Semana de 2 a 8 de julho de 2023 XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
Na certeza de que somos dignos de O receber no meio de nós, preparemos o espaço, a comodidade e todas as condições para orarmos em família. Podemos preparar a Bíblia em Mt 10, 37-42 e uma vela para acender ao iniciar este momento.
Dispostos a seguir o Mestre no caminho do amor e da entrega da vida, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Vivamos sem medo de nos darmos aos outros, tomemos a nossa cruz e sigamos Jesus, sempre dispostos a louvá-lO
Toma a tua Cruz e segue-Me Vive sem medo de te dares Toma a tua cruz e segue-Me Já que tens tanto p’ra dar
Cristo que te chama nunca te deixa só Está contigo antes que chegues a pensar Mesmo que duvides, não duvides de ti É na tua cruz que Ele está
Se Cristo te chama, Ele sabe porquê Pois sabe o que fez e o que criou em ti Pára para veres tudo aquilo que és É no teu amor que Ele está
Já que tens tanto p’ra dar já que tens tanto p’ra dar
Todos temos um papel a desempenhar para que Deus se torne presente no mundo e interpele todos os homens… É preciso dar testemunho da Boa Nova, acolhendo a todos, com generosidade e amor, movidos por um imenso maravilhamento e gratidão ao Pai, pelo exemplo de Jesus vivo em nós! Façamos então, em voz alta, a nossa sentida oração de agradecimento por tanto que reconhecemos como dádiva e dom de Deus na nossa vida.
Deus realmente vive e fala connosco; orienta-nos e guia-nos com os Seus ensinamentos. Escutemos alguns deles, no texto de Mt 10, 37-42, que um de nós pode ler em voz alta
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo. E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa”.
Para que a verdadeira transformação se faça em nós, é preciso perceber o que escutámos. Estejamos atentos a explicação.
Ser digno Uma pessoa digna é aquela que merece alguma coisa, que revela ou demonstra honra, é integra, justa, séria, tem um comportamento adequado ou apropriado a qualquer situação. Ser digno de confiança, de amizade ou de ser companheiro é ter atitudes que demonstrem isso mesmo. Quando uma pessoa tem atitudes contrárias àquilo que se espera e, de certa forma atraiçoa esse espírito, dizemos que ela não é digna, não merece ser meu amigo, meu companheiro, não merece a minha confiança. Isto acontece porque não nos contentamos em ser amados pela metade, nem toleramos um amor que reserva áreas privadas. Queremos a dedicação total, a sinceridade da doação, a exclusividade de sermos amados como únicos.
A base das exigências Jesus pede-nos no Evangelho para sermos dignos d’Ele e repete três vezes. Esta reivindicação de Jesus tem como base a sua doação e o seu amor para connosco. Quando Jesus fala sobre ser “digno dele”, Ele tem como base o que Ele fez gratuitamente por nós antes mesmo de darmos um passo na Sua direção. São João disse-nos claramente: “Ele amou-nos primeiro” (1 Jo 4, 19) e não de forma alguma. O apóstolo refere-se à entrega radical que Deus nos fez ao dar-nos Jesus, enquanto nós somos pecadores, como disse São Paulo. Deus esvaziou-se de si mesmo para ir ao encontro do ser humano, assumiu a nossa condição de pobreza e partilhou connosco a vida até à morte de cruz. É o amor até ao fim, até à consumação. Se Jesus nos amou deste forma, Ele exige que O amemos do mesmo modo, isto é, ser o centro do nosso coração.
As exigências O que Jesus nos pede para merecermos ser seus discípulos?
Primeiro: Amar Jesus com um amor superior a todos os outros amores Será que Jesus se enganou? Não é preciso insistir que Jesus, ao apresentar estas exigências para o seguir, não suprime o quarto mandamento nem é contra o amor ao pai, à mãe ou aos filhos, porque esta é a vontade de Deus, mas indica que nenhum afeto, nem mesmo familiar deve impedir de ouvir o seu chamamento e segui-l’O. Podemos não desistir de acreditar em Jesus por causa dum parente mas podemos deixar de praticar e viver a verdade como Jesus nos ensinou. Se a família se converte em obstáculo para seguir Jesus e o seu projeto, Jesus exige a rutura e abandono dessa relação familiar. Aquele que deixa que a família o afaste do evangelho, não é digno no amor, da entrega, do sangue da pessoa de Jesus porque não segue a Sua palavra e colocou outros amores à frente.
Segundo: Oferecer, doar e perder a própria existência terrena Carregar a cruz e seguir Jesus implica que o amor a Jesus não se reduz a um mero sentimento por mais profundo que seja. O amor a Jesus deve projetar-se na imitação da sua vida e no seguimento decidido das suas pegadas, ainda que este seguimento nos leve a subir o calvário, isto é, à entrega total a Deus e aos outros. Quem não arrisca como cristão, ou seja, não vai onde o Senhor manda e não faz o que o Ele pede, está na verdade a preservar-se e não a perder a própria vida. Se eu preservo a minha vida das tribulações que sobrevêm aos que obedecem e dão testemunho do evangelho, como zombaria, oposição, perseguição, nunca irei dar testemunho da verdade e não estou a ser digno do amor de Jesus. No início da Igreja, ser cristão significava literalmente morrer, perder a vida por causa de Jesus. Havia uma entrega total dos cristãos ao Senhor e eles não se importavam de perder esta vida. Se o amor a mim mesmo e o meu egoísmo me afastam de Jesus não sou digno do seu amor.
O seguimento de Jesus não é um caminho fácil e consensual, ladeado por aplausos e encorajamentos; é um caminho radical, que obriga, muitas vezes, a rupturas e a opções exigentes. Para sermos dignos de Jesus, devemos tomar a nossa cruz e segui-lO, aceitando viver na obediência aos projectos de Deus e fazer da nossa vida um dom de amor aos irmãos… Consideremos as seguintes pistas de reflexão:
Como é a minha dignidade? Sou digno de quê? E não sou digno de quê?
Será que sou digno d’Ele?
O que me afasta de Jesus? E o que faço em relação a isso?
De que estou disposto a abdicar por Ele? E o que é mais difícil?
Somos “pequenos” discípulos, em processo de amadurecimento na descoberta da fé e à procura do compromisso pleno com Cristo e com a Boa Nova. Ainda que falhos, abracemos com convicção, a tempo inteiro e a “fundo perdido”, esta missão, com a certeza que Deus caminha ao nosso lado. Em voz alta, dirijamos ao Pai bondoso e misericordioso, as nossas preces.
Dispostos a uma adesão séria, exigente, radical, sem “paninhos quentes” ou “meias tintas” ao amor do Pai, rezemos-Lhe
Amado Pai, presente em todo o homem, tornaste-Te homem pela vinda do Teu Filho e é a Ti que servimos quando ajudamos e amamos os outros; aumenta em nós o espírito de acolhimento e desperta em nós o discernimento, fé e amor, necessários para sermos dignos de Jesus.
Que o Teu Espírito renove em nós a vida sem limites que nos deste no nosso baptismo e que, ao olharmos para a cruz, saibamos verdadeiramente contemplar Aquele que perdeu a Sua vida para no-la dar.
Tomemos, com Cristo, o caminho da Cruz e, dignos do Seu amor, recebamos as Suas bençãos. Benzemo-nos