para as remover?
Aceito com facilidade que sou pecador e que depende sobretudo de mim mudar?
Faço a minha parte de fé para que o milagre venha?
Qual a coisa mais absurda que fiz ou vi fazer por fé?
Deus não nos abandona. Mesmo quando tudo parece perdido e sem saída, Deus transforma o desespero em esperança, a morte em vida. Ele está presente, recriando-nos, transformando-nos, renovando-nos e encaminhando-nos para a vida plena. Indubitavelmente escuta as nossas preces… Falemos-Lhe em voz alta, o que precisamos para nós e para os outros. Pegamos na pedra e vamos passando para dar a voz a quem nela segura.
Crentes que, ao remover a nossa pedra, Deus fará o impossível em nós, rezemos
Senhor, apesar de nossos esforços, temos dificuldade em afastar as pedras no nosso caminho. Entregues à Tua misericórdia e bondade infinita, dá-nos forças para retirarmos as pedras que nos afastam de Ti e deixa-nos sentir, na nossa humilde fé, a força transformadora da ressurreição do Teu amado Filho Jesus.
Revestidos da força transformadora da ressurreição, benzemo-nos