Semana de 24 a 30 de setembro de 2023 XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
Reunamos a família, ficando em paz e tranquilidade. Acendamos uma vela e procuremos na Bíblia Mateus 20. Fiquemos em silêncio interior e iniciemos a nossa oração.
Certos de que é o caminho da generosidade que nos fará felizes, benzemo-nos.
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos Jesus, que pregou com palavras e atos e, que para ser o primeiro, devemos ser o último de todos e o servidor de todos.
Agradecemos, Jesus, pelo teu exemplo de generosidade, e por isso damos graças a Deus. Cada um de nós toma da palavra e agradece a Deus o que mais quiser.
Quem vai ler hoje? Pode ser da Bíblia? Façamos silêncio e escutemos…
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meio da manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’ Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: «Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que eu quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».
O chamamento O proprietário saiu várias vezes para encontrar trabalhadores e levou-os para a sua vinha. É Deus que faz a busca e vem trazer a salvação. A nossa salvação é inteiramente obra sua, é um presente da sua graça dado a todos de forma abundante. Este contato interpessoal do proprietário com os contratados mostra um Deus presente, um Deus connosco. Um Deus que chama porque ama e confia a construção do seu Reino a todos os que encontra parados nas praças. Ao chamar, Deus não pede currículo algum, porque a sua intenção é que ninguém fique fora do seu Reino, ao contrário da religião dos méritos e créditos que segregava e excluía. Deus não chama os autossuficientes, os que estão cheios de si mesmos, os que não precisam de coisa alguma mas os que estão desesperados à procura de trabalho e que estão plenamente conscientes das suas necessidades. Muitos tinham chegado ao final do dia e ainda não tinham nada. É este tipo de pessoas que Jesus veio buscar e salvar. Ele veio para os últimos, os desprezados e pecadores. Todos aqueles que são chamados sabem que são carentes e estão dispostos a trabalhar e a sua disposição é o resultado, não a causa, da graça de Deus para com eles.
O pagamento Ao pagar primeiro aos últimos contratados e ao dar-lhes o mesmo valor dado aos contratados logo de madrugada o proprietário inverteu toda a lógica da economia, fez uma reviravolta total nas relações: ao invés de agir conforme a lei, ele agiu com misericórdia e bondade. O proprietário pagou o salário que não era proporcional ao trabalho feito mas sim às necessidades dos trabalhadores e das suas famílias uma vez que cada família precisava dum denário por dia para viver. Ele não se fixa nos méritos de cada um, se trabalhou muitas horas ou se trabalhou poucas horas: o que o preocupa é que, esta noite, todos tenham o que comer. Ao agir com bondade e generosidade e não pela lei, o proprietário promove a igualdade.
A parábola denuncia a conceção de Deus como um “negociante” que contabiliza os créditos dos homens e paga-lhes em consequência. Deus não faz negócio com os homens porque Ele não precisa da mercadoria que temos para lhe oferecer. O Deus que Jesus anuncia é o Pai que quer ver os seus filhos felizes e que derrama o seu amor de forma gratuita e incondicional sobre todos. Deus Pai relaciona-se com os seus filhos não a partir do critério do mérito segundo o rendimento mas a partir da generosidade. Deus não é um contabilista sempre de lápis na mão a fazer as contas dos homens para lhes pagar conforme os seus merecimentos.
Sendo assim, que sentido fazem certas expressões de vivência religiosa que são autênticas negociatas com Deus (“se tu fizeres isto, prometo-te aquilo”; “se tu me deres isto, pago-te com aquilo”)? Passar da religião sustentada pela mentalidade meritocrática, retributiva e legalista e descobrir que Deus é pai que ama, perdoa, vai pessoalmente ao encontro das pessoas afastadas, promove a igualdade, significa também renunciar a uma lógica interesseira no relacionamento com Ele. O cristão não faz as coisas por interesse ou de olhos postos numa recompensa mas porque está convicto de que esse comportamento que Deus lhe propõe é o caminho da verdadeira vida e que ao seguir esse caminho é feliz, encontra a paz e a serenidade e colhe, logo aí, a sua recompensa.
Olhando para os caminhos com que somos confrontados todos os dias, reflitamos com fé no texto do Evangelho para conseguirmos, de facto, seguir o certo.
Sinto que Deus está sempre presente na minha vida e em todos os momentos?
Deus ama-me mesmo quando não mereço. E eu, como procedo com os outros?
Faço promessas com base no que Deus me proporcionar antecipadamente?
Consigo ultrapassar a avaliação que faço aos outros e simplemente perdoar e amar incondicionalmente? Como poderei melhorar?
Jesus, abre o nosso coração à vontade de Deus para sermos capazes de não julgar e perdoarmos e amarmos o próximo incondicionalmente. Em voz alta Vos dirigimos as preces que saem dos nossos corações, sem esquecer todos aqueles que necessitam de te conhecer melhor…
Tentemos dizer de forma consciente o que esta oração diz
Senhor, que no meio da hostilidade geral procuremos preservar os Teus valores e viver de forma coerente com a nossa fé, para sermos “grandes” na capacidade de perdoar e servir os irmãos.
Guiados pelos valores do Filho de Deus, feito Homem, benzemo-nos