Semana de 20 a 26 de agosto de 2023 XX DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
A grandeza da nossa fé nunca será medida em tempo, mas em profundidade, em perseverança. Nem sempre seremos ouvidos, nem sempre seremos atendidos, mas a nossa fé em Jesus Cristo nos transformará, nos guiará para o plano de Deus. Insistamos, repitamos, oremos todos juntos de modo a engrandecer a nossa fé, tendo a Bíblia aberta em Mt 15, 21 e uma vela que acenderemos ao iniciar a oração.
Com firmeza e convicção da nossa fé, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Querendo viver para Deus, fiéis ao Seu amor e com um coração digno, louvemo-Lo Com alegria, louvemo-Lo:
Quero ser fiel neste caminhar a dois Com um amor real, sem fingir a minha fé Viver o que acredito Não falar do que não vivo Quero ser fiel, Senhor
Porque és digno de adoração total Porque és santo, deixarei pra’ra trás o mal Quero viver para Ti Com um coração completo Pois quando deste, deste tudo Tudo por mim
Com um coração humilde e simples, aberto aos desafios que Deus nos faz, sintamo-nos gratos pelos dons de Deus e a graça da salvação. Com fé, dirijamos a nossa oração de agradecimento ao Pai bondoso e de misericórdia.
Em silêncio atento, escutemos na voz de um de nós, o texto de Mt 15, 21-28
Naquele tempo, Jesus retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia. Então, uma mulher cananeia, vinda daqueles arredores, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim. Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio». Mas Jesus não lhe respondeu uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe: «Atende-a, porque ela vem a gritar atrás de nós». Jesus respondeu: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel». Mas a mulher veio prostrar-se diante d’Ele, dizendo: «Socorre-me, Senhor». Ele respondeu: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Mas ela replicou: «É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos». Então Jesus respondeu-lhe: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como desejas». E, a partir daquele momento, a sua filha ficou curada.
Deixemos a Palavra de Deus agir em nós, reparando nos ensinamentos contidos nesta passagem bíblica
Neste texto do Evangelho, estamos diante duma mulher frágil, estrangeira, sem nome, a quem Jesus diz: “é grande a tua fé”.
Uma grande fé não está ligada ao tempo de cristão, isto é, quanto mais anos de cristão maior é a minha fé. Não! Grande fé não é um resultado de dias ou anos a seguir Jesus. Se observarmos os Evangelhos onde Jesus fala fuma pequena fé, a maioria das vezes refere-se aos seus próprios discípulos que O acompanhavam há anos, como foi o caso do episódio da oração anterior, onde Pedro e os seus companheiros são censurados pela sua pouca fé. Jesus disse a esta mulher que a sua fé era grande no primeiro encontro que teve com ela. Quando Jesus fala de grande fé, Ele refere-se à duração, ao tempo em que se permanece na fé, à perseverança.
A grande fé é perseverante. Esta mulher teve de enfrentar duas barreiras: a indiferença dos discípulos e o silêncio de Jesus. Os discípulos viram a mulher como um incómodo, a sua necessidade irrita-os, o seu choro e petição tira-os do sério por isso o melhor é virar-lhe as costas, mandá-la embora. Jesus não lhe deu reposta. Jesus podia ter dito: “agora não, falamos mais tarde”, mas fez silêncio, um silêncio com um propósito mas silêncio na mesma. Uma grande fé não nos fará virar as costas a Deus, mesmo que os homens se levantem no nosso caminho ou que Deus pareça agir sem compaixão. A fé desta mulher não abala com a boa ou má fala de Jesus, não cresce ou desaparece por causa do mau feitio de qualquer dos seus discípulos. A sua fé não está condicionada pela resposta bem ou mal educada duma comunidade desconfiada.
A grande fé é humilde. Jesus começa por rejeitar o pedido da mulher dizendo que “não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Não era esta a resposta que ela esperava ouvir mas não desanimou. Mesmo sabendo que não tinha direito às bênçãos e que estas pertenciam exclusivamente aos judeus, ela insistiu e respondeu à aparente rejeição de Jesus com adoração, com humildade, usando o título “Senhor”. Jesus continua o teste, indo ao ponto de chamar de “cachorrinho” aos estrangeiros e por consequência a ela própria. Ela poderia ter ficado irritada, brava, maltratar Jesus, ir embora… mas não! Ela continuou a sua postura humilde e suplicante, reivindicando algumas migalhas. Não receberemos nada de Deus se a nossa atitude para com Ele for de arrogância e de prepotência. Se tratarmos Deus como se Ele fosse um criado, pensando que lhe podemos das ordens e determinar até o dia e hora em que Ele tem de responder aos nossos pedidos, certamente seremos frustrados nas nossas expetativas. Se a mulher tivesse puxado do ser orgulho e soberba, não teria recebido a bênção da cura da sua filha.
A grande fé transforma. Porque resistiu à prova com perseverança e humildade, esta mulher viu a sua vida transformada com a cura da sua filha. Um problema, luta, tribulação ou aflição, quando encarados como provação, como prova a ser vencida, resulta em vitória. Através da fé que esta prova originou, esta mulher alcançou a transformação da sua vida pela graça de Deus. O galardão da grande fé está em ir até ao fim em todos os aspetos da nossa vida. Cada problema que enfrentas é uma oportunidade onde podes provar se tens uma grande fé ou uma pequena fé. Decide sempre provar que tens uma grande fé pois só ela garante a transformação.
Precisamos ter uma fé teimosa, insistente, chata, daquelas que chega a incomodar, que não desanima nunca, que não se frustra, pois só assim, quando Deus provar a nossa fé, conseguiremos manter-nos firmes e fiéis. Dispostos a exercitar nossa fé na oração, na reflexão da palavra e no testemunho de sua vida, reflitemos:
Será que me acontece dar ordens a Deus para obter o que quero?
Qual a dificuldade de pedir orientação ao invés da designação já concreta?
Como reajo quando as minhas preces não são atendidas?
Consigo escutar alternativas de Jesus às minhas pretenções?
Peço a Deus por outros ou apenas por mim?
Deus não discrimina ninguém e acolhe todos à Sua mesa, sem distinção. Ele convida.nos: “Batei, e a porta se vos abrirá, buscai e achareis”. Confiantes na Sua misericórdia, mesmo nas horas em que parece não responder à nossa súplica, perseveremos na fé e dirijamos-lhE, em voz alta, as nossas preces.
Insistentes e ousados na fé, rezemos com confiança
Meu Senhor e meu Deus ajuda-me a perceber o que pretendes de mim. Meu Senhor e meu Deus dai-me forças para entender o caminho que tens planeado para mim. Meu Senhor e meu Deus incentiva-me a rezar e a pedir pelos outros, principalmente pelos que mais precisam. Meu Senhor e meu Deus orienta-me no meu discernimento da Tua vontade e dos Teus ensinamentos.
Transformados, com humildade e perseverança na fé, acolhamos as bênçãos de Deus.