Semana de 18 a 24 de junho de 2023 XI DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A
Este momento de orar em família é um tempo de paragem, de partilha, de caminho fraterno e de decisões conjuntas. Preparemos o espaço e abramos o coração para sermos trabalhadores da Sua seara. Tenhamos a Bíblia aberta em Mt 9, 36 e acendamos uma vela no meio de nós ao iniciar esta oração.
Agraciados e missionários do amor eterno, inquebrável, gratuito e absolutamente único de Deus, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Querendo caminhar com o Senhor, fazer da nossa vida lugar de amor e ser peregrino da fé e da esperança, entreguemos o nosso louvor a “voz” que segreda no nosso coração e a “Palavra” que aponta o caminho.
O Mestre da seara, convoca-nos a fazermos da nossa própria vida um dom gratuito ao “Reino” e a sermos testemunhas com gestos e ações concretas, no anúncio da mensagem de Jesus.
Reconheçamos a gratuitidade do tanto que recebemos de Deus Pai, o Bom Pastor e ofereçamos-Lhe, de forma audível, a nossa sentida oração de gratidão.
Escutemos na voz de um de nós, o convite que Deus nos faz, através das palavras de Jesus, no texto bíblico de Mt 9, 36-10, 8
Naquele tempo, Jesus, ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si os seus doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. Jesus enviou estes Doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça».
Entusiasmados e motivados pela presença do Espírito em nós, tentemos compreender a mensagem contida neste profundo trecho bíblico
Este texto do Evangelho apresenta uma nova etapa no ministério de Jesus e dos seus discípulos. O Senhor chamou doze entre eles e enviou-os a fazerem as mesmas coisas que Ele: pregar e manifestar a chegada do Reino de Deus. No entanto, antes de enviar os doze, o texto do Evangelho apresenta o que se passava no coração de Jesus e como Ele via a missão. Ao vermos na perspetiva de Jesus podemos destacar três aspetos:
Primeiro: Motivado pela compaixão A missão de Jesus é motivada pela compaixão, como podemos ler: “Jesus, ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor.” A palavra compaixão significa “padecer com”, “sofrer junto”. A compaixão é a virtude de estar ao lado daquele que sofre e é diferente de ter pena. Pena é um sentimento momentâneo e passageiro que não leva a nenhuma ação concreta. A compaixão impulsiona-nos a uma ação. Jesus compadece-se do sofrimento humano. Jesus vê as multidões repletas de pessoas aflitas e desamparadas, cansadas e abatidas. Para Jesus, estas pessoas eram como “ovelhas sem pastor”, pessoas sem rumo, sem direção, perdidas, que procuram por justiça, paz e alegria que só o Evangelho do Reino de Deus pode satisfazer. Por isso Jesus anuncia-lhes a Boa Nova, cura os doentes, acolhe os pecadores.
Segundo: Preocupado com a escassez de ceifeiros Jesus olhou para a multidão que O seguia e comparou-a a um campo pronto para a colheita mas também identificou que os trabalhadores eram poucos. A compaixão manifesta-se através de “ceifeiros” e com poucos “ceifeiros” a compaixão e a Boa Nova demoram a chegar a todos. Quando são poucos os operários para uma colheita abundante, é inevitável que se perca parte do produto semeado. Até então, apenas um pequeno grupo de trabalhadores se tinha “alistado” para o trabalho de anunciar o Evangelho do reino de Deus. Jesus era acompanhado por um grande número de pessoas interessadas em muitas coisas menos em trabalhar e pregar o Evangelho. Torna-se evidente que Jesus fazia planos para um campo maior que as cidades que até então o seu ministério tinha conhecido. A preocupação de Jesus é atual. Embora os ceifeiros sejam mais, eles não são suficientes diante do crescimento da seara. Cabe a cada um de nós responder ao chamamento do Senhor e nos dispormos a colocar a nossa vida ao serviço do Evangelho e da Sua igreja.
Terceiro: Confiado na oração Perante a escassez de trabalhadores, Jesus diz-nos para pedirmos “ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. Se não há trabalhadores a Igreja precisa de orar. A necessidade de orar não deve ser confundida com um descanso de Deus quanto a obra missionária nem que Ele não enviará trabalhadores sem a nossa oração. A Bíblia ensina-nos a orar mesmo que Deus saiba das nossas necessidades. A oração tem o condão de nos despertar para a vontade de Deus e desta forma para a missão. Nós acreditamos que, pela oração, muitos cristãos podem ser despertos para a missão. Ao longo da história, muitos trabalhadores foram despertos porque havia pessoas que estavam a orar para que isso acontecesse. Como no tempo de Jesus, faltam trabalhadores porque falta oração: falta oração pessoal, na família, na comunidade.
Vivemos num tempo em que não é fácil, no meio da azáfama em que a vida decorre, reconhecer a presença, o amor e o cuidado de Deus. Aceitando ficar ao Seu serviço e torná-l’O presente no mundo, sendo Suas testemunhas e um sinal vivo de Deus no mundo, consideremos:
Na minha opinião, anunciar Jesus é uma missão exclusiva dos Padres?
O que tenho feito para cumprir a missão que Deus me confiou?
Coloco-me ao serviço e disponibilizo-me a servir e a ajudar quando é necessário?
Oro a Deus a pedir mais “ceifeiros”?
Por vezes sentimo-nos imersos no abatimento, na frustração, no desespero… A certeza do amor de Deus gera a força e a determinação necessárias para enfrentarmos cada dia com serenidade, alegria e esperança. Confiemos a Deus as nossas tristezas, desilusões, receios e, cientes da Sua bondade infinita, entreguemos-Lhe, em voz alta, os nossos humildes pedidos.
Com o coração arrebatado e jubiloso por aceitarmos ser trabalhadores da “seara” do Pai, rezemos-Lhe
Pai, ajuda-nos a todos os irmãos a sermos melhores filhos, a desempenharmos fielmente as nossas funções e ilumina-nos a todos no discernimento da nossa vocação e do nosso ministério. Pai, dá-nos sinais do caminho, das necessidades, das oportunidades e de onde podemos fazer a diferença. Senhor, quero ser trabalhador da tua messe, quero ser ceifeiro da tua seara, quero ser instrumento nas Tuas mãos. Com a Tua graça, estou certo que os nossos talentos e os nossos dons emergirão de forma a que os ponhamos a render e ao serviço.
Fiéis operários na missão que o Mestre nos confia, benzemo-nos