Semana de 3 a 9 de março de 2024 III DOMINGO DA QUARESMA – Ano B
O que podemos fazer para preparar este momento de oração? Como podemos preparar o espaço? Como podemos preparar o nosso coração? Como podemos sentir Jesus no meio de nós? Podemos ter uma Bíblia aberta em João 2 e acender uma vela para iniciarmos a nossa oração.
Seguindo os passos de Jesus e animados pelo Seu Espírito, entreguemos-Lhe o nosso coração benzendo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Quando escutamos com atenção a voz do Senhor, sentimos a Sua luz e a Sua mão que nos guia, que nos conduz com o Seu amor e que purifica o nosso coração. Louvemo-Lo!
Senhor eu peço o Teu amor por nós, é tão mais fácil conviver. Com atenção ouvimos Tua voz para podermos aprender.
Oh, Senhor dá-nos Tua graça e luz para podermos caminhar e carregando esta nossa cruz fica mais facil suportar.
Senhor, ensina-me a viver a dar e receber de Ti o que eu mereço é tudo o que eu Te peço para continuar a poder caminhar para a frente
(Oh, Senhor) Dá-me a Tua mão, que eu nunca diga não. Tu és a minha luz, és Tu quem me conduz até à eternidade com toda a liberdade para sempre… Oh, Senhor!
Agradecer é um ato de consagração pela vida que temos, revestido de um sentimento de reconhecimento e de humildade, que cria emoções positivas e fortalece os nossos laços com Deus. Assim, aproximemos o nosso coração do coração de Deus, entregando-Lho e agradecendo-Lhe as infinitas graças que nos concede.
Jesus faz-Se companheiro da nossa caminhada e aponta-nos os caminhos de salvação. Escutemos na voz de um de nós, o que tem a dizer-nos em Jo 2, 13-22
Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados às bancas. Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio». Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa». Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?» Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei». Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para se construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?» Jesus, porém, falava do templo do seu corpo. Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e nas palavras que Jesus dissera.
Convidados a olhar para Jesus, a aproximar-nos dele, a ir atrás dele e a descobrir as Suas indicações, o Seu anúncio, tentemos perceber este texto do Evangelho.
Ao longo dos séculos, Deus ensinou o seu povo a sacrificar, isto é, a oferecer-Lhe coisas para que, na oferta delas, o povo se oferecesse a si mesmo. Na verdade, Deus queria que o povo oferecesse o seu próprio coração mas, com o passar dos anos, esses sacrifícios, que Deus instruíra cheios de bondade, foram-se transformando em coisas mesquinhas e o povo deixou de ter o seu coração nessas ofertas de tal modo que, na época de Jesus, a situação era muito grave. O Templo, lugar do encontro de Deus com o seu povo, transformou-se numa casa de comércio, num lugar de idolatria e de prostituição de coração. Por isso, Jesus agiu deste modo tão violento e disse: “Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio”. Com este gesto, Jesus faz uma pregação pela ação.
Sabemos que isto é aplicável a todos nós que somos templos de Deus pela presença do Espírito Santo em nossas vidas como diz a primeira carta aos coríntios: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Cor 3, 16) Jesus quer que cada um de nós, que o nosso coração ame a Deus com todas as forças e o adore só a Ele como diz o livro do Exôdo: “Não haverá para ti outros deuses na minha presença” (Ex 20, 3). O que acontece é que fomos colocando dentro no nosso coração as nossas “ovelhas”, “bois” e “moedas” que vieram ocupar o lugar de Deus e que agora precisamos de expulsar para que cada um de nós possa ser verdadeiramente um Templo de Deus e não um “covil de ladrões”.
Jesus quer vir expulsar o mal da nossa vida, quer vir purificar o nosso coração para que possamos prestar a Deus um culto purificado e santo. Diferente do templo externo que Jesus purificou quando derrubou as mesas e acabou com o comércio, no templo do nosso coração, Jesus não pode entrar se nós não o permitirmos mas o seu maior desejo é purificar-nos de tudo o que nos afasta de Deus e que vai povoando o nosso coração.
Embora Deus habite no nosso coração, talvez, dentro do meu coração, haja ainda muita coisa desordenada que precisa de ser purificada. A quaresma é um tempo de mudança, de conversão e Jesus quer que nós mudemos, que paremos de perder tempo e permitamos que o Senhor faça uma “limpeza” no nosso coração para expulsar os ídolos que são atitudes de ganância, inveja, ódio, mentira, ira, preguiça, avareza, apego excessivo às coisas do mundo. Permitamos que o Senhor faça uma “limpeza” de todos os comportamentos que são contra Deus, contra o próximo e até contra nós mesmos, como nos fala a primeira leitura deste domingo. Cada um pode pedir, no silêncio de si mesmo, ao Senhor que faça uma “limpeza” no seu coração sem ter medo do chicote.
Sim, o chicote de Jesus também é para mim. Não é um chicote de bater, porque Jesus não bate, mas Jesus vai fazer uma limpeza com ternura, com misericórdia e com amor. A misericórdia é a maneira de Jesus fazer a limpeza. Deixe – cada um de nós, o Senhor entrar com a sua misericórdia para que Ele nos possa perdoar os pecados e converter o nosso coração. Por isso, a quaresma, como tempo de conversão e limpeza, apresenta-nos o sacramento da penitência para nos purificarmos até das coisas mais pequenas que nos afastam de Deus e crescermos como templo vivo do Senhor e sermos habitados por Ele e somente por Ele.
Quanta honra ser verdadeiro templo que recebe a presença Divina e servir de morada a Deus (que se agrada em habitar no verdadeiro cristão com a presença santificadora do Espírito Santo)! Isso acontece quando estamos dispostos a deixar que Deus purifique o nosso coração… Reflitemos:
Sou capaz de me confiar completamente a Deus num acto de fé ou peço sempre sinais?
Deus proporciona-me muitos sinais da sua presença na minha vida. Acolho-os?
Contento-me com um culto exterior ou procuro oferecer a Deus o culto da minha obediência na vida diária?
Quem é Jesus para mim? Estou consciente de que só Ele e por meio d’Ele é possível encontrar a Deus?
O amor de Deus não se compra nem vende: é puro dom; É revestido de atitudes e gestos gratuitos de amor, de partilha solidária, de fraternidade desinteressada, de dádiva sem recompensa… Deixemos que, verdadeiramente convertidos ao Seu amor, a Sua misericórdia purifique o nosso coração e entreguemos-Lhe humildemente os nossos pedidos.
Com as nossas mãos sob o nosso coração, rezemos com fervor
Pai, hoje foi um dia difícil. Diversas vezes me distraí dos Teus caminhos e dei espaço à tentação. Mesmo sabendo que seguia o caminho errado, decidi seguir; sujei-me com as impurezas do pecado, poluí a minha mente e ignorei o Teu Espírito. Estou sujo e não tenho forças para me levantar. Peço-Te Senhor, que estendas a Tua poderosa mão para me levantar e purifica o meu coração, a minha mente e a minha alma das coisas que eu coloquei neles.
Fazendo do nosso coração um templo de oração, benzemo-nos