Semana de 12 a 18 de novembro de 2023 XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
Nunca sabemos quando o Senhor se encontrará connosco de forma mais próxima. Assim, devemos vigiar e estar sempre preparados. Um momento de oração previamente planeada é, sem dúvida, um desses momentos. Devemos estar preparados e com as melhores condições possíveis para O encontro. Coloquemos a Bíblia aberta em Mateus 25 no meio de nós, juntamente com uma vela que acenderemos ao iniciar o momento.
Atentos, vigilantes e com o coração disponível para acolher a Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Crentes em Deus, nossa força, luz e defensor sempre presente, louvemo-Lo
Cremos em Vós, ó Deus Cremos em Vós, Ó Pai, que estais nos céus, Olhai por nós.
Chegue até Vós, ó Deus, a nossa humilde voz. Cremos em Vós, ó Deus. Cremos em Vós.
Sois nosso Deus, Senhor, Sois nosso Deus A nossa força e luz, Todo o nosso bem.
Sede p’la vida além, O nosso defensor, Nosso supremo bem Ó Deus de amor.
Eu creio em Vós, Senhor, Eu creio em Vós, Sempre presente, Junto de nós.
No mais pequeno ser, Vejo o vosso poder. Eu creio em Vós, Senhor, Eu creio em Vós!
Caminhamos pela vida ao encontro do Senhor, que se preocupa com a nossa felicidade e nos gratifica com a vida plena … Identificamo-nos com o Seu amor, comprometemo-nos com os valores do Reino e seguimos fiéis aos ensinamentos de Jesus pois assim, Ele permanece para sempre em nós. Com esta convicção, há tantas grandes e pequenas coisas que Lhe queremos agradecer! Digamo-las em voz alta!
Jesus gostava de catequizar, transmitindo ensinamentos profundos, com recurso a parábolas. Escutemos na voz de um de nós, a que é narrada em Mt 25, 1-13.
Naquele tempo, Disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram a o encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora.
A Palavra de Deus é viva e dinâmica! Tentemos compreender o que escutámos!
Após as virgens prudentes terem entrado no banquete nupcial, a porta fechou-se. Então as virgens insensatas tentaram dar um jeito para a sua falta de preparação e, de forma desesperada, batem à porta e clamam: “Senhor, senhor, abre-nos a porta”. Não adianta uma pessoa dizer que pertence a Cristo, chamando-O de Senhor, se de facto o coração não lhe pertence. A resposta do noivo para as virgens insensatas é clara: “não vos conheço”. A palavra “conhecer” no original deve ser interpretada como um ato de se relacionar, de pertencer. Assim, a palavra “conhecer” não está ligada ao facto de apenas ouvir falar duma pessoa mas à relação e compromisso. O noivo diz às virgens insensatas que elas não têm compromisso de relação com ele. O importante é que, nesse dia, sejamos conhecidos por Jesus. O que devemos fazer para que isso aconteça?
Primeiro: Vigilância prudente O noivo tardou e por causa disso todas as virgens adormeceram. Até esse momento, todas as virgens parecem iguais, mas a chegada do noivo e o grito deu a conhecer quem é o quê. As virgens prudentes, apesar de estarem a dormir, estão vigilantes porque guardam consigo azeite nas almotolias. Ser prudente é estar preparado e possuir azeite. A lição principal é vigiar. É preciso uma vigilância prudente que nos prepara para uma longa espera. É fácil esperar pouco tempo. Quando a fila é curta é fácil esperar mas quando é longa surge a tendência a desistir. A demora da vinda de Cristo separa as prudentes das insensatas. Não serve de nada ter um zelo temporário, é preciso estar preparado para a longa espera. Vigiar é esperar por Cristo a todo o tempo e não só por algum tempo. As virgens insensatas esperam o Noivo a qualquer momento, mas apenas as prudentes esperam a todo o tempo. Somos convocados para a perseverança. Não basta ter lâmpadas polidas, brilhantes e chiques, é preciso ter azeite nelas. Não sejamos improvidentes, isto é, levemos a nossa vida espiritual a sério.
Segundo: Responsabilidade O azeite é pessoal, é intransferível. Naquele dia, não haverá empréstimos. As prudentes tentaram uma solução de recurso: queriam o azeite das prudentes. Estas não deram porque cada uma deveria ter a sua reserva que deveria trazer em vez de dormir. Em questões de fé, de entrega ao Senhor não há empréstimos. Não é possível passar a minha comunhão com Deus para outro, ninguém é missionário pelo outro, ninguém acredita por mim, reza por mim, vive a fé por mim, arrepende-se por mim, pede perdão por mim, vive o amor ao próximo, faz caridade por mim, trabalha na comunidade por mim… Não importa as pessoas que estão ao nosso lado porque não há azeite dos outros. A vida cristã não se adquire por contacto com os outros ou por osmose, mas é uma experiência pessoal com Cristo. Esta parábola é uma chamada à responsabilidade. Ou tens azeite próprio, ou não tens, ou vives a fé, ou não, ou segues o Evangelho, ou não. A salvação ocorre entre duas pessoas: Deus e cada um e mais ninguém. Cada um é responsável por si e pela sua salvação e mais ninguém. Este é o tempo da responsabilidade pessoal e de cuidar do azeite, de se preparar para a festa porque depois da porta fechar não há mais nada a fazer.
Empenhados em vivermos dia a dia, de forma comprometida e entusiasta, o nosso compromisso baptismal, devemos ser prudentes, manter-nos “preparados” para descobrirmos dia a dia os projetos que Deus tem para nós e procurar concretizá-los, com alegria e entusiasmo, fazendo da nossa vida, em cada instante, um dom aos irmãos, no serviço, na partilha, no amor, ao jeito de Jesus. Reflitamos:
Como coloco em prática esta vigilância prudente no meu dia-a-dia?
Conheço o meu Senhor, isto é, tenho compromisso de relação com Deus?
Cuido da minha alimentação, higiene, saúde e etc.. E quanto à minha vida espiritual, levo-a a sério?
Como encaro a minha responsabilidade para o encontro com o Senhor?
Sou um cristão de zelo temporário ou constante?
Percorremos um caminho de altos e baixos, em que os momentos de entusiasmo e de compromisso alternam com os momentos de comodismo, de adormecimento e de pouco empenho. As dificuldades da caminhada, os apelos do mundo e a nossa fragilidade levam-nos, frequentemente, a esquecer os valores que Deus e a correr atrás de valores efémeros… Reconhecendo-nos frágeis, mas amados incondicionalmente pelo Pai, façamos-Lhe os nossos pedidos.
Rezemos ao Pai, com verdadeira intenção, na companhia de Jesus que vem ao nosso encontro todos os dias.
Senhor, faz-nos escutar o Teu Espírito que nos interpela a empenhar-nos e a comprometer-nos na construção do Teu Reino. Faz ecoar no nosso coração o apelo da Tua Palavra e transforma-nos, para não “seguirmos na onda”, preocupados com o imediato, o visível, o efémero (o dinheiro, o poder, a influência, a imagem, o êxito, a beleza, os triunfos humanos…), negligenciando os valores autênticos. Senhor, faz-nos vigilantes e atentos, porque queremos ser transformados a Tua imagem.