Semana de 4 a 10 de junho de 2023 SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – Ano A
O que fizermos para que Deus esteja connosco e nos fale, é caminho necessário para que isso efetivamente aconteça, senão o momento de oração é um monólogo ou apenas uma partilha entre nós. Cada um pode ter a sua técnica e estratégia, porém a preparação, a disponibilidade e o querer que Ele esteja no meio de nós é imprescindível. Tenhamos a Bíblia aberta no capítulo 34 do livro do Êxodo e acendamos a vela ao iniciar este momento com um tempo de silêncio para evocar o Senhor.
Com a certeza que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estão connosco, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Louvemos a Santíssima Trindade com a certeza de casa cheia para a oração
Pai Santo eu Te adoro, Te ofereço a minha vida. Como eu Te amo.
Jesus Cristo eu Te adoro…
Espírito Santo eu Te adoro…
Trindade Santa eu Te adoro…
Contemplando a grandeza do coração de Deus que é amor, que é família na Santíssima Trindade, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor, ergamos a nossa voz, dizendo ao Pai tudo aquilo que Lhe queremos agradecer.
Quem lê hoje? Preferencialmente da Bíblia, no livro do Êxodo, no capítulo 34, lê a segunda frase do versículo 4 e continua até ao fim do versículo 6, salta o 7.º e lê os versículos 8 e 9.
Naqueles dias, Moisés levantou-se muito cedo e subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe ordenara, levando nas mãos as tábuas de pedra. O Senhor desceu na nuvem, ficou junto de Moisés, que invocou o nome do Senhor. O Senhor passou diante de Moisés e proclamou: «O Senhor, o Senhor é um Deus clemente e compassivo, sem pressa para Se indignar e cheio de misericórdia e fidelidade». Moisés caiu de joelhos e prostrou-se em adoração. Depois disse: «Se encontrei, Senhor, aceitação a vossos olhos, digne-Se o Senhor caminhar no meio de nós. É certo que se trata de um povo de dura cerviz, mas Vós perdoareis os nossos pecados e iniquidades e fareis de nós a vossa herança».
O capítulo 34, ao qual pertence o texto desta oração, apresenta a renovação da aliança que o episódio do bezerro de ouro (cap 32) rompera. O povo tinha sido libertado do Egipto mas o caminho da libertação sofria séria ameaça de fracassar no deserto. Deus arrependera-Se de ter libertado o povo e este encontrava-se desorientado. Às ordens de Deus, Moisés prepara duas novas tábuas de pedra e, de manhã cedo, sobe ao monte Sinai, como o Senhor lhe ordenara. Moisés é ousado e nesta ousadia e desejo de encontro com o Senhor nasce a revelação de Deus.
Nesta ocasião, Deus revela a Moisés o seu nome e falou de algumas das suas qualidades. Poderia ter falado do seu poder, da sua sabedoria, do seu domínio mas, em vez disso, as primeiras qualidades que Ele mencionou foram a sua compaixão, misericórdia e paciência em se indignar. Deus não deu a Moisés uma visão do Seu poder e majestade mas do Seu amor. A glória de Deus é revelada na Sua misericórdia, compaixão, fidelidade, perdão e justiça. Esta revelação deve ter em nós dois efeitos:
Primeiro efeito: mudança no nosso relacionamento com Deus
Adoração: A revelação de Deus deve ser fonte de toda a nossa adoração. Moisés ficou tão tocado pelo que viu – o quão misericordioso, paciente e amoroso Deus é com os Seus filhos, mesmo com os que o entristecem – que O adorou em reverência, colocando-se de joelhos e prostrando-se. Com esta revelação, Moisés não poderia apresentar Deus como alguém vingativo e cheio de condenação. Moisés sabia que o povo era inclinado à idolatria, que ocultava pequenos ídolos trazidos do Egipto e pensava: “até quando vai durar a paciência de Deus com esta idolatria?” Com esta revelação, Deus tranquilizou o coração de Moisés e por isso ele orou.
Arrependimento: Deus revela-se com alguém que não tem “pressa para Se indignar e cheio de misericórdia.” Se Deus tivesse praticado a justiça na hora, a primeira vez que Israel pecou, ele nunca teria cumprido a promessa de oferecer a salvação a todos nós através dos descendentes de Abraão. Deus poupou um povo para salvar muitos outros. Deus seria perfeitamente justo se ele tivesse castigado o povo na hora, mas ele escolheu ser paciente. Se Deus castigasse cada pessoa no momento do seu primeiro pecado, o que teria acontecido connosco. O propósito de Deus em mostrar e ser paciente é de nos conduzir ao arrependimento. Se o pecador não aproveitar a oportunidade para se converter, mudar de vida, a paciência de Deus acaba por não ter valor nenhum. Não devemos deixar escapar a oportunidade e jamais devemos achar que a bondade de Deus dá permissão para pecar mais.
Segundo efeito: mudança no nosso relacionamento com os outros
Imitação: Uma vez que tenhamos recebido a revelação de Deus, não podemos continuar com velhas maneiras de tratar os outros. Tudo precisa de mudar. Devemos imitar a forma e o agir de Deus. Na carta aos Efésios, Paulo exorta-nos dizendo: “Toda a espécie de azedume, raiva, ira, gritaria e injúria desapareça de vós, juntamente com toda a maldade. Sede, antes, bondosos uns para com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4, 31-32).
Viste e sentiste a misericórdia, compaixão e paciência de Deus? Então expressa-a no teu relacionamento com os outros!
O amor de Deus é uma oferta gratuita, incondicional, absoluta, que ensina e conduz a vida plena, numa expressão viva do amor trinitário. Firmes na fé, sentindo-nos membros da família de Deus, reflitamos
Qual a primeira impressão que ficam de mim? Será forte/poderoso, bem na vida, melhor que os outros ou que amo incondicionalmente e sou do bem?
Sou ousado como Moisés e evoco o Senhor à minha presença? E isso resulta?
Adoro frequentemente o Senhor ou só peço e, eventualmente, agradeço?
A palavra “arrependimento” faz parte do meu vocabulário e atitudes frequentes? Será que consigo mudar e melhorar essas atitudes?
Perdoo com facilidade ou guardo rancor, raiva e maldade?
Nos braços da Santíssima Trindade, a unidade que é Deus clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia, depositemos, confiantes e em voz alta, as nossas preces
Em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, rezemos de mãos dadas
Deus de amor e de paz, terno e misericordioso, nós Te louvamos e bendizemos pela comunhão do Espírito Santo na qual nos uniste a Ti, pelo Teu Filho Jesus.
Inflama o nosso coração de amor pela Santíssima Trindade, para que Ela nos una no respeito por cada pessoa, na paz, na alegria e na força e coragem para proclamarmos a Tua Vida que age em nós.
Abençoados pelo amor e pela presença da Trindade Santa no nosso lar e nos nossos corações, benzemo-nos