Semana de 7 a 13 de dezembro de 2025 II DOMINGO DO ADVENTO – ANO A
O presépio está montado e o ambiente começa a preparar-se para receber o Deus Menino. Façamos do nosso coração o espaço acolhedor digno para O receber, começando já neste momento de oração. Preparemos a Bíblia em Mateus 3 e acendamos a vela para nos iluminar e aquecer como Jesus. Iniciemos, de mãos dadas!
Purificados, restaurados e conduzidos pelo Espírito Santo no caminho da luz, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos Jesus, que renova o nosso coração que necessita ser mudado
Porque tudo que há dentro de mim necessita ser mudado, Senhor.
Porque tudo que há dentro do meu coração necessita mais de ti.
Este advento é o momento certo para preparar bem o caminho do Senhor; para “sair do centro” e deixar Cristo ocupar o trono do nosso coração. Em silêncio interior, escutemos a voz de Deus que nos chama à conversão verdadeira e, abraçando com humildade e coragem o desafio de O fazer reinar em nós, sintamos brotar a nossa gratidão pelo Seu amor, dirigindo-Lhe a nossa sentida oração de agradecimento.
Escutemos na voz de um de nós, o texto de Mt 3, 1-2.10-12, que nos convida a olhar a vida com verdade
Naqueles dias, apareceu João Baptista a pregar no deserto da Judeia, dizendo: «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus». (…) O machado já está posto à raiz das árvores. Por isso, toda a árvore que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo. Eu batizo-vos com água, para vos levar ao arrependimento. Mas Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu e não sou digno de levar as suas sandálias. Ele batizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo. Tem a pá na sua mão: há de limpar a eira e recolher o trigo no celeiro. Mas a palha, queimá-la-á num fogo que não se apaga».
Tentemos perceber melhor a mensagem que podemos inferir para a nossa caminhada cristã.
Ao caminharmos para o Natal, solenidade do nascimento de Jesus, o texto da liturgia deste domingo, que é também o desta oração, diz-nos pela boca de João Batista que vai chegar Aquele que é “mais forte”. Esta afirmação não é apenas uma profecia mas uma exigência que nos convida à humildade e à tomada de decisão.
Primeiro: A vinda do “mais forte” exige humildade João era um profeta admirado e respeitado, era mestre e líder espiritual de muitos, era temido pelos poderosos e a sai pregação atraía multidões mas, diante da chegada de Jesus, ele diz que “não sou digno de levar as suas sandálias”. Esta afirmação revela a essência profunda da verdadeira humildade: reconhecer que não somos o centro mas que tudo converge para Cristo. Esta frase ensina-nos que, por mais que alguém tenha dons, destaque ou autoridade, ninguém se compara a Jesus Cristo. João tinha discípulos, influência e respeito e poder-se-ia ter apegado a isso mas, ao invés, ele aponta para o Outro, para Aquele que virá depois: Jesus. João sabia que a sua missão não era atrair os holofotes mas ser uma seta que aponta para a Luz, a sua grandeza estava em esvaziar-se para que Jesus crescesse. João mostra-nos que o verdadeiro servo de Deus não busca ser adorado mas aponta para o Senhor. A humildade é o primeiro passo para acolher o “mais forte”. Somente os humildes conseguem reconhecer Jesus. Os fariseus e os saduceus, que vinham a João, estavam preocupados com títulos, aparências e tradições e por isso não viam em Jesus o Salvador. A humildade de João não era uma autodepreciação, mas clareza de identidade. Ele sabia quem era e quem não era. Ele era o precursor e não o Messias. A humildade de João é um modelo para todos nós. Se quisermos preparar bem o caminho do Senhor, precisamos sair do centro e deixar Cristo ocupar o trono do nosso coração.
Segundo: A vinda do “mais forte” exige decisão João, ao falar de Jesus, o “mais forte”, revela que a sua vinda não permite neutralidade. Quando João fala que Jesus tem a “pá na mão”, ele indica que Jesus não vem apenas para consolar mas também para julgar com justiça. A vinda de Jesus exige de nós uma resposta concreta, uma tomada de decisão. O senhor está pronto para limpar a eira, para limpar o campo do coração humano. Não podemos adiar a nossa conversão, não há espaço para uma fé morna, para uma vida espiritual de aparência. Jesus veio para separar o que é autêntico (trigo) do que superficial (palha), o que é verdadeiro, do que é fingido, o que é vida de fé do que é religiosidade vazia. A vinda do Cristo, seja no Natal, no fim dos tempos ou nas pequenas visitas diárias, revela quem somos por dentro porque, diante d’Ele, ou somos trigo ou somos palha, ou acolhemos a sua força salvadora ou corremos o risco de nos tornarmos palha seca, sem fruto.
A vinda do “mais forte”, mais do que admiração, exige conversão. Ele chama-nos à decisão firme, à mudança de vida, ao compromisso com a verdade do Evangelho e com o Reino de Deus. Hoje, mais do que nunca, não podemos viver uma fé morna, precisamos de ser trigo ou palha.
A vinda de Jesus exige de nós uma resposta concreta, uma tomada de decisão; não podemos adiar a nossa conversão, não há espaço para uma fé morna, para uma vida espiritual de aparência. A vinda do “mais forte”, revela quem somos por dentro porque, diante d’Ele, ou somos trigo ou somos palha. Chamados à decisão firme, à mudança de vida e ao compromisso com a verdade, reflitamos.
Que áreas da minha vida precisam de conversão sincera?
Que “palhas” – atitudes, hábitos, medos, ressentimentos – preciso deixar que o Espírito Santo queime para me tornar mais livre?
Como posso preparar melhor “o caminho do Senhor” na minha rotina, nas minhas relações, nas minhas escolhas?
Que relações precisam do meu pedido de perdão ou de um gesto de reconciliação para que eu seja árvore que dá fruto?
A vinda do “mais forte” purifica-nos, renova-nos e dá-nos força interior para produzirmos frutos de bondade, justiça e misericórdia, à Sua semelhança. Ele ensina-nos o caminho de vida nova, ampara-nos, fortalece-nos e guia-nos. É no seu colo que encontramos a determinação, a coragem e o consolo de O sentir inquilino no nosso coração. Confiantes no Seu amor, entreguemos-Lhe os nossos pedidos e o de tantos que sofrem no silêncio.
Dispostos a preparar a chegada do “mais forte” ao nosso coração, rezemos
Senhor, retira de mim a palha que me cansa e me dispersa; as preocupações inúteis, os pensamentos que me afastam de Ti; os gestos que não revelam amor; as palavras que não constroem.Queima Senhor, com o fogo do Espírito Santo, tudo o que me impede de frutificar; dá-me a coragem de olhar para dentro e reconhecer o que preciso de mudar, pedir perdão e recomeçar; dá-me a humildade de reconhecer que não caminho sozinho e que Tu és o “mais forte” que me levanta, me orienta e me transforma.
Sentindo o fogo do Espírito Santo, que nos aquece, ilumina e renova, benzemo-nos.