Semana de 5 a 11 de maio de 2024 VI DOMINGO DA PÁSCOA – Ano B
Porque orar em família só pode ser entendido como amor, preparemos este momento com este pensamento: é o tempo de sentir, de amar, de estarmos juntos e com Ele no meio de nós. Cuidemos do espaço, do conforto, da motivação e da serenidade para que a oração seja o mais proveitosa possível. Tenhamos connosco a Bíblia aberta em João 15 e uma vela para acender quando todos estivermos prontos para começar.
Com disponibilidade para acolher o amor de Deus, “fonte de vida”, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos ao Pai, pelo Filho amado que nos ensinou a permanecer no Seu amor, a servir e a dar a vida, para que todos tenham Vida.
Como o Pai Me amou, Eu vos tenho amado Permanecei no meu amor, Permanecei no meu amor.
Se guardarem minhas palavras e se amarem como irmãos Partilharão com alegria o dom da fraternidade
Se fizerem o que vos mando E se amarem de verdade Frutos dareis em abundância Meu amor manifestar-se-á.
Não verão amor tão grande como aquele que vos dei Por vós darei a minha vida, amai-vos como eu vos amei.
Se forem firmes no caminho Seguindo sempre a verdade, Partilharão meu pleno gozo De amar como o Pai me amou
Deus Pai, pelo Seu amor e bondade infinita, chama-nos, indica-nos os caminhos que devemos percorrer, apoia-nos e sustenta-nos ao longo da caminhada. Jesus, O Seu Filho amado e nosso irmão, que permanece no amor do Pai, inspira-nos pelos Seus gestos e palavras, a partilhar e a desfrutar do entusiasmo de sermos d’Ele. É cheios de alegria, de O sentir em nós, que Lhe dizemos: “Obrigado Pai por…“ Completemos com o que espontaneamente sai do nosso coração!
Procuremos escutar, na voz de um de nós, as indicações que Jesus nos dá, em Jo 15, 9-14
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Um texto tão pequeno e com mensagens tão profundas. Atentemos…
Deus é fonte de amor “Como o Pai Me amou” Tudo começa no amor do Pai, Deus. O amor de Deus é o fio condutor que perpassa a Sagrada Escritura, desde a primeira até à última página. Toda a Bíblia não é mais do que o testemunho do amor de Deus com a humanidade. Apesar das constantes rebeldias do homem (desde o princípio da sua existência, em Gn 3) contra Deus, este sempre lhe ofereceu e oferece novas oportunidades, constantemente o procura e o chama, indo ao seu encontro. As advertências, as ameaças e as orientações insistentes que Deus deu ao seu povo escolhido, através dos profetas, nada mais são do que manifestações do amor de Deus. Jesus apresenta isto muito bem na célebre parábola dos vinhateiros homicidas (Mt 21, 33), onde conta que Deus enviou, por fim, o seu filho e também o mataram. Quando se trata de amar o nosso Deus não é prudente nem sensato. O seu amor é louco ao ponto de enviar o seu filho. A única forma de estarmos ligados à Fonte divina é expressando o mesmo amor que d’Ele recebemos primeiro.
Cristo permanece no Amor do Pai “Como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor” Na linha do Pai, Jesus também tem um amor louco por cada um de nós que vai ao extremo de dar a própria vida: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos”. Toda a vida de Jesus é uma entrega que se resume, simbolicamente, no lava-pés e na entrega do pão e vinho na última ceia e, de forma real, na cruz. O mandamento que Jesus cumpre para, em consequência, permanecer no amor de Deus é: obedecer à vontade do Pai, aceitar e dispor-se a sacrificar a sua própria vida em favor da humanidade com todas as suas implicações.
Nós devemos permanecer no amor de Cristo “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” Jesus é o canal que Deus usa para fazer chegar o seu amor até nós. Assim como o Pai ama o seu filho Jesus, este ama os seus discípulos. A condição para que esta situação, relacionamento (Deus-Jesus-discípulos) permaneça é o cumprimento, “guardar”, os respetivos mandamentos. Quem ama Jesus guarda os seus mandamentos, o que aqui significa a totalidade da sua mensagem, uma vez que Ele deixou um único mandamento: o mandamento do amor. Mandamento no plural significa a totalidade da mensagem de Jesus e isto tem a ver com um estilo de vida semelhante ao dele.
Jesus não fala em obediência aos seus mandamentos mas em guardar, o que significa preservar algo na sua essência, sem adulteração. Quem ama Jesus vive e mantém a sua mensagem autêntica e intacta ao longo do tempo, não obstante as adversidades e as contrariedades. Guardar os mandamentos de Jesus não significa apego a tradições e costumes estéreis, mas abertura e disposição para viver sempre conforme o seu amor, abrindo-se ao Espírito Santo, o seu maior dom.
Para permanecer no amor de Jesus, temos de atuar com reciprocidade em relação ao enorme amor que Jesus nos dá e isto faz-se agindo como Jesus agiu porque o amor prova-se com obras.
O mandamento requerido é “amai-vos uns aos outros” e isto não tem a ver com “não roubar”, “não matar”, “não levantar falso testemunho” ou outro mas tem a ver com amar porque quem ama, como Jesus, não mata, não rouba, não fala mal do próximo, mas age pela positiva e desta forma, escuta, perdoa, cuida, serve, tem compaixão… e assim cumpre a lei e é reflexo do amor do Pai.
O amor que conhecemos implica sempre uma reciprocidade: ser amado para amar, receber para dar…Mas o amor de Deus existe antes de nós: podemos recusar o Seu amor inesgotável, mas Deus jamais deixará de nos amar. Somente deixando-nos ser amados por Ele, numa relação de confiança, proximidade, intimidade e comunhão, chegaremos, pouco a pouco, a amar como Ele nos ama! Reflitamos:
Conheço e percebo os Mandamentos? Caso contrário não os consigo guardar…
Como faço para obedecer à vontade de Deus e aos Seus Mandamentos?
Concentro-me e foco-me em Jesus para chegar a Deus?
Sinto-me amado por Jesus e por Deus?
Vivo e pauto a minha vida pelo amor, pelo amor aos outros e pelos outros?
O amor de Deus enche os nossos corações, e a certeza da Sua fidelidade, encoraja-nos a avançarmos, enfrentando as crises, as incertezas, as tempestades e as vicissitudes que surgem nas nossas vidas. Filiados ao Pai e obedientes ao Seu mandamento “amai-vos uns aos outros” sem exceção, beneficiamos da Sua misericórdia e bondade, dizendo-Lhe tudo aquilo que necessitamos para nós e para os outros.
Abrasados pelo amor desinteressado, gratuito, total, que tem a marca de Jesus e que somos chamados a testemunhar, rezemos
Senhor Jesus, damos-te graças pelo amor com que nos instruis a permanecer na relação com o Pai. Corremos o risco de não a compreender, de a diminuir ou de a esquecer. Dá-nos, Senhor, um olhar de fé e de esperança que ultrapasse as palavras e os desejos e vá ao concreto das obras, à semelhança de ti, Jesus, ensina-nos a fazer o bem aos nosso amigos. Ajuda-nos a sorrir sempre e a ter as mãos abertas para quem precisa. Que saibamos perdoar e pedir perdão.
Determinados a sermos reflexo do amor do Pai, benzemo-nos