Semana de 26 de outubro a 1 de novembro de 2025 XXX DOMINGO COMUM – ANO C
Sabemos que falhamos, reconhecemos que podemos fazer melhor e ser melhores, então comecemos já. Ao prepararmo-nos para este momento de encontro, agradecimento, aprofundamento da fé, exame de consciência e partilha, tenhamos presente que podemos fazer melhor. Preparemos o nosso coração, decidamos encarar a oração com seriedade e, duma forma empenhada, aproveitemos… aproveitemos mesmo! Podemos abrir a Bíblia em Lucas 18 e acender uma vela que nos ilumine.
Buscando um coração purificado de toda a vaidade e aberto à misericórdia de Deus, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Quando o orgulho nos seduz e conduz, busquemos a luz, a glória e a bondade de Deus no nosso coração, louvemo-Lo.
Quem somos nós sem ti? Perdidos sem a tua luz Ciclos de erro sem fim Onde o orgulho nos seduz e conduz
Clamamos por teu reino E tua vontade Em nossos corações Este é o nosso anseio Tua glória e bondade Sobre as nações
Do mundo inteiro, Salvador Deste a vida em amor Vem Jesus, vem Jesus Revelar tua majestade Em justiça e verdade Vem Jesus, vem Jesus Reinar
P’ra onde iremos nós? Se a vida flui da tua voz
Que vença o teu amor Que vença o perdão E que o poder da cruz Rasgue a escuridão
Deus conhece o mais íntimo do nosso coração… Ele vê além das aparências, acolhe a humildade sincera, é paciente com o nosso orgulho disfarçado de virtude e ergue-nos com ternura. . Com um coração simples, autêntico e atento à presença de Deus na nossa vida, façamos a nossa oração de agradecimento a Deus.
Na voz de um de nós, escutemos o texto de Lc 18, 9-14, que nos revela que o amor de Deus é maior que os nossos pecados.
Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: «Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; Mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador’. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Exploremos o que Deus nos quer ensinar com estas palavras:
Este texto do evangelho apresenta-nos uma parábola que, embora simples, revela uma profunda verdade sobre o coração humano e a misericórdia de Deus. Da oração do fariseu e do publicano jesus conclui que o publicano “desceu justificado para sua casa e o outro não.” O publicano agrada a Deus, não pelo seu currículo, mas pelo coração. Inspirados no exemplo do publicano, deixamos alguns passos para sermos justificados, isto é, perdoados e restaurados diante de Deus.
Primeiro: Reconhecer o próprio pecado e as próprias limitações Esta atitude é o primeiro passo para a verdadeira conversão: reconhecer a própria miséria com sinceridade. O publicano não se compara com ninguém, não tenta impressionar Deus, não cita as suas boas obras, não tenta justificar nem esconder os seus erros, ele olha apenas para si mesmo e para Deus e, simplesmente, apresenta a sua fragilidade e sente-se necessitado da misericórdia de Deus. A justificação do publicano começa com a sua humildade e verdade interior. Ele manifesta isto mesmo quando fica à distância porque não se sente digno de estar em destaque no templo e de estar na presença de Deus. Deus não espera que sejamos perfeitos mas verdadeiros e humildes. A humildade faz-nos saber que somos pequenos diante de Deus e dependemos da Sua graça. Deus acolhe um coração autêntico, verdadeiro e humilde e resiste ao coração orgulhoso.
Segundo: Procurar sinceramente o perdão Diz-nos o texto que o publicano “batia no peito”. Este é um gesto simbólico de arrependimento e de dor interior. O publicano reconhece que o pecado não está nos outros mas dentro de si mesmo e o bater no peito expressa que ele mesmo assume a responsabilidade pelos próprios atos. Em tempos em que somos tentados a mascarar as nossas fraquezas e defeitos, o publicano ensina-nos que a conversão começa com o olhar para dentro de nós com sinceridade. Sem a coragem para admitir as nossas falhas, os nossos egoísmos e omissões, sem este reconhecimento não há arrependimento verdadeiro. O que restaura o publicano não são as suas palavras bonitas nem as suas boas obras mas o seu arrependimento sincero. O publicano representa a todos nós quando deixamos de lado o orgulho e nos apresentamos com um coração arrependido diante de Deus.
Terceiro: Confiar na misericórdia de Deus “Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador.” Esta frase, feita por alguém considerado pecador e excluído pela sociedade, manifesta uma atitude muito corajosa e bela: a confiança em Deus. Confiar em Deus é acreditar que Ele nos ouve mesmo quando erramos. O publicano reconhece os seus pecados mas mesmo assim volta-se para Deus. Ele sabe que errou mas também sabe que Deus é um Pai de misericórdia, cheio de compaixão, e por isso ele não foge do templo, não desiste da fé, ele confia que Deus o pode perdoar. A confiança do publicano leva-o a superar o medo e a vergonha e a apresentar-se diante de Deus. O publicano ensina-nos que o lugar do pecador é na presença de Deus porque é ali que a graça se alcança. O publicano não tinha méritos para apresentar mas tinha algo que agrada profundamente o coração de Deus: a confiança humilde no Seu perdão que não nasce da perfeição mas do conhecimento da Sua misericórdia.
Deus ouve o humilde, não porque ele é perfeito, mas porque é verdadeiro. A verdadeira oração nasce do interior; quando deixamos cair as máscaras, quando sentimos arrependimento sincero; quando reconhecemos que precisamos da misericórdia de Deus; quando n`Ele confiamos e a Ele nos entregamos. Reflitamos:
Quando é que fui fariseu e quando é que fui publicano?
Tenho tendência a achar que “mereço” o amor de Deus pelo que faço?
Que palavras simples eu poderia dizer a Deus, hoje, vindas do coração, sem enfeites?
Tenho coragem para me aproximar d´Ele, mesmo quando me sinta “indigno”? Como?
Que atitudes concretas posso mudar para viver com mais simplicidade e verdade?
Somos tão pequenos diante de Deus… E é preciso coragem para admitirmos as nossas falhas, os nossos egoísmos, as nossas omissões! Confiantes que Deus nos ouve, mesmo quando erramos, e que tem misericórdia e compaixão de nós nos momentos mais difíceis do nosso caminho, façamos-Lhe os nossos pedidos, com um coração humilde, sem esquecer de pedir por todos aqueles que não se dão conta que são pecadores.
Sabendo que o perdão de Deus é maior que a nossa culpa, rezemos com humildade.
Senhor, ensina-nos a rezar com um coração sem fingimento, sem comparações, sem orgulho. Dá-nos a graça da humildade; transforma o nosso coração para que saibamos reconhecer-Te em tudo. Afasta de nós o orgulho e a indiferença e enche-nos de alegria de quem vive reconciliado contigo. Que a nossa vida seja testemunho da Tua bondade e da Tua misericórdia.