Semana de 21 a 27 de janeiro de 2024 III DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B
Preparemos o melhor possível este momento de oração de modo a ser aproveitado por todos: o espaço, o conforto, o silêncio, a ausência de distrações, … Tenhamos a Bíblia preparada e a vela acesa simbolizando Jesus no meio de nós.
Cientes que Deus ama a todos sem exceção e de forma incondicional, pois no Seu coração de Pai todos têm lugar, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Convidemos Jesus a vir ao nosso encontro pois sem Ele, a vida é “coisa pouca” e “tudo soa vazio”… Louvemo-Lo, cantando:
Vem Senhor Jesus porque sem ti já não há paisagem Vem Senhor Jesus porque sem ti não há melodias Vem Senhor Jesus porque sem ti não encontro paz em nada, sem ti os meus olhos não brilham. A vida é coisa pouca sem ti, sem ti, sem ti, sem ti, a vida é coisa pouca.
Vem Senhor Jesus, depressa à minha vida, depressa Senhor, depressa.
Porque sem ti eu não quero a vida, já não canto com alma as minhas mãos não servem e nem escuto quem sofre não abraço com força o meu coração não se abre meu sorriso não é pleno tudo sem ti nada vale a pena porque sem ti já nada me preenche porque sem ti tudo soa vazio Sem Ti tudo me deixa a tristeza porque sem ti já não respiro fundo porque sem ti tudo me cansa Porque sem ti me falta tudo e me sobra tudo, tudo sem ti, sem ti
Vem Senhor Jesus depressa a minha vida depressa senhor, depressa Porque sem ti não me importa o irmão não me importa o que sofre porque sem ti meu coração é da pedra a quem a tudo resbala acostumado aos pobres acomodado em casa sem apostar na vida sem gastá-la por nada sem gastá-la por nada vem senhor Jesus depressa a minha vida depressa senhor depressa
Somos chamados a descobrir, a aceitar e a amar este Deus de coração misericordioso, que escancara as portas a todos, que percorre, de mãos dadas connosco, o caminho que nos conduz à Vida plena e à felicidade sem fim. A Sua presença constante, os Seus ensinamentos e a Sua bondade enternecem e alegram os nossos corações. Façamos-Lhe a nossa oração de gratidão, enumerando, em voz alta, tudo aquilo que Lhe queremos agradecer.
Deixemo-nos desafiar e inspirar pela Palavra de Deus, em Jonas 3, 1-5.10 e em Marcos 1, 14-20. Pode ser lido em voz alta por um de nós e deixando ecoar a mensagem nos nossos corações
A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas nos seguintes termos: «Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi». Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar. Jonas entrou na cidade, caminhou durante um dia e começou a pregar nestes termos: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída». Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno. Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou.
Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
O arrependimento é uma das principais verdades da Bíblia. Jonas é enviado a Nínive a pregar o arrependimento e todo o Antigo Testamento fala do arrependimento para que Deus possa perdoar os pecados. O profeta Ezequiel diz-nos que Deus não tem prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão, a fim de que tenha a vida. (Cfr. Ez 33, 11) No Novo Testamento, João Batista prega o batismo de arrependimento para remissão dos pecados; Jesus fala do arrependimento porque o Reino de Deus está próximo. O próprio Jesus enviou os seus discípulos a pregarem o arrependimento (Mc 6, 12).
O arrependimento era o básico da mensagem da pregação primitiva. O arrependimento é o ponto de partida para entrar no Reino de Deus e Jesus deixa isso claro aos fariseus, saduceus, sacerdotes, levitas e anciãos que se multiplicavam em zelos e observâncias religiosas, grandes ritualismos mas o seu coração estava longe de Deus. Jesus diz que eles precisam de se arrepender porque só honram a Deus com os lábios e palavras mas o coração não acompanha (Mc 7, 6-7).
A expressão “arrependei-vos e acreditai no Evangelho” é um mandamento, são duas ordens que implicam arrependimento e fé. Nenhum arrependimento é digno desse nome se não é consistente com a fé em Cristo. Estou arrependido, quero mudar o rumo porque tenho fé em Jesus Cristo e porque quero seguir o Evangelho, Também não chega ter fé e não ter arrependimento porque nunca seguirei o Evangelho e não há mudança de vida.
A palavra arrependimento (metanoia em grego) significa uma mudança completa de mente e de vida, uma alteração completa do modo de pensar que gera frutos práticos na vida da pessoa. No sentido bíblico, significa mudança de mente, atitude, maneira de pensar, disposição, caráter, consciência moral, mudar de rumo para se voltar para Deus. Jesus diz que nós precisamos de mudar a nossa mente e o nosso coração porque o Reino de Deus está a chegar.
Arrependimento não é remorso ou estar desgostoso por se ter feito o mal. Judas também sentiu remorso mas não mudou. Esaú sentiu remorso e mesmo em lágrimas não alcançou o verdadeiro arrependimento. Eles ficaram tristes por causa daquilo que perderam e não por terem desagradado a Deus. Arrependimento também não é não voltar a pecar porque, na verdade, todos voltamos a pecar. Zaqueu é um exemplo de arrependimento: ele confessou as suas faltas, tratou de repará-las e deixou de roubar. Paulo é outro exemplo: quando se encontrou com o Senhor mudou a sua vida, a sua mente e o seu coração, tornando-se o apóstolo dos gentios.
Depois da pregação de Jonas, os habitantes de Nínive abandonaram a sua forma de viver longe de Deus e dos seus mandamentos para aderirem aos mandamentos do Senhor e viver por eles. Arrepender-se significa não viver como todos vivem, não fazer o que todos fazem, não se sentir justificado porque todos agem assim. Pelo arrependimento eu “deixo de viver como os outros” para me encontrar com Deus, assumir os meus atos e mudar. Deixar que os critérios de Deus sejam o guia da minha vida e isto só é possivel com fé. Se não tenho fé, se não tenho adesão ao Evangelho, se não acredito nas palavras de Jesus não mudarei a minha maneira de agir e de viver e não terei arrependimento nem conversão e esta é condição necessária para entrar no Reino de Deus.
Por vezes, o nosso comodismo, o nosso bem-estar, os nossos medos e o nosso egoísmo, impedem-nos de acolher o chamamento de Deus e de abraçar a missão que Deus nos entregou… Reflitemos:
As palavras e os gestos de Jesus estão integrados na minha vida e transparecem na minha forma de tratar, de servir e de cuidar aqueles irmãos e irmãs que caminham ao meu lado? Como?
Pessoalmente, o que devo mudar na minha maneira de pensar e de agir para que o Reino de Deus seja uma realidade mais presente na minha vida e na vida dos que me rodeiam?
Para mim, o que significa “arrependimento”?
Qual a situação em que foi mesmo bom sentir arrependimento e ser melhor? Foi com Jesus Cristo presente?
Dispostos a arrependermo-nos, a reformular os valores que nos orientam e a reequacionar a vida, de modo a acolher Deus no nosso coração, fazendo dele o nosso guia, e, sentindo a responsabilidade de saber que Jesus conta connosco, dirijamos-Lhe as nossas humildes preces, sem esquecer os nossos irmãos que vivem mergulhados na violência, na exploração, na solidão, na doença…
Capazes de uma conversão pronta, total e incondicional, rezemos
Senhor, queremos ouvir o Teu chamamento, converter-nos e ter a coragem de corresponder ao convite de Jesus e de embarcar com Ele na aventura de construir o Teu Reino, alterando as nossas atitudes de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência, de comodismo, para que aconteça, na nossa vida e à nossa volta, uma transformação radical – uma transformação no sentido do amor, da justiça e da paz.
Deixemo-nos olhar por Deus, aceitemos olhá-l’O e recebamos as Suas bênçãos, benzendo-nos