Semana de 28 de maio a 3 de junho de 2023 SOLENIDADE DO PENTECOSTES – Ano A
A preparação da oração dita a qualidade da mesma. O espaço é importante, a paz e tranquilidade ajuda e de que maneira, mas ser iluminado pelo Espírito Santo, sentir Jesus no meio de nós e ter a certeza do amor do Pai é extraordinário… Tenhamos uma Bíblia (fechada) e uma vela (apagada) junto a nós.
Evocando o Espírito que dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo, benzemo-nos
Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui,
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: estamos aqui, Senhor, ao Teu dispor. Para louvar e agradecer, bendizer e adorar: e aclamar Deus Trino de Amor.
Em nome do Pai…
Acendemos a vela com a certeza que o Espírito Santo desceu sobre nós respondendo à nossa evocação. Aproveitemos para meditar…
Espírito Santo de Deus Teu Amor aqui nos traz Do seio da Trindade Vem dar a todos a Paz!
Espírito Santo de Deus, Teu amor aqui nos traz Do seio da Trindade Vem dar a todos a Paz! A Tua Paz!
Vens do coração do Pai até nós por meio do Filho Em Jesus estás presente da Sua Luz Tu és o Brilho
Na Trindade és comunhão Na Igreja és a unidade. Faz-nos viver em união E em total fraternidade!
Oferece-nos Teus dons. Santifica este Teu povo. Transforma os corações E faz nascer um mundo novo!
Reunidos à volta de Jesus ressuscitado e enriquecidos pelos dons do Espírito Santo, digamos ao Pai, em voz alta, o quanto Lhe estamos gratos por tanto que reconhecemos que nos dá.
Alguém irá emprestar a sua voz para que Deus fale, deixando que seja o Espírito Santo a conduzir a proclamação da Palavra. preferencialmente da Bíblia, em Atos 2, 1-11.
Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem. Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar? Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».
Enternecidos com a promessa de Jesus “Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”, tentemos perceber melhor o que Ele nos quer revelar neste texto que escutámos
Frequentemente, não nos compreendemos uns aos outros mesmo falando a mesma língua. Estamos num tempo muito próximo de Babel. As pessoas conversam, leem, escrevem mas não se entendem. A cada dia que passa o relativismo vai crescendo nas nossas relações com expressões do género – “a minha verdade”, “a minha opinião”, “o meu modo de ver”, “os meus valores” – e com isto vamos perdendo clareza, objetividade e falamos uma língua totalmente estranha dentro dos nossos círculos de relacionamento. Parece que cada um de nós tem uma gramática.
Facilmente, encontramos pais que não compreendem os filhos e filhos que não compreendem os pais; esposas que não compreendem os maridos e vice-versa; funcionários que não compreendem as atitudes dos chefes e chefes que não compreendem os funcionários. Será que não estamos a fazer como aqueles homens que construíram a torre de Babel? Na verdade, todos falavam a mesma língua mas os seus propósitos estavam distantes de Deus. Babel é uma história de orgulho que mostra a dificuldade que temos em comunicar sadiamente com o nosso semelhante; Babel é uma alegoria de como a humanidade se esqueceu da gramática da Graça, da Gramática de Deus.
Em Pentecostes, o Espírito desceu sobre os discípulos trazendo entendimento e compreensão a todos. Os discípulos começam naquele dia um curso prático de “audição” da língua de Deus, da Gramática de Deus. Não importa qual a língua que temos e donde somos porque o Pentecostes inaugura uma nova possibilidade para nós, por nós e através de nós. Talvez a maior maravilha do dia de Pentecostes foi que os povos reunidos em Jerusalém ouviram cada um deles e compreenderam a mensagem do Evangelho na sua própria língua porque é a língua e a Gramática de Deus. Certamente, todas as nações esperavam ouvir palavras de perdão, paz, misericórdia, bondade, amor. Esta é a linguagem e Gramática de Deus. O maior desejo de Deus é estar em comunhão com os seus filhos e que os seus filhos estejam em comunhão uns com os outros.
Este é o princípio de comunhão: todos falarem a mesma língua, estando em concordância uns com os outros. A palavra comunhão é uma derivação da palavra “comum”, deste modo, comunhão é ter algo em comum com o outro na forma de ideias, desejos, planos, projetos, ações. Comunhão é mais do que estar reunido porque podemos estar reunidos e não estarmos em comunhão. Quantas reuniões se fazem e não edificam a comunhão porque cada um tem só os seus interesses em vista?
Um dos princípios para haver comunhão é falar a mesma língua. Precisamos de falar a Gramática de Deus porque essa une os seus filhos e une-nos a Deus. O Pentecostes é o toque de Deus sobre as nossas vidas. A comunhão aconteceu porque eles estavam “todos reunidos no mesmo lugar”, tinham um só propósito, uma só alma e por isso todos se reuniram no mesmo lugar. Os discípulos tinham um só coração, uma só alma, um só clamor, uma só direção: a vinda do Espírito Santo. A Igreja estava unida pela mesma causa. Havia concordância entre os discípulos, havia comunhão.
Para que o Pentecostes aconteça na tua vida, precisas de estar em comunhão com a tua família, com os teus amigos, com a tua paróquia, com os teus chefes ou com os teus subalternos; precisas de falar a Gramática de Deus, isto é, a linguagem da paz, do amor, da misericórdia, do perdão porque só a Gramática de Deus une e gera comunhão. As outras gramáticas dividem. Em dia de Pentecostes, recebe a língua da Gramática de Deus e que ela transforme a tua vida.
Aproveitando o Espírito Santo que desceu sobre nós, reflitamos:
Percebo a mudança que o Espírito Santo provoca?
Sinto o Espírito Santo em mim?
Contribuo para a Comunhão?
Quais as situações mais difíceis de falar a língua da Gramática de Deus?
O Espírito Santo permite-nos superar o medo, as limitações e dar testemunho do amor de Jesus; é Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus; que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, unidos numa mesma comunidade de amor. Crentes que, sob a “ação do Espírito” somos capazes de superar as nossas dificuldades, incertezas e limitações, digamos a Deus, em voz alta, os nossos pedidos.
Conscientes da presença contínua do Espírito em nós, rezemos ao Pai
Deus de luz e de vida, sopro criador e fogo de amor, nós Te louvamos pelo dom do Teu Espírito que age em nós e que chama todos os povos da terra a proclamar, cada um na sua língua, as maravilhas da Tua bondade. Ajuda-nos a reconhecer e a acolher o Teu sopro que manifesta em nós a Tua presença e torna-nos receptivos às múltiplas linguagens dos nossos irmãos, para sermos capazes de agir com espírito de unidade.
Transformados pelos dons e bênçãos do Espírito Santo em nós, benzemo-nos