Semana de 22 a 28 de junho de 2025 XII DOMINGO COMUM – ANO C
Juntemo-nos num espaço tranquilo e que nos permita refletir em família. Se tivermos uma cruz, colocamo-la no meio de nós. Folheemos a bíblia e encontremos o livro de Lucas, no capítulo 9. Quando estivermos prontos para iniciar a oração, acendemos a vela.
Querendo acolher Deus no centro das nossas vidas, sem rejeições, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Preparemo-nos interiormente para este momento de oração
Toma a tua cruz e segue-Me Vive sem medo de te dares. Toma a tua cruz e segue-Me Já que tens tanto p’ra dar.
Cristo que te chama nunca te deixa só Está contigo antes que chegues a pensar Mesmo que duvides, não duvides de ti É na tua cruz que Ele está
Se Cristo te chama, Ele sabe porquê Pois sabe o que fez e o que criou em ti Pára para veres tudo aquilo que és É no teu amor que Ele está
Já que tens tanto p’ra dar Já que tens tanto p’ra dar
Jesus revela-se, mesmo quando não O reconhecemos! Assumiu a cruz por amor e a Sua entrega ensina-nos o verdadeiro caminho da vida! Ele caminha connosco, faz-se próximo, mesmo que muitas vezes seja rejeitado! Ancorados no Seu amor fiel, que não falha, digamos-Lhe a nossa oração de gratidão!
Escutemos atentamente na voz de um de nós o texto de Lc 9, 18-24, com o coração desperto para a mensagem nele contida
Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» Eles responderam: «Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».
É Jesus que Se dirige a cada um de nós! Tentemos perceber melhor o que nos diz.
Neste texto, Jesus revela uma realidade que nenhum dos seus discípulos queria ouvir: a rejeição e o sofrimento que ele teria que enfrentar. Vamos refletir esta rejeição em dois aspetos.
Primeiro: A rejeição de Jesus pelo seu povo Quando Jesus fala de rejeição, é importante entender que não se trata apenas dum ato físico de recusar mas duma profunda resistência ao que é novo, ao diferente, ao que desafia as nossas crenças e sistemas estabelecidos. Jesus convidava as pessoas a viver de maneira radicalmente diferente, a amar e a procurar o bem dos outros, a perdoar, a ter compaixão e misericórdia e, acima de tudo, a colocar Deus no centro de todas as coisas. A rejeição de Jesus não se limitou à sua morte na cruz mas ela começou bem antes, durante o Seu ministério, quando muitos O rejeitaram por causa das Suas palavras e ações. O Filho do Homem foi rejeitado porque a Sua mensagem de amor, de perdão e de salvação iam contra as expetativas humanas dum messias político ou dum rei que fosse estabelecer um império terreno.
Na sua sabedoria divina, Jesus sabia que a Sua mensagem não seria aceite por todos e muito menos pelos chefes políticos e religiosos de então, por isso anuncia a Sua rejeição e com isto mostra que o caminho da salvação não será uma jornada de glórias terrenas mas uma jornada de sofrimento. Jesus não veio para ser aceite por todos mas para cumprir a vontade do Pai e ao cumprir a vontade do Pai muitos não o iriam compreender e iriam rejeitá-l’O. Deus tinha um plano redentor para a humanidade e a rejeição fazia parte desse plano, como podemos ler no profeta Isaías: “Desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado”. (Is 53, 3) A rejeição de Jesus não foi algo acidental ou sem propósito mas fazia parte do plano de Deus para a redenção da humanidade.
Segundo: A nossa rejeição de Jesus A rejeição de Jesus não foi só um evento histórico que aconteceu há dois mil anos atrás mas continua a acontecer, muitas vezes, de maneira quotidiana. Quando falamos de rejeição de Jesus, precisamos de compreender que, muitas vezes, ela não ocorre de forma consciente, explícita ou agressiva mas através da indiferença. Vivemos num mundo agitado, cheio de solicitações e, muitas vezes, deixamos de lado a presença de Jesus nas nossas vidas. Ele está presente no nosso quotidiano, convida-nos para uma relação íntima e profunda mas, devido à pressa, ao egoísmo ou ao apego às coisas temporais, acabamos por ignorar a Sua voz. Esta indiferença é uma forma de rejeição porque, ao ignorar a Sua presença, não abrirmos espaço para Ele transformar os nossos corações.
Outra forma de rejeitar Jesus está nas nossas escolhas diárias. Quando optamos por viver de acordo com os nossos próprios critérios e desejos egoístas, quando decidimos seguir os padrões do mundo em vez de procurar a vontade de Deus, estamos a rejeitar, ainda que de maneira implícita, o convite de Jesus para uma vida de amor, paz e serviço. As escolhas que fazemos em relação ao nosso próximo, a forma como tratamos os outros e como conduzimos a nossa vida com Deus são expressões da nossa aceitação ou rejeição de Jesus. Quando permitimos ser guiados pelo nosso egoísmo ou pelo orgulho, fechamos o coração à Sua mensagem e rejeitamos, de alguma maneira a Sua mensagem.
Jesus, no silêncio e na oração, buscava intimidade com o Pai e, ainda que rejeitado por muitos, acolheu o caminho do amor, passando pela cruz! Aprendamos a calar a voz do mundo dentro de nós e escutemos a voz do chamado do Pai, guiados pelo exemplo de Jesus “rejeitado”. Reflitamos:
Em que momentos tenho rejeitado Jesus nas pequenas decisões do meu dia?
Tenho medo da cruz ou abraço-a com confiança?
Em que situações preciso da presença e da coragem do Senhor?
Sinto o convite de Jesus para uma vida de amor, paz e serviço? Como?
Nas nossas lutas diárias em que muitas vezes nos sentimos incompreendidos, esquecidos ou injustiçados, somos tentados a fugir ou a desistir… Poe vezes, perdemos a força quando precisamos de fazer escolhas difíceis, ou de enfrentar a nossa “cruz”! Nestes momentos em que nós, ou os outros precisamos de maior conforto, Cristo segura-nos com o Seu exemplo e amor. Digamos-Lhe aquilo que, hoje, achamos ser os nossos pedidos mais importantes!
Abrindo espaço para Cristo transforme os nossos corações, rezemos
Senhor, reconheço que muitas vezes também te rejeito, quando coloco o meu ego à frente do Teu chamamento, quando recuso a cruz, quando busco a glória sem sacrifício! Concede-me, ó Pai, um coração fiel capaz de permanecer contigo, mesmo nas horas de dor, desprezo e incompreensão. Ensina-me a seguir-Te e fortalece-me para que não rejeite a verdade do Teu amor, nem me envergonhe da cruz!
Fica comigo, Senhor, e transforma a minha fraqueza em fidelidade