Semana de 25 a 31 de julho de 2021 XVII Domingo Tempo Comum – Ano B
Escolhemos um lugar onde nos sentimos bem e deixamo-nos envolver pelo silêncio e tranquilidade. Colocamos a Bíblia junto de nós e escolhemos a leitura de João 6, 1-15. Vamos começar…
Sentindo o chamamento de Deus, que nos envia a sermos o Seu rosto no mundo, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com uma atitude de humildade, mansidão e paciência, louvemos a Deus
Se a tua voz trouxer mil vozes p’ra cantar
Vais descobrir mil harmonias belas que ao céu hão de chegar
Fica mais rica a alma de quem dá
Chega mais alto o hino de quem vive a partilhar
Tu tens que dar um pouco mais do que tens Tens que deixar um pouco mais do que há Se vais ficar muito orgulhoso vê bem Tens que te lembrar És um grãozinho d’uma praia maior E deves dar tudo o que tens de melhor Pra avaliar a tua alma há leis Tu tens que dar um pouco mais do que tens
Se a tua voz trouxer mil vozes p’ra cantar Vais descobrir mil harmonias belas que ao céu hão de chegar Fica mais rica a alma de quem dá Chega mais alto o hino de quem vive a partilhar
O tempo vai e de um rapaz um homem vem Sem medo vê o teu destino vai em frente pra servir o bem É tão profunda a mensagem que chegou São tão seguras e largas as fontes que ele deixou
Na presença do Seu amor, agradeçamos a Deus que vem ao nosso encontro e Se manifesta, sem publicidade, na acção generosa de tantos homens e mulheres que praticam gestos de partilha, solidariedade, doação e entrega… partilhemos em voz alta, tudo aquilo que reconhecemos e queremos agradecer, como Suas bençãos.
Um voluntário lê o texto, de preferência da Bíblia
Naquele tempo, Jesus partiu para o outro lado do mar da Galileia, ou de Tiberíades. Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes. Jesus subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?» Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» Jesus respondeu: «Mandai sentar essa gente». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; E comeram quanto quiseram. Quando ficaram saciados, Jesus disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido. Quando viram o milagre que Jesus fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo». Mas Jesus, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte.
Tentemos pensar um pouco sobre esta passagem bíblica…
No evangelho, Jesus testa os discípulos: “Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?”
Filipe olhou para a grandeza do problema e falta de dinheiro, André olhou para a pequenez das provisões e minou a utilidade do que viu, dada pela imensa desproporção entre tão pouco alimento e tanta gente. Se a lógica de mercado de Filipe o levou a desistir de apresentar uma solução positiva, a lógica de André levou-o a desvalorizar os dons que descobrimos nos outros. Na realidade, a ação de Jesus reclama a nossa atenção e com ela aprendemos três coisas:
Em primeiro lugar: sem entrega não há milagre. O milagre começa quando se dá a partilhar o pouco que temos, quando compreendemos que os bens que possuímos não nos pertencem mas são dons recebidos de Deus e, portanto, devem ser compartilhados com os outros. Como fizeram o rapazito no Evangelho ou o homem da povoação de Baal-Salisa que entregou os vinte pães a Eliseu. Os dois milagres da liturgia desta semana são feitos a partir de reduzidas provisões. Deus pode fazer tudo do nada mas, habitualmente, serve-se de nós para fazer as suas intervenções. Quando fazemos o que está ao nosso alcance, Deus faz frutificar as suas obras.
Em segundo lugar: a dar graças ao Pai. Jesus recebeu a informação de André acerca dos cinco pães e dois peixinhos do rapazito e, ao contrário de André, não depreciou nem achou que era pouco. Diz o texto que “Jesus deu graças” ao Pai. Aqui está um dos segredo: aprender a agradecer o que se tem. Muitas vezes passamos tempo demais a reclamar que não temos muito e deixamos de agradecer o pouco que temos. A ingratidão, a reclamação, a murmuração leva-nos a não valorizar a bênção de Deus.
Em terceiro lugar: distribuir e partilhar. Jesus não fez nenhuma operação de “multiplicação” de pães, mas de “divisão”, “partilha” e “distribuição” de pães. Se o evangelista tivesse colocado a ênfase sobre o “multiplicar”, ou seja sobre o estritamente milagroso, então a história não teria grandes consequências para nós pois não temos o poder de fazer milagres. O evangelista, contudo, coloca a ênfase sobre o “partilhar” e o “distribuir” e isto está ao nosso alcance. O milagre de Jesus não consiste em aumentar a quantidade do pão mas em abrir os olhos aos seus discípulos e a nós que só conhecemos e pensamos na lógica do vender e comprar e não chegamos a saborear a lógica da gratuidade. O nosso papel não é multiplicar pães mas distribui-los, partilhá-los. O problema da partilha não é uma questão de contabilidade, de ter muito ou ter pouco. O maior inimigo da partilha nem sequer é a crise económica mas sobretudo uma crise de confiança e de confiança na providência de Deus que se espelha no medo de ficar sem nada e fazer falta. O grande inimigo da partilha é o seguro que se manifesta no medo e na desconfiança.
Foi no alto da montanha que Deus deu os dez mandamentos a Moisés. Agora, é o novo mandamento de Jesus: o mandamento da partilha, da divisão, da distribuição, do amor. Podemos viver na competitividade e na concorrência sem limites mas a liturgia convida-nos à partilha e à cooperação, dando sempre graças ao Pai por todos os bens que nos concede.
Queremos abrir o nosso coração ao amor e à bondade de Deus, sempre atento às nossas necessidades, preocupado em dar-nos o “pão” que sacia a nossa fome de vida e empenhado em apontar-nos o caminho que conduz à liberdade, refletindo
Em termos pessoais, sinto-me um construtor de unidade, ou um fator de divisão?
A minha relação com os irmãos é marcada pelo egoísmo ou pela disponibilidade para servir e partilhar?
Quando partilho, dou apenas um resto que me sobra ou tenho coragem de dar até ao ponto de sentir que me “dói”?
Quando rezo, apenas peço ou também louvo e agradeço?
Senhor Jesus, que caminhas ao nosso lado ao longo da nossa vida, ajuda-nos a perceber o que de bom temos e como o podemos partilhar com os outros. Escuta as preces que Te queremos dirigir.
Querido Pai, que nos convidas a sermos Teus discípulos e a continuar a missão de Jesus na distribuição do “pão” que mata a fome de vida, de justiça, de liberdade, de esperança e de felicidade dos homens que sofrem, sê nossa força e amparo.
Jesus, contigo nos levantamos e contigo descansamos, reforça a nossa escuta ativa para que, no meio do turbilhão diário, Te possamos ouvir e reencontrar para estar contigo perante qualquer circunstância da vida e da missão de evangelização a que nos enviaste.
Dispostos a usar a caridade como instrumento para servir os irmãos, sintamo-nos abençoados por Deus
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
O Papa Francisco deixou-nos uma mensagem para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. O Orar em Família fez um poema. Se houver um tempinho, ficam aqui estas duas sugestões: