Semana de 7 a 13 de abril de 2024 II DOMINGO DA PÁSCOA – Ano B (Domingo da Divina Misericórdia)
Cristo ressuscitou! Aleluia! Aleluia! É com a alegria da Páscoa que devemos unirmo-nos para fazer este momento de encontro com Jesus, o Ressuscitado. Combinemos entre todos a preparação do espaço, da Bíblia e da vela.
Permitindo que o Cristo do amor, da partilha, do serviço, do dom da vida actue em nós e através de nós, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Aconchegados ao Senhor, imaginando as Suas mãos a tocar-nos, dediquemos-Lhe este humilde louvor em audio e letra ou com vídeo:
O som de uma voz comparado ao trovão O mundo na palma da mão Um grão de areia comparado ao mar Grandeza que eu não posso explicar
Por isso Senhor me achego a ti Prostrado diante do altar Eu sou pecador Tu és Salvador Aceita o meu humilde louvor
Levanto as mãos Em oração Pra alcançar Teu trono ó Pai
Toque em minhas mãos Meu ser sorrir ao imaginar Tuas mãos a me encontrar O Deus de toda a glória vindo me abraçar
A presença de Cristo em nós é renovadora e transformadora pois d´Ele recebemos vida, amor e paz… Do nosso coração jorra uma verdadeira felicidade por esse amor total e sem fronteiras, que se revela em gestos simples de serviço, de perdão, de solidariedade, de doação. Jubilosos pela grandiosa manifestação de Deus nas nossas vidas, dirijamos-Lhe as nossas palavras de agradecimento pelo tanto que Lhe reconhecemos.
Somos chamados a um diálogo do coração com Deus… Façamo-lo, escutando atentamente, na voz de um de nós, a Sua Palavra em Jo 20, 19-26
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco».
Quão plena a mensagem que podemos descobrir neste texto! Tentemos percebê-la.
Neste relato evangélico, Jesus dirige-se aos apóstolos com uma saudação pascal: “a paz esteja convosco” e fá-lo por três vezes. Jesus usa as mesmas palavras que dissera antes de morrer: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração nem se atemorize.” (Jo 14, 27) O primeiro fruto da morte redentora do Senhor é a paz que Ele traz aos corações angustiados dos discípulos mas Jesus diz que a paz que Ele dá não é a mesma que o mundo oferece. Logo, podemos concluir que a paz de Jesus é diferente e distinta daquela que o mundo ou as coisas que nele há oferece.
A paz do mundo O mundo oferece um sentimento de paz. Este sentimento surge duma situação em que tudo vai bem. A paz do mundo é confundida com sossego, conforto, ausência de guerra, quietude, concórdia, bom entendimento. A paz do mundo surge apenas quando os sonhos e desejos são realizados e pode manifestar-se como uma total indiferença diante dos problemas do mundo, como uma “ausência de inquietude” ou perturbação da alma.
A paz de Jesus é terapêutica Durante esta semana, a liturgia apresentou-nos o Senhor Ressuscitado muito ativo e com muitas aparições. Nelas descrevem-se as diferentes atitudes e situação dos discípulos depois da morte de Jesus e antes de reconhecer pessoalmente ou em grupo que Jesus está vivo, que Ele Ressuscitou! Nos discípulos há desconfiança, dúvidas, incertezas, frustrações, dor pela perda do seu mestre, medo dos romanos. Além disto, a consciência acusava-os de cobardia porque prometeram tudo, até dar a própria vida, e na hora da verdade houve fuga, negação, traição e Jesus ficou sozinho. Os discípulos não estavam em paz e o Senhor Jesus trouxe-lhes a paz. Paz que se manifesta em compaixão, misericórdia e perdão que lhes fizesse esquecer aquele momento de fraqueza; paz que se manifesta em confiança porque o Ressuscitado vem dizer-lhes que confia neles e entrega-lhes o poder de continuar a sua missão; paz que afugenta a perturbação, o medo e a solidão e por isso Jesus dá-lhes o Espírito Santo para os confortar, encorajar e fortalecer.
A paz de Jesus é dinâmica e criativa Para Jesus a “paz quietista” do mundo, como pura ausência de conflito, não estava em sintonia com a dinâmica do Reino de Deus por isso Jesus afirmou que não tinha vindo trazer a paz mas a espada (Cf Mt 10,34). A paz do Reino de Deus, manifestada nas ações e comportamentos de Jesus, implica transformação do mundo, é uma paz operante, empreendedora, dinâmica, restauradora da dignidade humana. Os discípulos de Jesus recebem a sua paz e são chamados a serem promotores duma paz, seguindo o dinamismo da vida do mestre que disse: “bem-aventurados os construtores da paz porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9). A paz de Jesus não nos fecha na tranquilidade pessoal e intimista nem se identifica de modo algum com a pura tranquilidade da mente e ausência de preocupação. A atitude de paz deve distinguir o dinamismo missionário dos discípulos; eles são chamados a ser instrumentos de paz, agindo como o mestre, e devem desejá-la a todos por ser um dom da graça de Deus. Esta atitude dinâmica e criativa manifesta-se na comunidade primitiva pela comunhão fraterna, partilha, perdão, solidariedade, oração comunitária, entusiasmo missionário, como relata a primeira leitura.
Sem Jesus, estamos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude, por isso Ele dirige-nos um “convite” para termos uma confiança maior e total: «A paz esteja convosco»! Querendo fazer, verdadeiramente, a experiência do encontro com Jesus ressuscitado, reflitamos.
Com toda a sinceridade, estou em PAZ?
Quem procura Cristo ressuscitado, encontra-O em mim?
O amor de Jesus – total, universal e sem medida – transparece nos meus gestos?
Sou pacifista, apaziguador, instrumento de paz? Será importante ser alguma coisa destas?
A quem gostaria de dar um abraço e dizer, com todo o sentimento, “a paz esteja connosco”?
Podemos dar um abraço um a um, entre todos, espiritualmente aos familiares que não estão connosco e individualmente a quem quisermos. É nos gestos de amor, partilha, serviço, encontro e fraternidade que encontramos Jesus vivo a transformar e a renovar o mundo. Peçamos a ajuda do Senhor para sermos misericordiosos como Ele:
Quantos de nós e dos nossos irmãos, especialmente os mais pobres, os mais humildes, os marginalizados, os abandonados, os sem voz, sofrem pela injustiça, pela opressão, pelo ódio do mundo; conhecem a perseguição, a incompreensão e até a morte? Animados pela esperança que brota da presença de Cristo ressuscitado ao nosso lado, oferecendo-nos constantemente a Sua paz e apontando-nos o caminho, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Revestidos da vida, do amor e da paz que recebemos de Jesus, rezemos ao Pai
Senhor, faz-nos descobrir a Tua paz que vem de dentro de nós e que floresce com a relação que alimentamos contigo: a paz que nos capacita para sentir a vida na sua plenitude: a paz que, no meio do tumulto, nos faz reconhecer o sopro do Espirito Santo; a paz que, no meio da tempestade, gera confiança, esperança, alegria e ilumina a nossa caminhada… Senhor, dá-nos a Tua paz!
Abençoados pela presença do Espírito que nos impele a reconciliar e a construir a paz de Cristo, benzemo-nos