Semana de 19 a 25 de maio de 2024 SOLENIDADE DO PENTECOSTES – Ano B
Quando estamos reunidos em seu nome, Ele está no meio de nós. Preparemos o espaço e a nossa atitude de forma a recebermos o Espírito Santo. Podemos ter uma Bíblia aberta em 1Cor 12 e uma vela acesa.
Inspirados pelo Espírito Santo, fonte inesgotável de Vida, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Jesus vem visitar os nossos corações com o “sopro de fogo” e o “sopro de vida” para nos consolar e santificar. Louvemo-Lo pelos dons que nos concede.
Fortalecidos e animados pelos dons do Espírito Santo que, alojados no nosso coração, nos orientam, transformam e renovam, caminhamos obedientes aos preceitos do Pai. Contemplemos a presença e a ação do Espírito em tantos gestos de bondade, de amor, de partilha, de serviço, de perdão, de cuidado, que são fonte de alegria e de esperança renovada e façamos a nossa genuina oração de agradecimento ao Senhor.
Escutemos, na voz de um de nós, os ensinamentos do texto de 1Cor 12, 3b-7.12-13:
Irmãos: Ninguém pode dizer: «Jesus é o Senhor», a não ser pela ação do Espírito Santo. De facto, há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. Assim como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim também sucede com Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só Espírito, para constituirmos um só Corpo. E a todos nos foi dado a beber um único Espírito.
Instruídos com a sabedoria e entendimento do Espírito Santo, debrucemo-nos sobre o texto que escutámos
Os dons espirituais Neste dia, a Igreja convida-nos a celebrar a festa do Espírito Santo, o Pentecostes. Neste texto, São Paulo diz-nos que esse mesmo Espírito nos enriquece com dons espirituais para que possamos servir o Senhor. A palavra “dons”, no original “carisma”, que aparece no texto tem um significado de “graça”. Os dons espirituais são manifestações da graça de Deus e não são uma recompensa por algo feito ou consequência duma vida de santidade. O Espírito distribui os dons a quem quer e de modo soberano, independentemente, do compromisso dessa pessoa com a comunidade ou da sua maturidade espiritual. São dons da graça de Deus, oferecidos como dádiva a todos.
Os dons espirituais são diversos O Espírito Santo equipa cada cristão com dons e capacidades diversos, indicando, assim, que há na Igreja, pessoas que atuam brilhantemente numa determinada área, enquanto outras realizam mais noutra completamente diferente. São Paulo diz-nos que há diversidade de dons, ministérios, serviços a operar na Igreja mas todos são concedidos pelo Espírito Santo, segundo a sua vontade.
Os dons espirituais manifestam-se “para o bem comum” O Espírito Santo concede dons que têm em vista um objetivo comum. Os dons espirituais nunca são concedidos para uso meramente individual mas somos enriquecidos com vista a um fim proveitoso que é o serviço a Deus e à Igreja. Os dons são para uso no contexto coletivo e jamais para serem usados de modo egoísta, por isso, logo de seguida, São Paulo utiliza a ilustração do corpo no intuito de mostrar a importância de todos os membros da Igreja no exercício dos seus dons na unidade orgânica da Igreja. A nossa responsabilidade, como cooperadores na edificação da Igreja, é defender a unidade do “corpo”. O “mesmo espírito” quer promover a unidade na diversidade de modo que todos usem os dons recebidos para benefício comum, para edificar e Igreja e não dividi-la.
Superar o individualismo e partidarismo Partindo da leitura da primeira carta aos coríntios, sabemos que a Igreja de Corinto estava dividida em diversas fações. Os dons espirituais foram dados para sermos úteis em prol da unidade do Corpo de Igreja mas, quando se utiliza esta graça como pretexto para discórdias, fações, invejas, ciúmes e partidarismos, a unidade da Igreja é profundamente prejudicada. Em Corinto, os dons espirituais tornaram-se símbolos do poder espiritual, provocando rivalidades de tal modo que alguns pensavam ser mais “espirituais” do que os outros. Sempre que usamos critérios meramente “mundanos”, fruto da nossa imaturidade espiritual, acabamos por criar divisões.
No Reino de Deus, não há menor nem maior mas somos todos cooperadores do único Deus que não faz aceção de pessoas; no Reino de Deus, somos cooperadores uns dos outros e não concorrentes. O maior interessado na unidade da Igreja é o próprio Senhor Jesus mas todos nós temos a obrigação de nos esforçarmos para superar toda e qualquer questão que venha a comprometer a unidade da Igreja. O Espírito Santo ajuda-nos neste propósito desde que não impeçamos a Sua ação em nós, usando os dons recebidos e colocando-os ao serviço da comunidade.
Sem o Espírito, somos barro inerte e não imagem viva de Deus; o Espírito clarifica as coisas, varre o medo, abre as portas, aponta os caminhos que devem ser percorridos, esbate as diferenças e apresenta ao mundo uma Igreja com um rosto belo, renovado e corajoso. Enriquecidos pelos dons do Espírito Santo e capazes de ter uma atitude construtiva e transformadora, reflitamos:
Reconheço os meus dons e o meu valor?
Coloco-me ao serviço do bem comum?
Consigo dar valor aos dons que os outros têm mesmo que não seja a minha forma de estar na vida?
Reconheço o outro como irmão, como membro imprescindível da Igreja, único e necessário?
Como faço para colaborar, trabalhar em conjunto e fazer acontecer na minha comunidade (paroquial)?
Muitas vezes experimentamos o sofrimento, o desalento, a frustração ou o desânimo mas, apesar de tudo isso, não nos deixamos vencer pelo pessimismo ou pelo desespero pois sabemos que Jesus vai “no meio de nós”, oferecendo-nos a Sua paz e os dons do Espírito. Com convicção profunda da presença em nós do sopro de Vida que nos recria e nos transforma, dirijamos-Lhe os nossos pedidos.
Vivificados pelo Espírito, fonte perene de união, de amor e de liberdade, rezemos
Vem, Espírito Santo, e renova em mim a chama do Teu amor. Enche-me de fé, e revela com a Tua luz todos os meus pecados e traumas. Liberta-me, Espírito Santo, e faz de mim uma nova criatura. Santifica o meu espírito e alma, renovando também todo o meu ser, emoções, mente, ouvidos, olhos, lábios e actos. Capacita-me a viver a Palavra de Jesus Cristo em toda a sua profundidade, dá-me os Teus dons para que eu possa servir melhor o Reino de Deus, amando, indistintamente, todos os meus irmãos.
Abençoados e enriquecidos pelos dons do Espírito Santo, benzemo-nos