Semana de 22 a 28 de outubro de 2023 XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
Devemos escolher e preparar previamente o espaço onde iremos realizar o nosso momento de oração. Preparamos a Bíblia em Mateus 22, 15 e quando todos estivermos preparados, iniciamos a oração acendendo uma vela.
Entregues a Deus, o verdadeiro Senhor, que nos conduz à vida plena, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Com o coração rendido ao amor de Deus, caminhemos com Ele e louvemo-Lo
Com uma esperança inabalável em Deus, reconhecemos que sobre nós, os “ungidos”, Ele derramou o Seu Espírito para nos tornarmos Seus instrumentos. Capacitados com os Seus dons para intervimos no mundo, devemos manifestar-Lhe a nossa gratidão pelas bênçãos que nos concede. Em voz alta, completemos com sincera devoção: Obrigado Pai por…
Deixemo-nos envolver na voz de quem, de nós, vai ler hoje, o texto de Mt 22, 15-21
Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário, e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-lhes Jesus: «Então, daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».
Com malícia e hipocrisia, os fariseus e os herodianos prepararam para Jesus uma cilada bem armada. Ao perceber isso, Jesus pede para ver a moeda e pergunta: “De quem é esta imagem e esta inscrição?” No Império Romano, as moedas não tinham só uma função económica mas também serviam como instrumento político e de propaganda para cultivar a imagem e reputação do imperador. Na época de Jesus, por ocasião desta cilada, a moeda imperial exibia a figura de Tibério e trazia a inscrição “Tibério César, filho do divino Augusto”.
Uma moeda que mostravam um Deus criado pelo homem, um deus que escraviza e suga do ser humano toda a energia e o oprime. Na verdade, estamos perante uma idolatria porque, ao contrário do que indicava a inscrição da moeda, César não é Deus nem divino, assim como Deus não pode tomar o lugar de “César” através da instituição religiosa. Como naquela época, hoje também temos outros “Césares” que nos são apresentados como deuses, que são criados pelo ser humano para serem adorados, seguidos e amados de todo o coração. Temos “Césares” para todos os gostos no desporto, na política, na música… “Césares” que deviam ser imagem do Deus verdadeiro mas que querem ser eles próprios deuses. Cuidado para não os seguir e não cair na idolatria. Cuidado para não darmos aos “Césares” a adoração que é devida só a Deus.
Depois de ver a moeda, Jesus responde: “Então, daí (restituí) a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. É interessante verificar que, à conceção de justiça dos falsos justos (hipócritas nas palavras de Jesus) que perguntam se é lícito ou não pagar (dídomi) o tributo a César, colocando assim a possibilidade de não pagar, Jesus responde com outra conceção de justiça, usando um verbo (apodídomi) que vai mais além de pagar mas que pode ser traduzido por devolver ou restituir.
Se, na moeda está a imagem (epígrafe) do seu proprietário, o dinheiro pertence ao opressor romano e é preciso que lhe seja devolvido ou restituído porque lhe é devido. Jesus rompe assim com o pretenso nacionalismo dos fariseus. Por outro lado, cada ser humano traz impressa a imagem de Deus, como diz o livro do Génesis “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança” (Gn 1, 27); portanto, a Deus o ser humano deve “restituir” inteiramente a si mesmo, deve obedecer e adorá-l’O de todo o coração e a mais ninguém. O ser humano é criatura de Deus e não pode pertencer a mais ninguém, daí que não pode ser tratado como objeto, escravizado, dominado, oprimido, porque é sagrado, é de Deus.
Jesus esclarece que há uma enorme diferença entre a imagem daquele deus impressa na moeda do Deus que O enviou. Há uma enorme diferença entre os deuses deste mundo e o Deus verdadeiro. Enquanto os deuses deste mundo procuram escravizar, dominar e oprimir, usando as suas artimanhas, o Deus verdadeiro veio em seu filho Jesus para que sejamos livres e vivamos essa mesma liberdade de filhos e imagem de Deus porque esse é o “cunho” que temos de Deus em nós. Temos uma vida como cidadão deste mundo e uma vida como cidadão do céu. Não é uma vida dupla mas a vida de cidadão do céu, imagem de Deus, influencia ou deveria influenciar a nossa vida como cidadão deste mundo. Esta frase de Jesus é uma forma de nos fazer pensar o que e a quem temos dado o que devemos.
Embriagados pelo turbilhão das liberdades e das novas descobertas, alguns homens do nosso tempo consideram-se capazes de descobrir, por si próprios, os caminhos da vida e da felicidade e acham que podem prescindir de Deus; instalam-se no orgulho e na auto-suficiência e deixam Deus de fora das suas vidas… É preciso redescobrirmos Deus e fazermos d’Ele o centro da nossa caminhada e da nossa existência. Reflitamos:
Tenho dado o que é devido ao meu cônjuge, aos filhos, à sociedade, à igreja?
Tenho dado o que é devido a Deus?
Tenho dado o que é devido no meu trabalho ou escola?
Tenho vivido como “imagem” de Deus?
Tenho dado aos “Césares” deste mundo o que deveria dar a Deus?
Por vezes sentimo-nos perdidos, assustados, à deriva, como barco sem leme… Não entendemos verdadeiramente os desígnios de Deus, mas sabemos que Ele está presente e nos conduz de acordo com o projecto de vida que tem para os homens e para o mundo. Confiantes e entregues nas mãos do único e verdadeiro Deus, dirijamos-Lhe em voz alta, os nossos pedidos.
Com um compromisso efetivo de traduzir o amor de Deus em atitudes concretas de partilha, de doação e de solidariedade, rezemos
Senhor, perdão pelas vezes em que Te substituo por outros “deuses” que condicionam as minhas opções, dirigem os meus interesses e dominam os meus projectos: o dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a ascensão social, o clube de futebol… Perdão pelas vezes em que critico, sou indiferente ou não sinto a responsabilidade de agir em benefício dos irmãos maltratados, humilhados, explorados, desprezados e diminuídos na sua dignidade. Que eu anuncie em palavras, gestos e ações, a Tua mensagem!
Diligentes numa fé activa, num amor esforçado e numa esperança firme, benzemo-nos