Semana de 5 a 11 de outubro de 2025 XXVII DOMINGO COMUM – ANO C
No movimento apressado dos nossos dias, esquecemo-nos de parar para sentir a chama de Deus que arde em nós e apreciar os dons que d´Ele recebemos! Ousemos fazer silêncio e, reunidos com a nossa família num local aconchegante e tranquilo do nosso lar, possamos propor-nos a escutar Deus no nosso coração! Tenhamos uma Bíblia aberta em Timóteo e uma vela acesa, sinal da chama da fé que Deus alimenta em nós.
Detentores da coragem e da força com que o Espírito Santo nos incita a vivermos como testemunhas de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Elevemos o nosso louvor a Deus cuja palavra sopra vida em nós.
Só Tu és digno de receber adoração A Ti elevo o meu louvor, minha canção Pois não há como o Senhor Quem se compara ao Senhor?
Deus absoluto, inabalável és A tua palavra sopra vida em nós Sabemos quem és
Espero em Ti Quão suficiente és pra mim Toda riqueza que possuir Não tem valor perto de Ti Pois não há como, Senhor Quem se compara ao Senhor?
Deus absoluto, inabalável és E a tua palavra sopra vida em nós Sabemos quem és Quem se compara ao Senhor? Quem se compara ao Senhor?
Só Ele é digno de louvor E não tem igual Cantamos à Majestade, Pois não há outra verdade Ele é digno de louvor E não tem rival Tu não tens rival
Envolvidos nas tarefas e afazeres infindáveis que preenchem os nossos dias, por vezes “adormecemos” na nossa missão e ficamos insensíveis aos dons e dádivas que Deus nos concede! Fazendo o exercício de reconhecer o tanto que d´Ele recebemos, saibamos agradecer-Lhe!
Quem se chega à frente para ler, preferencialmente da Bíblia, a passagem de 2 Tim 1,6-8.13-14?
Caríssimo: Exorto-te a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação. Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro. Mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus. Toma como norma as sãs palavras que me ouviste, segundo a fé e a caridade que temos em Jesus Cristo. Guarda a boa doutrina que nos foi confiada, com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós.
Vamos, concentradamente, aprofundar a mensagem deste texto.
Timóteo deixou “adormecer” o dom de Deus Não sabemos ao certo, porque não são apresentados detalhes, mas percebemos que Paulo está preocupado com Timóteo e por isso encoraja-o a “reanimar” o dom que recebera de Deus. O verbo aqui usado para “reanimar” é “anazopureo” que tem o sentido de “acender novamente o fogo”, “reavivar as chamas”, “soprar para fazer o fogo voltar a arder”. Assim, Paulo exorta Timóteo não a reanimar-se a si próprio mas a “reanimar o dom de Deus”. O dom é “um favor imerecido” que Deus concede e manifesta-se na comunidade, na dedicação da pessoa ao serviço de Deus e da Igreja. Paulo não diz” “recebe um novo dom”, mas sim: “reanima o dom”. Isto mostra que o “dom de Deus” (a fé, a graça, o Espírito Santo) já está dentro de nós. Por alguma razão, Timóteo esqueceu-se que o Espírito Santo estava nele, esqueceu-se que recebera o “dom de Deus”, transmitido pela imposição das mãos. Timóteo precisava de “soprar as brasas”, “reanimar o dom” da sua vocação e isto é uma atitude pessoal. Como Timóteo, fomos marcados pelo Espírito no batismo e fortalecidos na confirmação. Como a Timóteo, Deus confiou-nos talentos, dons e carismas.
Há momentos em que deixamos “adormecer” o dom de Deus em nós A nossa época é contra aquele que quer permanecer inflamado por Deus porque surgem dificuldades de várias espécies que sufocam as chamas. Cobertores molhados como a negligência espiritual, a indiferença, o comodismo, as palavras negativas ou críticas destrutivas, ambientes tóxicos ou espiritualmente indiferentes, falta de apoio ou incentivo, desvalorização da fé e o medo podem ajudar a adormecer o dom de Deus em nós. Ele não desaparece mas fica adormecido e por isso é preciso ser reavivado.
Reanima o dom de Deus Esta exortação é válida também para nós e por isso precisamos de criar um plano de reanimação que passa por dois aspetos.
Plano de memória Precisamos de lembrar que no dia do nosso batismo e crisma recebemos o dom de Deus, o Espírito Santo. Se esquecermos que somos templos do Espírito e que o Seu fogo habita em nós, permitimos que ele se apague. Paulo diz a Timóteo que não lhe foi dado um espírito de timidez ou covardia. O homem que escondeu os talentos disse: “tive medo” (Mt 25, 25). Quantas chamas foram apagadas por temores e medos: medo de não ser capaz, medo dos outros, medo da rejeição, medo do fracasso, medo da fragilidade, medo de ser criticado… Seja qual for o medo que temos, não é Deus pois Ele não nos deu tal espírito. É preciso lembrar e reavivar que o conteúdo do dom que recebemos é “fortaleza, caridade e moderação”.
Plano de disposição Precisamos de voltar à oração pessoal, ela é o “oxigénio” do dom. Rezar com o coração, em silêncio, diante do Senhor, permite que o Espírito reacenda o que parecia apagado. Precisamos de nos alimentar da Palavra de Deus. A Sagrada Escritura é viva e eficaz. Ao meditar na Palavra, o Espírito fala, fortalece e ilumina. Precisamos de participar nos sacramentos que restauram e fortalecem o dom. Precisamos de nos dispor a viver intensamente a vida cristã com compromisso e testemunho, isto é, praticar o dom. Não basta “sentir” o dom, é preciso usá-lo. Se tens o dom de ensinar, ensina; se tens o dom de servir, serve; se tens o dom da escuta, escuta. Precisamos de passar dum estilo apagado para um estilo vibrante.
A fé é como uma chama que precisa de ser reavivada constantemente! Não nos foi dado um Espírito de medo, mas de força, amor e sabedoria! O convite de Deus é claro: não ter vergonha de dar testemunho de Cristo, mesmo que nos traga desafios, pois a ajuda do Espírito Santo habita em nós! Reflitamos:
Que dons Deus colocou em mim que talvez estejam adormecidos?
Como posso colocá-los ao serviço da comunidade dos que me rodeiam?
Tenho medo de mostrar a minha fé em público ou nas pequenas escolhas diárias?
Que testemunho posso dar, de forma simples e concreta, no trabalho, em casa ou com amigos?
Detentores da força, do amor e da sabedoria que o Espírito Santo cultiva em nós, conduzidos e reavivados por Ele nos nossos corações, apresentemos as nossas preces ao Pai bondoso, sem esquecer os demais.
Com a certeza que não caminhamos sozinhos, mas com a chama viva do Espírito em nós, rezemos
Senhor nosso Deus, Tu que nos confiaste o dom precioso da fé, faz-nos vigilantes e corajosos, para que a chama nunca se apague nos nossos corações.Que o teu Espírito Santo nos conduza e nos dê sabedoria e força para guardar com amor o Evangelho de Cristo.
Na certeza que a benção de Deus desce sobre nós, benzemo-nos.