Semana de 24 a 30 de março de 2024 DOMINGO DE RAMOS – Ano B
Estamos quase na Páscoa e a necessidade de nos recolhermos, meditarmos e orarmos vai sempre aumentando. Aproveitemos da melhor forma. Preparemos o espaço para a nossa oração com a Bíblia, uma vela acesa, uma cruz e o ramo benzido (se tivermos).
Deslumbrados pelo incomensurável amor de Jesus que ofereceu a Sua vida até à última gota de sangue, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos Jesus, que reza entregando-Se ao Pai, para a maior das provações…
No Getsêmani foi que meu Jesus orou Se entregando ao Pai mais uma vez Logo vieram pessoas para o levar Para a maior das provações Ele tanto amou, tudo suportou Ele carregou a nossa cruz
Ver os cravos nas mãos, seu corpo a sofrer Naqueles momentos de dor Ver o mestre a chorar e foi por ti Que ele mostrou tanto amor
Os soldados cuspiam no seu rosto nu Posso ouvir o clamor da multidão E Jesus a olhar aquele céu azul Pede ao Pai que lhes dê o seu perdão Ele tanto amou, tudo suportou Ele carregou a nossa cruz
Ele tanto, tanto me amou Ele tudo por mim suportou Carregou minha cruz
Jesus, Palavra de Deus feita carne, oferece a Sua vida ao serviço da libertação dos Seus irmãos – mesmo que isso implique para si próprio sofrimento, perseguição e humilhação porque sabe que Deus estará sempre com ele e que nunca o desiludirá. Com convicta expressão de confiança e de fé, digamos a Jesus e ao Pai tudo aquilo pelo que Lhes estamos gratos!
Nesta “Semana Maior” em que estamos a entrar, esforcemo-nos por sentir e viver a Palavra de Deus. Escutemos na voz de um de nós, o texto de Filip 2, 6-11.
Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Tentemos explorar um pouco deste texto do Evangelho
Em domingo de Ramos, lemos a narração da Paixão de Jesus e esta não é mais do que o aniquilamento ou esvaziamento máximo a que Jesus chegou e que nos é relatado neste texto de São Paulo. Toda a liturgia da Semana Santa é um relato do aniquilamento e esvaziamento de Cristo. A partir da sua condição preexistente junto do Pai, Jesus trilha um longo caminho para baixo. Numa demonstração constante de auto-esvaziamento, atitude chamada na tradição cristã de “kenosis” de Cristo, aquele que desfrutava da vida junto do Pai faz-se, em primeiro lugar, semelhante aos seres humanos.
Na encarnação, aconteceu a maior demonstração de humildade de Jesus. Ele “aniquilou-Se a Si próprio”, isto é, “anulou-se”, ficou reduzido a nada, esvaziou-se, despojou-se, privou-se da glória divina mas não da sua essência para ser um de nós. Tendo chegado à condição humana, Jesus desce mais um degrau da escala da humilhação quando toma a condição de “servo”, de escravo. Ninguém é inferior a um escravo. O escravo não tem vontade própria, não tem direitos, não tem proteção perante as leis do estado. O escravo serve de instrumento ao serviço dos outros e é forçado a fazer as coisas mais árduas e degradantes. Jesus não era realmente escravo mas assumiu a aparência de escravo em comparação com a sua glória anterior. Jesus desceu às profundezas da humilhação quando suportou a morte e a morte de cruz. Este tipo de morte era a mais desprezível de todas a que um criminoso era condenado.
Este processo de despojamento é, antes demais, uma demonstração de amor. Jesus renuncia à sua glória para se fazer um de nós. A morte na cruz é outro gesto de amor. Jesus não foi para a cruz porque Judas o traiu por ganância, porque os sacerdotes o entregaram por inveja ou porque Pilatos o condenou por covardia. Jesus foi para a cruz porque o Pai O entregou por amor e porque Ele se entregou a si mesmo.
Este processo de despojamento é uma demonstração de obediência. Na sua missão e assumindo a “condição de servo”, Jesus trabalhava como instrumento alheio, assumindo a vontade do Pai. Jesus era obediente e mostrou-se dedicado à sua missão. A sua obediência era exclusiva à vontade do Pai, mesmo que essa vontade apontasse para a morte de cruz. Em todo o processo de despojamento, Jesus dá um exemplo de humildade.
Muitas pessoas estão dispostas a servir os outros desde que isso não lhes custe coisa alguma mas se precisarem de pagar algum preço, perdem o interesse no mesmo instante. Jesus tornou-se obediente “até à morte e morte de cruz”. O mistério que não custa coisa alguma não realiza coisa nenhuma.” Quem tem uma atitude de submissão não evita sacrifícios mas vive para glória de Deus e para o bem estar dos outros, seguindo o caminho do despojamento.
O despojamento exige renúncia aos sistemas de segurança que possuímos para nos apoiarmos em Deus e só com amor, obediência, submissão e humildade é possível despojarmo-nos de tantas coisas que nós temos para imitarmos Cristo que se auto esvaziou para cumprir a vontade do Pai.
Deus garante-nos que o caminho que Cristo percorreu não conduz ao aniquilamento, mas sim à glória, à Vida plena”. Dispostos a aprender com Cristo a pôr a nossa vida ao serviço do plano de Deus; com humildade e simplicidade, tornando-nos servos de todos e amando sem medida, até ao dom total da vida, reflitamos.
Até onde estou disposto a ir na entrega pelos outros?
Os sacrifícios que faço pelos outros são feitos por amor ao outro e a Deus ou por frete?
Como vejo as minhas entregas e sacrifícios diários? Sinto que são uma forma de obediência e submissão à vontade de Deus?
Aceito com sentido de missão os pequenos e grandes sacrifícios do dia-a-dia e oferece-os por amor a Deus?
Procuro aceitar as contrariedades, os sofrimentos, as dificuldades do dia-a-dia e ofereço tudo ao Senhor?
Reservemos na nossa agenda alguns encontros com o Senhor para vivermos intensamente esta Semana Santa.
Podemos, diariamente, viver com Ele um momento de oração, de meditação, de adoração e ainda, fixar as celebrações nas quais poderemos participar:
AGUIM
ARCOS
TAMENGOS
5ª feira Santa
21h30m
20h00m
21h00m
6ª feira Santa
21h30m
19h30m
20h30m
Sábado da Vigília Pascal
21h00m
21h00m
21h00m
O despojamento de Jesus, mostra-nos a força de Deus, que nos torna mais fortes do que a dor, o sofrimento, a perseguição ou o ódio dos inimigos. Ele tem sempre uma palavra de alento a todos os que estão cansados e abatidos, a todos os que são magoados e injustiçados, a todos os que perderam a esperança. Com absoluta confiança em Deus, sabendo que nunca nos desilude, dirijamos-Lhe as nossas preces.
Com fervoroso penhor por Jesus que Se deixou prender, condenar, matar e por amor morreu na cruz, rezemos
Guardemos um momento de silêncio… Contemplemos a cruz e coloquemo-nos de joelhos. Ponderemos tudo o que ouvimos, refletimos e experienciámos neste momento de encontro que dedicamos a Deus. Se o desejarmos, façamos, individualmente, a nossa humilde e espontânea oração.
Contemplando a cruz onde se manifesta o amor e a entrega de Jesus, benzemo-nos