Semana de 7 a 13 de setembro de 2025 XXIII DOMINGO COMUM – ANO C
Preparemos o espaço para vivenciarmos este momento de oração de forma calma, introspetiva, promovendo o discernimento e a partilha. Para isso, podemos ter a Bíblia aberta em Lucas 14 e acender uma vela no meio de nós.
Capazes de edificar a nossa vida comprometidos com Jesus, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Esperas um dia diferente esperas um dia alcançar esperas da tua vida esperas do teu esforço a paz. E os dias são todos um suportar… Olhas para dentro e pensas saber em detalhe aquilo que podes mudar sobes as escadas e vês que há sempre mais um passo a dar Mas ainda não morreu em ti a lembrança dum lugar onde ser é mais que conseguir; onde aprendeste a esperar… Ainda podes ser leal, Ainda podes e podes sempre Viver por dentro dum abraço; Viver nascendo a cada instante De um amor que te lança mais alto!
No meio da multidão que nos cerca, jesus volta-se para cada um de nós e fala-nos ao ouvido…Atentos ao Seu murmurar, cada um de nós, em breves palavras, pode dizer algo pelo qual Lhe queremos agradecer hoje; pode ser um dom, um cuidado, um acontecimento, uma pessoa… Terminamos a partilha, repetindo juntos: Senhor, por tudo Te damos graças!
Um de nós pode ler alto a passagem de Lc 14, 25-33, onde Jesus nos convida a dar-Lhe prioridade e a construir a nossa vida, usando-O como alicerce.
Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, sem Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de entre vós, que, desejando construir uma torre, Não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra com ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».
Esforcemo-nos por perceber o que significa comprometermo-nos com Deus.
Compromisso, do ponto de vista cristão, é uma decisão firme e perseverante de seguir Jesus com integridade de coração, mesmo diante de dificuldades, perdas ou exigências. É muito mais do que boa vontade: é uma adesão total ao projeto de Deus com todas as implicações que isso acarreta. Neste texto do Evangelho, Jesus deixa claro o que significa compromisso para Ele.
Primeiro: O compromisso pede/exige renúncia de tudo o que atrapalha a entrega ao projeto de Deus O primeiro passo para compreender o que Jesus nos pede é que o compromisso com Ele envolve renunciar ao egoísmo e ao orgulho. A renúncia de que Jesus fala é a renúncia do “eu” que nos fecha em nós mesmos e no nosso umbigo. O que nos custa, na maior parte das vezes, é justamente renunciar ao nosso ego, ao nosso orgulho, à nossa vontade de ser sempre os primeiros. Jesus ensina-nos que a verdadeira grandeza está na humildade e chama-nos a colocar a vontade de Deus acima de tudo.
Seguir Jesus também significa renunciar ao afeto desordenado pelas coisas do mundo. Quando Jesus fala em “preferi-Lo” em relação aos familiares e até à própria vida, Ele convida a refletir sobre o valor que damos às nossas relações e bens materiais. Isto não quer dizer que devemos abandonar as nossas famílias ou bens materiais mas que devemos estar dispostos a deixar tudo isso de lado quando isso nos tenta afastar da relação com Deus. Nada pode ocupar o lugar central na nossa vida que é destinado a Deus. O compromisso com Cristo exige que estejamos dispostos a abandonar tudo o que nos impede de viver para Ele.
Segundo: O compromisso supõe uma decisão consciente A decisão de seguir Jesus exige reflexão e discernimento. Jesus chama-nos a analisar, a pensar se realmente estamos dispostos a carregar a cruz, a renunciar a tudo e a pagar o preço de ser um discípulo fiel. Jesus não quer seguidores por impulso mas discípulos que tomam uma decisão de vida. No Evangelho, Jesus fala sobre o exemplo do homem que decide construir uma torre e precisa de calcular se tem o suficiente para terminar a obra. Esta ilustração recorda-nos que seguir Jesus não é algo que fazemos sem pensar. Precisamos, como o construtor, refletir se a nossa decisão de seguir Jesus é realmente firme e perseverante, se estamos dispostos a pagar o preço da fidelidade e a renunciar aos nossos próprios interesses e desejos. Uma escolha impulsiva ou instável não é perseverante.
Muitas pessoas sentem-se tocadas por Jesus e fazem um primeiro compromisso: decidem segui-Lo, mudar de vida e viver segundo o Evangelho. Este momento é preciso e necessário, é como o início da construção da “torre” mas é preciso “calcular custos”, isto é, assumir que, desde o início, o caminho terá sacrifícios, exigirá constância e perseverança e uma renovação diária. Compromisso sem perseverança não resiste à tentação porque falta firmeza interior, desiste diante das dificuldades porque foi assumido sem profundidade e de forma impulsiva, gera frustração porque a pessoa sente que começou algo que nunca completou. Compromisso tomado de forma impulsiva é como uma chama que se acende com força mas apaga-se ao primeiro vento. É uma promessa feita com entusiasmo mas sem raiz profunda, daí a advertência de Jesus: não basta começar é preciso continuar.
A decisão de seguir Jesus exige reflexão e discernimento.Precisamos, como o construtor, de refletir se a nossa decisão de seguir Jesus é realmente firme e perseverante! Reflitamos:
Desisto facilmente ou perco o entusiasmo com as adversidades? Porquê?
Em que situação renunciei à minha vontade para colocar a vontade de Deus em primeiro lugar?
Quais são as pequenas ou grandes coisas que preciso renunciar, para seguir melhor Jesus?
Que estou disposto(a) a fazer para me comprometer com Jesus? Como vou perseverar na Sua Palavra?
O que quero fazer para me renovar e reconstruir, com Jesus?
Sabemos que o nosso caminho tem sacrifícios, que exigem constância, perseverança e uma renovação diária. Mas nem sempre é fácil sermos firmes ao carregar a “nossa cruz”! Por isso, sabendo que o Pai amoroso nos acompanha e escuta, cada um de nós vai partilhar uma prece espontânea, por nós, pela família, pela comunidade, por alguém que precise. Terminamos repetindo juntos: Senhor, escuta a nossa oração.
Tocados pelo amor de Jesus, rezemos:
Senhor, ajuda-nos a colocar-Te no centro da nossa vida; dá-nos a graça de carregar as cruzes de cada dia com esperança, transformando as dificuldades em oportunidades de crescimento.
Concede-nos discernimento para saber o que é essencial e coragem para deixar o que nos afasta de Ti. Que nunca desanimemos, mas avancemos com confiança sabendo que caminhas ao nosso lado.
Com uma decisão firme e perseverante de seguir Jesus com integridade de coração, benzemo-nos.