Semana de 4 a 10 de fevereiro de 2024 V DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
O tempo de oração é um momento em que nos dedicamos a Ele, a nós e aos outros. É importantíssimo ter a consciência dos outros na oração. Ao prepararmos este Orar Em Família tenhamos isso em mente, principalmente os nossos familiares, amigos e vizinhos que se encontram doentes.
Buscando o verdadeiro rosto de Jesus, de forma apaixonada e emotiva, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Na nossa fraqueza, Deus manifesta o Seu poder e por mais palavras que possamos expressar entreguemos-Lhe o nosso coração, louvando-O
Reconhecendo a nossa pequenez, os nossos limites e a nossa finitude perante o Deus omnipotente e desconcertante que nos ama, cuida e cura, com a Sua bondade e o Seu infinito e incondicional amor de pai, sintamos a Sua proteção, o conforto do Seu abraço protetor e, com alegria, dirijamos-Lhe a nossa oração de agradecimento por tanto que nos dá.
Dispostos a percorrer o caminho de descoberta e de encontro com Deus, escutemos atentamente a mensagem contida em Mc 1, 29-39, que um de nós pode ler em voz alta
Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela. Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam qual Ele era. De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.
O seguinte texto ajudar-nos-á a meditar sobre a passagem bíblica anterior
Todo o período de Jesus na Galileia, peregrinando pelo interior, pelas vilas e cidades, está marcado pela presença de muitos doentes. O grande número de doentes no povo indica um grave quadro de sofrimento e opressão pela qual se estava a passar. Quanto mais sofrimento e opressão mais as pessoas adoecem. O povo vivia debaixo de muitas tensões provocadas, quer pela violência da dominação romana e seus soberanos aliados, quer pela carga pesada da Lei de Moisés, interpretada pelos fariseus. A doença e o sofrimento são uma demonstração da fragilidade humana.
Como Redentor da humanidade, Jesus tem como missão restaurar, libertar e purificar todo o ser humano de qualquer espécie de sofrimento e opressão. Neste Evangelho, Jesus aparece a libertar e curar vários doentes e de forma particular a sogra de Pedro. Para cumprir a sua missão, Jesus vira costas à Sinagoga, lugar que não produz vida mas morte e opressão que é promovida por uma religião que atrela as pessoas à Lei. Entrar em casa com os seus quatro primeiros discípulos é uma demonstração de que a nova comunidade nasce em casa e não na Sinagoga.
Nas cenas da cura deste Evangelho, especialmente, na cura da sogra de Pedro, em que o texto diz que “Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los”, aparecem três atitudes de Jesus que a nova comunidade dos seus discípulos deve imitar no cuidado com os doentes: proximidade, solidariedade e apoio.
Proximidade Em todas as situações relatadas, Jesus vê e aproxima-se dos que estão em sofrimento e doentes como o bom samaritano viu e se aproximou do homem caído à beira da estrada, vítima dos assaltantes. O Papa diz-nos que “a proximidade é um bálsamo precioso que dá apoio e consolação a quem sofre na doença. A proximidade é a superação da indiferença, a indiferença é não ligar para o sofrimento dos outros e não sentir a dor alheia e sem sentimento não há aproximação.
Solidariedade é a segunda atitude. Depois de se ter aproximado, Jesus segurou a mão da sogra de Pedro. Se Jesus quisesse bastaria ter dado uma bênção ou uma ordem e a febre passava mas ele segurou a mão numa demonstração e expressão de afeto, consideração, e respeito pelo ser humano adoecido. Ao tomar a mulher pela mão, Jesus age como exorcista, fazendo um gesto que vence e expulsa o demónio mas a cena é também de um milagre como foi a expulsão do demónio e cura dos que se juntaram diante da porta. Jesus mostrou-se solidário e misericordioso com o sofrimento daquela gente. A solidariedade é a vitória contra o egoísmo que estrutura as vidas e a própria sociedade.
Apoio é a terceira atitude. Jesus ajudou-a a levantar-se. A sogra de Pedro não se levantou por um golpe de magia nem por uma palavra que Jesus tenha proclamado mas foi o apoio de quem estava ao seu lado, que ofereceu o braço e acompanhou o seu esforço e ela, sentindo-se estimulada e apoiada, aos poucos levantou-se e venceu a condição de acamada. O verbo “levantar-se” é o mesmo usado para falar da ressurreição de Jesus.
Jesus liberta e devolve vida à sogra de Pedro, aos doentes e sofredores de modo a que estes estejam ao serviço do Reino de Deus e foi isso que fez a sogra de Pedro.
Quem se encontra com Jesus, escuta e acolhe a Sua mensagem, assume o compromisso de conduzir a sua vida pelos valores do Evangelho e passa a viver no amor, no perdão, na tolerância, no serviço aos irmãos. Cativados pelo encontro com Jesus e decididos a segui-l’O, reflitemos
Como trato os outros, nomeadamente os doentes e os mais sós? Aproximo-me ou sou indiferente?
Considero-me solidário, ou seja, preocupo-me com o outro, nomeadamente os doentes e os mais sós, e dou do meu tempo para estar com eles?
Tenho ou já tive medo, receio ou alguma dificuldade em ir visitar doentes e pessoas que sofrem de solidão?
Coloco-me ao serviço dos outros?
E se escolhessemos uma pessoa doente, só ou que esteja a precisar da nossa companhia e a visitássemos? Fica o desafio familiar… Aceitamos?
Por vezes encontramos revolta no nosso coração dorido ou angústia por nos sentirmos injustiçados e “condenados” por Deus… Desconhecemos os verdadeiros desígnios do Pai, podemos até duvidar, mas é a Ele que dirigimos o nosso grito de esperança e é n´Ele que encontramos o sentido da vida e a força para caminhar. Confiadamente entregues nos Seus braços, dirijamos-Lhe as nossas súplicas.
Em comunhão e no diálogo íntimo com Deus, rezemos-Lhe
Senhor Deus, que permaneces próximo de mim, “levanta-me” e, no meio das minhas fragilidades, dá-me força para me comprometer com a transformação do mundo: com generosidade, por-me ao serviço dos irmãos frágeis, necessitados, abandonados, perseguidos e levar-lhes a Vossa ternura e a Vossa bondade, em gestos concretos de amor e cuidado.
Confiantes em Deus e entregues ao Seu amor, benzemo-nos