Semana de 3 a 9 de setembro de 2023 XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
Preparemos o espaço de forma a nos sentirmos confortáveis e o coração disponível para aceitar os desígnios de Deus. Tenhamos a Bíblia aberta em Mt 16, 21 e uma vela para acender quando iniciarmos a oração.
Guiados por Jesus no caminho que Ele nos indica, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Confiantes e seguros com Jesus, sigamos os Seus passos, louvando a Deus e amando e servindo como Ele nos ensinou
Todos os teus caminhos São bons e seguros Confiarei somente em Ti Mais que o meu pensar, Mais que o meu viver Confiarei somente em Ti
Onde fores, irei Obedecerei Quando te moveres, eu te seguirei Amar como tu Servir como tu Se a vida perder Eu te seguirei Eu te seguirei
Luz para o mundo ver Luz p’ro meu viver Viverei somente para Ti És quem eu procuro E vou encontrar Tudo o que preciso está em ti Somente em Ti
Onde fores, irei Obedecerei Quando te moveres, eu te seguirei Amar como tu Servir como tu Se a vida perder Eu te seguirei Eu te seguirei
Em Ti há vida eterna Em Ti, há liberdade p’ra mim Em Ti há alegria sem fim Vou seguir-te
A bondade e o amor de Deus que brota no nosso coração, incita-nos ao compromisso audaz e entrega por inteiro, à Sua vontade. Conduzidos pela Sua mão firme e deleitados pela segurança, conforto e coragem que Deus imprime no nosso caminho, é inevitável sentirmo-nos ternamente gratos pelas manifestações da Sua presença em nós, Digamos ao Pai, em voz alta, a nossa profunda e sincera oração de agradecimento.
Deixemos que a Palavra de Deus tome posse do nosso coração e nos inflame. Escutemos o texto de Mt 16, 21-27, na voz de um de nós.
Naquele tempo, Jesus começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Pedro, tomando-O à parte, começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal, Senhor! Isso não há de acontecer!» Jesus voltou-Se para Pedro e disse-lhe: «Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens». Jesus disse então aos seus discípulos: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Porque, quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, há de encontrá-la. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? O Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus Anjos, e então dará a cada um segundo as suas obras».
Aprofundemos a Palavra do Senhor! Hoje, vamos sentar confortavelmente, fechar os olhos e meditar com apoio do áudio seguinte. Depois, se for necessário, lemos o texto.
Neste texto, observamos duas atitudes: a de Pedro e a de Jesus.
Primeira: Pedro toma a dianteira e tenta desviar Jesus Mais uma vez, a reação dos discípulos é encabeçada por Pedro. Este resolve tomar a dianteira dos demais discípulos e chama Jesus “à parte”. A proposta de Pedro, depois de Jesus ter anunciado a sua morte, parece muito humana, compassiva e piedosa porque estava preocupado com Jesus e o seu sofrimento, mas é a voz do tentador. Na realidade, Pedro quis tomar a dianteira daquele que deveria estar na frente. Convicto de seguir o Messias glorioso, Pedro não aceita de modo algum a ideia dum Messias sofredor. Pedro não abre mão de ter o Messias junto de si, mas não quer andar atrás dele, não quer andar na direção que Ele indica, não quer aceitar o caminho no qual Ele vai. Da sintonia com Deus Pedro passa a cogitar à maneira humana. É como se Pedro dissesse: Jesus, é muito bom andar contigo, mas não se faça a tua vontade, mas a nossa vontade. Abre mão do teu caminho e faz o nosso caminho. Não faças do teu caminho uma bênção para nós, mas abençoa o nosso caminho.
Por mais contraditório e impossível que possa parecer, o caminho de Jesus é o caminho da vida e por isso Jesus ensina que esse caminho é o caminho do discípulo. Como Pedro, todo o cristão e toda a comunidade cristã querem ter Jesus junto de si na caminhada da vida, mas é sempre mais conveniente e tentador o caminho que Pedro queria tomar, isto é, sermos nós a indicar o caminho em que Jesus nos tem de acompanhar. Façamos uma meditação sobre o conteúdo das nossas orações: pedimos que Deus nos coloque em sintonia com a sua vontade e nos ajude a realizá-la ou apresentamos as nossas vontades e pedimos que Ele as atenda e nos satisfaça?
Segunda: Jesus repreende a compaixão e o amor de Pedro Jesus percebe a ideia infeliz de Pedro e chama-o a atenção: “Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens”. Esta tradução pode levar a um equívoco porque Jesus não manda Pedro ir para longe nem afastar-se da sua presença, mas ir para trás de si. Jesus não manda Pedro afastar-se, mas coloca-o na posição original e correta do discípulo, não era na frente do mestre, guiando os seus passos, mas atrás do mestre, seguindo os seus passos. Pedro não era satanás, mas discípulo de Jesus, no entanto Pedro tentou Jesus a não passar pelo caminho que o Pai lhe tinha preparado e com esta atitude queria impedir a realização do Reino e por isso é chamado de satanás.
Pedro é repreendido por trocar os pensamentos de Deus pelas coisas dos homens e gerir a sua vida a partir destas. As coisas de Deus às quais Jesus se refere são a doação, serviço, entrega, amor; as coisas dos homens são o medo, a ambição, a sede de poder e domínio, o conforto, o comodismo, o egoísmo. Nem toda a compaixão, como a de Pedro, vem de Deus. Acontece quando demonstramos preocupação connosco mesmos ou com as outras pessoas, mas o foco dessa preocupação não é a de estarmos a fazer a vontade de Deus, mas a nossa. Esta compaixão olha mais para as condições físicas, emocionais e bem-estar e, em nome destas coisas, diminui as exigências que o próprio Senhor revelou pela sua palavra. É por isso que Pedro passou de pedra de construção a pedra de tropeço, isto é, de escândalo porque queria seguir os pensamentos dos homens e não de Deus.
É importante mantermos uma distância crítica em relação aos valores sobre os quais o mundo se constrói; é importante discernir qual é a vontade de Deus e empreendermos uma mudança de coração, de mentalidade e de inteligência, que nos possibilite percorrer, com fidelidade, os Seus caminhos. Com Deus na nossa frente, seguindo os Seus passos de Mestre, reflitamos:
Peço que Deus me coloque em sintonia com a sua vontade e me ajude a realizá-la ou apresento a minha vontade e peço que Ele a atenda e me satisfaça?
Consigo distinguir a minha vontade da vontade de Deus?
Quando oro, vou logo inicialmente predisposto a que a mensagem de Jesus seja diferente da minha?
Que situações conheço em que a opinião, vontade, decisão… o caminho mudou durante um momento de oração?
Há momentos em que o nosso coração fica “dorido” e lamentamo-nos de solidão, de sofrimento, de incompreensão, de dor. É a forma de expressão da nossa finitude, da nossa fragilidade, das nossas limitações, da nossa humanidade… É precisamente nessas situações que nos dirigimos a Deus e Lhe dizemos o quanto a nossa vida é vazia e sem sentido se Ele não nos estender a mão. Confiantes no amor incondicional de Deus, que nos guia sem se cansar, depositemos sob o Seu manto protetor, os nossos pedidos.
Seduzidos por Jesus, “Caminho, verdade e vida”, nosso Mestre e guia, rezemos com fé
Senhor, nós Te louvamos pelo fogo devorador do Teu amor que nos seduz e nos prende a Ti.
Que o teu Espírito nos torne mais fortes, renove as nossas maneiras de pensar e nos ensine a reconhecer o que Te é agradável, para a salvação do mundo. Quando Te fazemos obstáculo, retidos pela fraqueza da carne, nós Te suplicamos: livra-nos de ceder à tentação.
Seguindo Jesus no caminho do amor e do dom da vida, abençoados pelo Espírito Santo, benzemo-nos