Semana de 15 a 21 de outubro de 2023 XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
Hoje vamos reunir-nos, sentados à mesa, onde habitualmente fazemos as nossas refeições. Convidamos Deus para celebrar connosco este momento de comunhão com o Seu amor. Preparamos a Bíblia em Mateus 22 e quando todos estivermos preparados, iniciamos a oração acendendo uma vela.
Aceitando o desafio para participar no “banquete” de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Ainda que indignos de falar ou de pedir, como reconhecidos pecadores, aceitemos que Deus habite em nós e louvemo-Lo:
Quem sou eu Senhor que espero ouvir Tua voz? Quem sou eu tentando te encontrar? Já tentei ouvir Tua voz em forma de canção Tentei sonhar tentei sentir
Não sou nada nem ninguém Sou apenas quase pó Mas eu quero Te pedir: Ouve a minha oração…
Sei que és grande em poder Que não cabes nem no céu És o grande Deus eu sou E eu sou pecador Não sou digno de falar Nem sou digno de pedir Mas te peço mesmo assim Eu imploro, habita em mim
Quem sou eu, senhor Que espero ver a Deus Quem sou que ouso teu rosto olhar Como encontrar um Deus que vive lá no céu E esperar tocar tua mão
Não sou nada nem ninguém Sou apenas quase pó Mas eu quero te pedir Ouve a minha oração
Sei que és grande em poder Que não cabes nem no céu És o grande Deus eu sou E eu sou pecador Não sou digno de falar Nem sou digno de pedir Mas te peço mesmo assim Eu imploro
Dentro do meu quarto eu estou a orar Lágrimas escorrem pelo chão Tenho a palavra em minha mão Páginas viradas e o vento a soprar Posso agora ouvir a meiga voz Deus está a me falar
Eu sou grande em poder Nada pode me conter Sou o grande deus eu sou E tu és pecador Não és digno de falar Nem és digno de pedir Mas te aceito mesmo assim e prometo, Habitarei em ti.
Em comunhão íntima com Deus, renovamos os nossos laços de pertença ao Pai que nos repasta com a abundância da vida. Por Ele saciados, expomos o nosso deleite e gratidão pelos Seus ensinamentos e pela Sua presença misericordiosa e incondicional, Em voz alta, completemos: Obrigado Pai, por…
Escutemos na voz de um de nós e prestemos atenção à parábola que Jesus nos apresenta em Mt 22, 1-10.
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e os cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados.
Intentos em perceber a mensagem da parábola, escutemos
Um convite gracioso Deus convoca-nos para o seu Reino, chama-nos para um banquete e não impõe “multa” ou uma lista de prendas a levar. Deus convida e assume todas as despesas do banquete. Os convidados são selecionados pela graça. Ninguém foi convidado pela sua própria bondade, dignidade ou mérito. Todos os que foram selecionados para o banquete foram escolhidos por causa da bondade e misericórdia do Anfitrião. Não houve nenhuma pré-seleção, nem análises ou entrevistas de qualquer natureza. É um acontecimento feliz, ditoso, um presente da graça de Deus e da sua iniciativa, onde pretende reforçar os laços de amizade e comunhão entre nós. O banquete está preparado, venham, diz o Senhor. O Reino de Deus está por isso ao alcance de todos e aberto a qualquer pessoa seja ela qual for, bastando apenas aceitar o gracioso convite do Senhor.
A resposta ao convite Perante este convite gracioso de Deus, os convidados dizem não. Eles não mostram interesse nenhum em participar da festa. Surge da parte dos convidados uma recusa obstinada, uma indiferença, uma afronta direta e até violenta diante de um Deus que está à porta e chama, diante de um Deus que chega a mendigar uma resposta e por isso insistiu, uma vez que estava tudo preparado. As desculpas não parecem más. Havia atividades normais a desempenhar, negócios a fazer, terrenos a cultivar, coisas legítimas e do quotidiano. As coisas mais comuns afastam as pessoas de Deus mais do que os pecados grosseiros. A maioria que rejeita o convite do Senhor não é formada por pessoas que mataram, roubaram, adulteraram ou fizeram alguma barbaridade. A maioria, simplesmente, levou a sua vida sem pensar em Deus, sem Lhe ligar nenhuma, sem responder ao seu chamamento.
A razão da reposta Porquê esta rejeição e indiferença ao convite de Deus? As personagens do Evangelho têm algo em comum: algo urgente para fazer, não pode esperar, têm de estar presentes. O banquete representa o mais importante da vida: a vida eterna, a salvação em Cristo, o chamamento a seguir o caminho do Senhor. O erro está no abandonar o importante por causa do urgente, trocar o essencial pelo contingente, a farinha pelo farelo. Este é o erro e o ressico difundido não só no campo espiritual mas também no campo das relações humanas. No campo espiritual e religioso, trocar e abandonar o importante por causa do urgente significa atrasar continuamente o nosso encontro com o Senhor e o cumprimento dos deveres religiosos, porque cada vez se apresenta algo urgente para ser feito. Na hora de rezar, na hora da Missa, do encontro de catequese, do compromisso com a comunidade, sempre aparece um serviço imprevisto que classificamos como urgente, seja o que for e que leva a abandonar o importante encontro com o Senhor por algo urgente e o importante fica para trás. No campo das relações humanas também corremos o mesmo risco e quantas vezes aquilo que é importante é adiado e abandonado.
O Evangelho é uma verdadeira escola de vida e ensina-nos a estabelecer prioridades, a tender ao essencial, a não perder o importante por causa do urgente, como aconteceu com os convidados da parábola. Deixemos ressoar, no nosso coração, a voz e o convite do Senhor que a todos nos chama. É hora de dizer sim, basta tender ao essencial, ao importante em detrimento do urgente.
Numa atualidade em que os valores dominantes convidam continuamente ao egoísmo, à auto-suficiência, à preocupação exclusiva com os próprios interesses, Deus continua a interpelar-nos, a desafiar-nos e a convidar-nos a integrar a Sua família, a banquetearmo-nos do Seu amor e a ir ao encontro dos irmãos, com horário ilimitado, com trabalho ilimitado e com sentido de entrega e empenho. Consideremos:
Percebo que Deus me chama para o “banquete”?
Para que “banquetes” já fui convidado por Deus?
Quais são as minhas “desculpas” mais comuns?
O que estou a perder de importante na minha vida?
A que irei dizer SIM? Qual é o meu próximo compromisso, a curto prazo?
Muitas vezes estamos instalados na nossa auto-suficiência, nas nossas certezas, seguranças e preconceitos e não temos o coração aberto e disponível para as propostas de Deus… Prescindimos dos valores eternos, duradouros, que exigem o dom da própria vida e afastamo-nos do “banquete” e do nosso compromisso com Deus. Supliquemos ao Deus de amor e de misericórdia que, embora falhemos, escute os pedidos que Lhe dirigimos, em voz alta. Peçamos também por todos aqueles que se esquecem de Deus.
Obreiros na construção de uma nova terra de justiça, de solidariedade, de partilha e de amor, rezemos
Senhor, dai-nos um coração aberto à Vossa silenciosa Palavra inspiradora; um coração grande e forte, para amar a todos, para servir a todos, para sofrer por todos, para superar todas as provações, todo tédio, todo cansaço, toda ofensa, toda desilusão e constante até o sacrifício, quando for necessário. Um coração, cuja felicidade é palpitar com o coração de Cristo, e cumprir humilde e fielmente a Vossa vontade.
Com um “Sim” convicto, ao gracioso convite do Senhor, benzemo-nos