Semana de 6 a 12 de abril de 2025 V DOMINGO DA QUARESMA – ANO C
Devemos preparar o local onde vamos orar juntos. O mais importante é que estejamos confortáveis e sem distrações. Precisamos duma Bíblia preparada em João 8 e duma vela. Quando estivermos a postos e sem distrações, acende-se a vela.
Com a garantia que o perdão de Deus falará sempre mais alto do que o nosso pecado, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Alegremo-nos no louvor…
Recolhidos diante de Deus, com o coração grato, sabemos que mesmo com as nossas falhas e decisões erradas, o amor de Deus não nos abandona, não nos condena e não nos castiga! É esse amor incondicional que nos guia, nos renova e fortalece! Confiantes e entregues ao Pai, façamos-Lhe a nossa oração de agradecimento.
Querendo viver em comunhão e identificarmo-nos com Cristo, escutemos na voz de um de nós, os ensinamentos que Ele partilha connosco, no texto de Jo 8, 1-11
Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo, e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar».
Meditemos sobre estes ensinamentos que nos guiam para uma vida de amor, paz e justiça.
Neste texto do Evangelho, as autoridades religiosas da época levaram até Jesus uma mulher apanhada em adultério. Esta reflexão fixa-se nos líderes religiosos e no seu comportamento para podermos tirar algumas lições importantes para a nossa vida.
Primeira: os escribas e fariseus instrumentalizam a mulher Estes chefes religiosos arrastaram uma mulher seminua para a frente duma multidão para a apedrejarem até à morte, sendo tratada como um objeto qualquer e não como um ser humano. A vergonha e os temores da mulher, ao ser exposta publicamente, não lhes interessavam nada desde que alcançassem o objetivo que se tinham proposto que era o de matar Jesus. Eles não estavam preocupados com a Lei, com a moral e os bons costumes mas apenas em usarem a mulher como armadilha para pegarem Jesus. Estamos perante gente sem nenhum compromisso com Deus e muito menos com a sua Lei mas usa os outros como objeto ou peças dum jogo sem levar em consideração os seus sentimentos, sonhos e esperanças. Respeitar, valorizar, proteger o outro e não instrumentalizá-lo é uma lição a viver.
Segunda: os escribas e fariseus usam a sua autoridade para condenar e não para restaurar Matar a mulher, para erradicar o pecado, ou deixá-la viver, e dar livre curso ao pecado? Esta alternativa é a do desespero. Por um lado a condenação, por outro lado a contemporização. A justiça que pune e não restaura condena o pecador a arrastar a sua falta como uma maldição, nunca sairá dela, nunca mais terá direito de viver como uma pessoa livre. Pelo contrário, a tolerância demagógica que, em qualquer situação, se esforça por desculpar tudo e todos, não é a melhor. Para estes senhores não havia outra possibilidade: condenação ou amnistia. Usando a sua autoridade, eles estavam mais preocupados em julgar e condenar do que em amar e ajudar. Na verdade, havia no íntimo daqueles homens grande maldade e a misericórdia passava longe do seu coração. Isto mostra que a religião e a espiritualidade sem amor, misericórdia e compaixão não honram a Deus. Buscar o amor e a compaixão que restauram e deixar que isso guie as nossas ações e decisões é outra lição a viver.
Terceira: os escribas e fariseus são confrontados com os seus pecados Jesus não entra na armadilha e coloca todo o ser humano numa igualdade radical: aos olhos de Deus todos nós somos pecadores. Para Ele, não existe tamanho de pecado, nós é que fazemos essa distinção e, se o pecado do outro for maior, eu já me sinto mais santo. Jesus nivelou todos os presentes ao pecado da adúltera. Todos são pecadores, independentemente do pecado que se tenha feito. Quando me considero tão pecador quanto aquele que me feriu, entro no caminho do quebrantamento. A minha ira, o meu orgulho e meu ego podem ser quebrados e, por causa desta atitude, eu não atiro pedras a quem me feriu, embora possa ter todas as razões para o fazer. Os escribas e fariseus, quando foram confrontados com as próprias imperfeições, poisaram as pedras. Quando me considero tão pecador como aquele que me feriu, então percebo que há perdão para o outro porque também eu preciso do perdão. Não julgar, reconhecer os próprios erros e imperfeições, não apontar o dedo, sentir-se pecador e necessitado do perdão é outra lição a viver.
Neste tempo quaresmal, quando somos convidados a olhar para as nossas fragilidades mil vezes repetidas, é consolador ouvirmos de Deus este “Eu não te condeno”; dá-nos vontade de superarmos as nossas limitações e de abraçarmos, com decisão, um caminho novo, uma vida nova. Reflitamos:
Por vezes, serei capaz de não olhar a meios para atingir os meus fins?
Nas minhas atitudes do dia a dia, respeito, valorizo e protejo o outro sem o instrumentalizar?
É provável eu afirmar que amo e ajudo em vez de julgar e condenar, mas, se pensar bem, será mesmo assim?
Serei tolerante para “não me chatear”?
Reconheço os meus erros e imperfeições, sinto-me pecador e necessitado do perdão?
Jesus mostra-nos o rosto e o coração de um Deus que ama incondicionalmente os Seus filhos, que não os condena pelas suas fragilidades, mas lhes aponta o caminho! Entreguemos-Lhe as nossas preocupações, dores, sonhos e, permitindo que a Sua paz habite no nosso coração, entreguemos-lhe os nossos pedidos.
Com um coração humilde e grato, refugiado em Jesus, rezemos ao Pai.
Senhor, ajuda-me a viver conforme a Tua vontade, sem julgar os outros,
sem atirar pedras a quem me feriu, mas espalhando o amor e a compaixão que Tu nos ensinas. Sei que sou frágil e imperfeito, mas confio e entrego-me à Tua graça que me fortalece, restaura e transforma.
Guardados e abençoados pelo Deus que ilumina o nosso caminho e nos concede o perdão e a paz, benzemo-nos.