Semana de 31 de agosto a 6 de setembro de 2025 XXII DOMINGO COMUM – ANO C
Hoje, podemos reunir-nos na mesa onde habitualmente fazemos as nossas refeições, onde nos banqueteamos com a família e com os nossos convidados. Colocamos a Bíblia aberta em Lucas 14 e, quando todos estivermos preparados para este momento de partilha e oração, convidamos Jesus a sentar-se connosco e acendemos uma vela, sinal da Sua presença.
Permitindo que a Palavra de Deus faça morada em nós e nos anime a estar atentos aos que não têm lugar, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
“Deus sabe, Deus ouve, Deus vê”, por isso entreguemos-Lhe a nossa vida e os nossos planos, louvando-O:
Você que se sente pequeno Dirija seus olhos a Deus Não deixe que sombras o envolvam Entregue sua vida a Deus
Deus sabe o que vai dentro d’alma Deus ouve a oração suplicante Deus vê sua angústia e o acalma Deus sabe, Deus ouve, Deus vê
Se a vida levou os castelos Que em sonhos você construiu Não dê por vencidos seus planos Entregue seus planos a Deus
Deus sabe o que vai dentro d’alma Deus ouve a oração suplicante Deus vê sua angústia e o acalma Deus faz de você um gigante
Deus sabe o que vai dentro d’alma Deus ouve a oração suplicante Deus vê sua angústia e o acalma Deus sabe, Deus ouve, Deus vê
O coração de Deus assenta num incontestável amor que se doa por inteiro, mesmo quando não há reconhecimento, aplauso ou vantagens… O amor de Deus é humilde, hospitaleiro e gratuito… Num pequeno momento de silêncio, cada um de nós vai pensar em como já sentiu Esse amor e partilhar… agradecendo a Deus!
Alguém lê alto o trecho de Lc 14,1.7-14. Se fizemos Jesus nosso convidado, imaginemos que é Ele quem nos fala, e escutemos atentamente a Palavra que nos dirige!
Naquele tempo, Jesus entrou, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobre mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». Jesus disse ainda a quem O tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.
Sintamo-nos desafiados a perceber melhor esta mensagem!
O AMOR INTERESSEIRO O mundo ensina-nos a trocar favores, a calcular ganhos até nos relacionamentos. Há um amor que é movido por vantagens, conveniência ou expetativa de retorno e tem como lógica amar quem pode oferece algo em troca. É o tipo de amor que diz: “ajudo, se tu me ajudares”; “ trato bem, se tu fizeres igual”. É um amor condicional, calculado, limitado. Este tipo de amor interesseiro é um amor que frustra porque sempre espera algo em troca, é um amor que fere porque usa as pessoas como meios e não como fins, é um amor que desgasta porque exige retribuição constante, é um amor que não suporta a ingratidão, nem silêncio, nem o sacrifício sem reconhecimento. Este amor tem como lema: “investir onde há retorno”.
O AMOR GRATUITO Jesus desafia-nos a investir num amor diferente, num amor sem interesse, sem cálculo, sem retorno garantido, num amor que se doa por inteiro, mesmo quando não há reconhecimento, aplauso ou vantagens. E porquê?
Primeiro: O amor gratuito configura-nos com Cristo A gratuidade não é apenas uma virtude cristã mas uma manifestação do próprio coração de Deus. Deus é amor e por isso Ele cria gratuitamente, perdoa gratuitamente, dá gratuitamente. Como filho de Deus, Jesus não podia agir doutra forma e por isso toda a Sua vida é expressão do amor gratuito: Ele cura quem não tem como retribuir, perdoa até a quem o crucifica sem exigir um pedido de desculpas, ama os pobres, defende os pecadores… O amor gratuito revela o coração de Deus e é por isso que Jesus nos manda fazer o mesmo ao dizer que fazer o bem a quem não nos pode retribuir.
Segundo: O amor gratuito é caminho da santidade A prática do amor gratuito liberta-nos da vaidade, do orgulho, do egoísmo, da procura de aprovação, da autopromoção e transforma-nos, porque abre espaço no nosso coração para a compaixão, misericórdia e verdadeira alegria. Muitas vezes associamos a santidade a grandes feitos ou longas orações, mas Jesus mostra que o santo é aquele que ama com pureza de coração, sem esperar nada em troca. A gratuidade purifica-nos no amor, faz-nos amar como Deus ama e quem assim ama não guarda mágoa por não ser reconhecido, não cobra retorno e encontra uma alegria interior que o mundo não entende. Inspirados por Jesus, muitos santos viveram a gratuidade e por isso a sua vida é marcada pela entrega que não cobra, não exige, apenas ama.
Terceiro: O amor gratuito não é esquecido por Deus A recompensa de Deus não é imediata nem material. Jesus diz isso mesmo ao afirmar: “ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos”. Na lógica do Reino, o que fazemos escondido é mais precioso do que o que brilha em público. Deus vê o que ninguém vê. Quantas vezes praticamos o bem e não somos notados? Quantas vezes ajudamos, perdoamos, cuidamos… e recebemos ingratidão? Jesus garante: Deus vê, Deus guarda, Deus recompensa. O bem feito com amor verdadeiro será sempre lembrado por Deus, mesmo que o mundo nunca o veja. A verdadeira recompensa não é o aplauso das pessoas, mas o reconhecimento de Deus no tempo – na ressurreição dos justos.
Amar sem esperar nada em troca parece inútil aos olhos do mundo mas Jesus diz-nos que devemos investir onde só Deus pode retribuir.
Debrucemo-nos, em particular, sobre as seguintes frases da explicação anterior: “A gratuidade purifica-nos no amor, faz-nos amar como Deus ama e quem assim ama não guarda mágoa por não ser reconhecido, não cobra retorno e encontra uma alegria interior que o mundo não entende”. “Deus vê, Deus guarda, Deus recompensa”! Inspirados por Jesus, reflitemos
Procuro reconhecimento nos meus gestos de bondade para com o outro? Fico desapontado(a) quando não recebo recompensa?
Quem tenho excluído na escola, no trabalho, na família, na comunidade? Porquê?
O que posso e estou disposto(a) a oferecer gratuitamente ao outro?
Tenho sempre “um prato a mais” (tempo, atenção, escuta) para quem chega cansado?
Jesus, manso e humilde de coração, está sempre disponível para nos escutar! Mesmo quando sentimos a ingratidão, o egoísmo do outro, as adversidades do caminho… Ele acolhe-nos, dá-nos coragem para continuar e abre espaço no nosso coração para a compaixão, a misericórdia e a verdadeira alegria de sabermos que o Seu amor gratuito nos fortalece e recompensa! Nas Suas mãos, coloquemos os nossos pedidos, não esquecendo os nossos irmãos.
Buscando em Jesus, olhos atentos aos que ninguém vê, força para amar quando custa e coragem para semear gestos de bondade, rezemos com fé.
Senhor Jesus, que Te sentas à nossa mesa, dá-nos um coração livre de orgulho e de vaidade; capaz de acolher sem esperar recompensa, e mãos abertas para repartir o pão, tempo e carinho, com quem não pode retribuir.
Que na nossa mesa haja sempre lugar para mais um e seja um lugar de encontro e fraternidade, onde a humildade abre portas e a partilha gera comunhão.
Pedindo a Deus que nos abençoe com um coração humilde, mãos disponíveis e amor gratuito para o outro, benzemo-nos.